Crítica | X-Men: Fênix Negra

Em 2000 o primeiro filme dos X-Men foi lançado. Foi um momento mágico para os fãs dos personagens e de histórias de super-heróis em geral. Diz-se que esse filme inaugurou uma nova era nos filmes, dando origem ao sub-gênero (hoje não mais sub) filmes de super-heróis.

O filme foi bom, teve ótima recepção do público e, apesar das adaptações não muito fiéis de alguns plots e de caracterização dos personagens, conseguiu até conquistar os fãs de quadrinhos, o que não é lá tarefa fácil.

19 anos depois e com dezenas de filmes (e séries) lançados envolvendo a franquia, os personagens se despedem dos estúdios Fox. A forma como isso se dá, no entanto, não é nada gloriosa nem mesmo digna de seus personagens e do legado que deixam.

É importante que você esteja alertado que daqui pra frente esse texto trará spoilers.

X-Men: Fênix Negra começa muito bem. As primeiras cenas, antes mesmo dos créditos iniciais, mostram a pequena Jean Grey, com 8 anos de idade, viajando de carro com seus pais. A música no carro a incomoda e ela pede para que a mãe troque. Com a recusa da mãe e considerando que a música de alguma forma está atrapalhando seus pensamentos, a menina acaba mudando sozinha a estação sem tocar no rádio, causando espanto em seus pais, e logo em seguida, movida por uma raiva descontrolada, acaba causando um acidente no qual seus pais morrem e ela sai intacta, já que cria uma espécia de campo de força que a protege dos estilhaços de vidro e demais danos no carro.

Entra em cena o Professor Xavier que adota a pequena e promete ajudá-la a superar o trauma e a controlar essas nova e perigosa habilidade descoberta precocemente.

Corta para 17 anos depois. Os X-Men já são uma equipe consolidada e liderados pela Mística (que pela turma de Xavier é chamada apenas de Raven). Essa é a primeira parte em que os fãs mais exigentes podem discordar das escolhas da Fox. Afinal, apesar de a origem de Jean ter sido ligeiramente alterada comparada à dos quadrinhos, isso não faz tanta diferença na história (além de pouca gente conhecer). Agora, Raven liderando os X-Men é algo mais incomum (apesar de ter algum embasamento nas histórias originais), dado que ela tem essa natureza ‘vilanesca’. E sabemos que isso só acontece para que a atriz Jennifer Lawrence tivesse um papel de maior destaque na trama. Mas, vamos considerar que nessa história contada no cinema, há um mínimo de coerência no desenvolvimento dessa personagem.

Como os X-Men são os únicos (no mínimo os maiores) heróis nesse Universo moribundo da Fox, eles são convocados diretamente pelo Presidente dos Estados Unidos pra salvar a tripulação de um foguete que havia sido lançado ao espaço e momentos depois foi atingido por uma espécie de ‘energia solar’ desconhecida e poderosa que fez a comunicação com a Terra se perder e os deixou à deriva no espaço. Apesar da equipe mutante não ter nenhuma experiência nesse tipo de ação, sendo os heróis que são e tendo a admiração e respeito do mundo inteiro, aceitam a missão.

Essa pode ser uma outra incoerência de roteiro. Afinal, o que aconteceu nesses anos para que os X-Men se tornassem tão queridos e respeitados a ponto de serem convocados pelo presidente em pessoa para tal missão? O que aconteceu entre a ascensão e queda de Apocalipse? E mais importante: os mutantes não são temidos e/ou odiados pelos humanos? Ok, mais uma vez, sigamos o fluxo, pois o filme está divertido e o ritmo está bom.

Em resumo, nessa missão de resgate alguma coisas dão errado e no fim das contas Jean se sacrifica para salvar todos e acaba absorvendo, de alguma forma, a tal ‘energia solar’. Depois de aparentar estar morta e ficar flutuando pelo espaço, ela acaba sendo resgatada por Noturno(enquanto as leis da Física são ignoradas em nome do entretenimento popular). Contudo, ela sobrevive e desde já parece mudada, no mínimo abalada.

Ao retornar à Terra,  a equipe é recebida com festa. Crianças vão ao encontro dos mutantes com cartazes e eles consolidam sua imagem de heróis amados pelo povo. Xavier recebe uma medalha. Raven percebe que seu irmão adotivo está mudado, ele parece deslumbrado por essa aceitação popular e ela acredita que ele desvirtuou a ideia dos X-Men. Veja só, a Mística está questionando a moral do Xavier! Assim, eles se desentendem e ela vai até o Fera para dizer que deixará a equipe e o convida para que fuja com ela, afinal, por alguma razão, eles agora tem um crush um pelo outro e discordam dos métodos e atitudes recentes de Charles.

Enquanto isso, Jean e os mutantes mais jovens celebram o sucesso da missão enquanto a mutante Cristal canta no jardim animando a festa. E esse é o único momento em que você a verá. Na verdade você sequer saberia seu nome se não estivesse lendo aqui. Ela é apenas uma das diversas personagens desperdiçadas pela Fox a longo de todos esses anos.

A propósito, esse é também o único momento em que a palavra ‘Fênix’ é dita no filme. Scott conta para uma sedenta Jean (estamos falando de álcool) que as crianças da escola agora a tem como ídola e que a estão chamando pelo nome da mitológica ave, afinal, ela morreu no espaço mas voltou depois de estar envolvida por chamas.

É nesse instante que ela tem um blackout que é precedido por uma reação involuntária que acaba atingindo a todos na festa. Charles que estava na cerimônia com o presidente, sente algo com Jean e volta para escola. Ao perceber que ela está desacordada, tenta entrar em sua mente e fazê-la despertar mas acaba sendo expulso de lá. Então percebe que algo está muito errado com ela. Sim, só agora. Afinal, quem nunca absorveu uma bola de fogo esquisita no espaço, ficou flutuando sem vestimenta especial e sobreviveu de boas? Novamente, o filme tá dinâmico, vamos engolir.

Jean começa a ter lembranças de sua infância e sente que seu pai não morreu, indo atrás dele sozinha. Xavier recorre ao Cérebro para rastreá-la, já que não consegue mais entrar em sua mente. É então que ele conta para Raven e Hank/Fera que havia colocado bloqueios mentais em Jean quando ela era uma criança, pois ela estava passando por um trauma muito grande e tinha um enorme poder, o qual ninguém, inclusive ela ou ele mesmo, poderiam controlar. E agora, depois dessa experiência no espaço, ela havia quebrado esses bloqueios e estava com esse enorme poder novamente fora de controle.

Nesse meio tempo vemos uma raça alienígena que se apossa da personagem de Jessica Chastain (o nome da personagem é completamente irrelevante, e só é dito uma vez) e de outros personagens aleatórios. Não fica claro qual é o poder dessa raça, mas parece que eles tomam a forma humana daqueles que entram em contato com eles. Só o que fica claro é que eles vieram à Terra em busca de Jean após os eventos no espaço, e que vieram em três grupos.

Quando Jean encontra seu pai, ela percebe que ele simplesmente a entregou para Xavier após o acidente, pois não saberia lidar com uma criança com seus poderes e estava muito abalado pelo acidente que havia sido provocado por ela e causado a morte de sua esposa. E ele nunca a procurou ou se importou com ela. Tomada pela raiva ela começa a fazer com que os objetos da casa se movam, mas nada pior acontece já que os X-Men chegam a tempo de impedir.

A ideia era levar Jean de volta e tentar acalmá-la ou fazê-la ouvir as explicações de Xavier. Mas ela está tomada por raiva, rancor e desilusão. A princípio, tenta-se conversar. Scott/Ciclope, a pessoa mais indicada para convencê-la de qualquer coisa, falha. Depois vem a força. Cada um usa seu poder pra tentar atingi-la. Em vão. Entra em cena Peter (lembre-se, nesse Universo seu nome não é Pietro, ele não tem sobrenome e ninguém o chama de Mercúrio, fazendo dele o único mutante ao lado de Jean a não ter um codinome). Nessa nova geração dos X-Men que teve início em Primeira Classe, Peter acabou se tornando um dos (se não O) personagens mais legais. Sempre que entra em cena, essa acaba sendo uma das melhores sequências no filme. Quem conhece o personagem faz vista grossa ao fato de seu poder estar muito além do que é de fato nos quadrinhos, e ao fato de, assim como Raven, ele não ter o perfil padrão de um X-Men. Diversão, gente. Foca na diversão. Ele já havia tido um bom momento no espaço, e essa seria sua segunda participação no filme. Talvez a sua terceira linha de fala. No entanto, Jean, com apenas um movimento, o tira de cena. Ele fica desabilitado e praticamente não aparece mais no filme. Nenhuma novidade já que foi praticamente assim nos outros dois filmes em que participou. Nada mais do que dois bons momentos em cena, ainda que tenham sido suficiente para torná-lo queridinho do público, e, por causa disso, acabar se tornando membro da equipe.

Mais uma vez, por uma dessas razões que não sabemos explicar, Raven tem a simpatia e confiança de Jean e tenta a última cartada: conversar com ela e usar a empatia para convencê-la a voltar com eles. Mas Jean acaba jogando Raven contra umas ferragens que convenientemente estavam por ali, essas por sua vez atravessam a tórax da transmorfa, e ela morre ao dizer suas últimas palavras para Hank: ‘I love you!‘ (?!)

Vale lembrar, que no início dessa treta na rua dois carros de polícia passavam na rua e foram destruídos por Jean. Porque sim. Afinal, não havia razão até então para ninguém chamar a polícia, nem para que ela os atacasse. Mas ok, ela estava possessa e não queria papo. Vai ver que a polícia estava realmente passando por ali para atender um chamado e teve azar…

Pode-se dizer que a partir daí começa a descambar de fato. Até então, dava para aceitarmos algumas incoerências, ou pequenos ‘deslizes’ em nome da diversão. O filme estava mesmo legal. Um bom ritmo, trilha sonora incrível dando o clima certo (Hans Zimmer, né?!) e os efeitos especiais estavam bem feitos e convincentes. Dá pra engolir o roteiro. Mas parece que tudo isso fica por aí.

Nesse segundo terço há essa perseguição por Jean tanto pelos X-Men que sobraram e querem tentar trazê-la de volta à sua ‘sanidade’, como pelos militares (?) que a buscam por conta dos incidentes em que ela matou inocentes (??) e a polícia (!). Depois fica subentendido que na verdade esses militares estão à caça de Jean porque os alienígenas haviam se infiltrado em seu alto escalão e a transformaram em um problema de segurança pública.

Jean vai até Erik/Magneto para pedi-lo ajuda para se controlar e lidar com a culpa pela morte de inocentes, já que ele tem experiência no assunto. Erik estava em uma espécie de auto-exílio. Um lugar remoto, parecendo um país tropical, rodeado de mutantes aleatórios e ‘suspeitos’ fazendo sabe-se lá o quê. Seria Genosha? Ele diz que aquele espaço lhes foi cedido pelo governo e eles tem o direito legal sobre o mesmo. Mas o que eles fazem ali? E o que ele fez para que o Governo lhe cedesse tal espaço? E onde raios é aquilo? Nunca saberemos…

Jean não conta para Erik sobre o que lhe aconteceu nem responde à sua insistente pergunta sobre de quem seria o sangue em suas roupas (Raven, no caso). Vale lembrar que Raven havia tido ‘um lance’ com Erik nos filmes anteriores. Os militares a encontram, ela mata alguns, há uma disputa entre seus poderes telecinéticos e os magnéticos de Erik para ver quem consegue fazer um helicóptero militar decolar ou ficar no chão. Erik acaba vencendo por muito pouco e salva alguns militares. Jean vai embora e acaba de fazer mais um inimigo e ficar com mais raiva.

Hank decide que a morte de Raven é culpa de Xavier, abandona os X-Men, procura Magneto, conta pra ele que Jean matou Raven, os dois percebem que amavam a mesma mulher, e mesmo estando com raiva de Xavier decidem matar Jean. Nada mais lógico. Enquanto isso, os alienígenas finalmente encontram Jean, e apesar de parecerem até então querer matá-la, resolvem acolhê-la. Eles explicam que estavam no espaço perseguindo a tal ‘energia solar’ que foi absorvida pela mutante, pois esta havia consumido seu planeta natal bem como outros de sua galáxia. Observe que eles não usam o termo Força Fênix ou mesmo o nome da entidade cósmica, apenas dizem ser o ser mais poderoso da galáxia.

Aqui cabe comentar que nos quadrinhos a Fênix só toma tais atitudes quando já está hospedada em Jean. Ela está sedenta, faminta, e viaja pelo universo consumindo estrelas, planetas e galáxias inteiras para se satisfazer. É aí que ela desperta a ira dos Shi’ars, raça cujos remanescentes vêm à Terra buscar justiça e desejam a morte de Jean, para que a Fênix pague por seus pecados. No entanto, no filme não é nada disso. Eles são de uma raça pouco conhecido até mesmo pelos leitores mais assíduos dos quadrinhos mutantes, os D’Bari. E eles querem a força cósmica hospedada em Jean para reconstruir na Terra o Império destruído por essa mesma força. Mas isso só é citado em breve momento do filme e quem pisca perde.

Na sequência, há uma briga pelas ruas de Nova Iorque envolvendo os 3 X-Men remanescentes ao lado de Xavier (Ciclope, Noturno e Tempestade, estes tentando ‘ajudar’ Jean; Fera e Magneto juntamente de seus mutantes random tentando matar Jean porque eles estão com raiva de Xavier e o culpam pela morte de Raven; os alienígenas com nome e objetivo não tão claros; provavelmente a Unidade Contra Mutante (apesar de não fazerem diferença a ponto de serem lembrados com clareza); muitos inocentes.

Depois de muita gente inocente ferida e patrimônio público destruído, Jean entra na mente de Xavier e vê que suas intenções haviam sido boas, e que ele realmente só quis ajudá-la. A alienígena com nome dito pouquíssimas (quem sabe até uma única) vezes interpretada por Jessica Chastain (Vuk, só para constar mesmo) não se conforma com Jean ter desistido de matar todos mundo e a convence a transferir seu poder para ela. Jean concorda por não aguentar mais não ter controle sobre suas vontades e abraça a alien transferindo seu poder (?!).

Contudo Ciclope a interrompe, fazendo com que a transferência seja interrompida pela metade, mais ou menos. De alguma forma os mutantes são capturados e levados em custódia com colares que inibem seus poderes, semelhantes aos que vimos em Deadpool 2.

Isso nos faz pensar no seguinte: em que época se passa Deadpool 2? Afinal, ele vai até a mansão dos X-Men e a equipe aparece brevemente em uma sala. Mas tudo levava a crer que a história de seu filme solo se passa nos tempos atuais, e não nos anos 90… Ok, isso não faz tanta diferença. Provavelmente.

Chegamos ao último terço do filme. Enquanto os mutantes estão sendo levados em custódia pelos ironicamente denominados MCU (que não é um acrônimo para Universo Cinematográfico Marvel, e sim algo como Unidade Contra Mutantes ou de Contenção de Mutantes), eles são atacados pelos alienígenas. A luta que se segue entre os aliens e, a princípio os militares e depois com os mutantes, é bem violenta. Talvez até além do que uma classificação 12 anos permitiria. Provavelmente deveria ser 14 anos.

No fim, Jean se sacrifica novamente ao levar a Jessica Chestain Alien para o espaço, meio que a la Shiryiu aplicando o Último Dragão em Shura de Capricórnio. Nesse momento é única vez que vemos o formato da Fênix brilhar nos céus. Há uma breve conclusão da história, bem ‘meh‘ por sinal, mas que mostra que a Fox provavelmente tinha planos para dar sequência ao seu Universo Mutante: em um tipo de epílogo, vimos que a escola muda seu nome de Charles Xavier para Jean Grey, que Charles se exilou na França (?) e Magneto se ofereceu para ajudá-lo (?) enquanto jogam xadrez em um Café com a Torre Eiffel ao fundo. Hank assume a direção da escola.

Uma dúvida martela: se aquela energia solar/cósmica que foi absorvida por Jean era a Força Fênix, mesmo que não nominada no filme, por que temos um vislumbre da mesma na batalha entre Jean e Apocalipse no filme anterior? E se não era isso, então como ela se libertou dos bloqueios de Xavier, liberando seu real poder, e depois voltou a ficar ‘contida’?

Como dito no início, o primeiro terço do filme nos faz acreditar que teríamos dignidade para o encerramento da história desses personagens tão importante para a Marvel como um todo, afinal, os X-Men seguraram as vendas da editora nos anos 90, tiveram duas séries de desenhos animados de muito sucesso e abriram espaço para a nova e gloriosa fase da empresa no cinema. Porém, se perde de forma vergonhosa nos outros dois terços.

A impressão que se tem, é que cerca de 80% do orçamento para o filme foi utilizado nesse primeiro terço. Os efeitos especiais estavam tinindo, as cenas no espaço estavam convincentes. As cenas divertidas (apesar de manjadas) de Peter estavam lá. Até a Raven e o Fera estavam azuis o tempo todo. Mas fica só ali. Até no máximo uns 45 minutos de filme.

Depois, a personagem Jennifer Lawrence morre (não antes de aparecer desnecessariamente branca) e talvez não tenham precisado pagar o cachê completo dela, já que ela é quase um cameo no filme. Da mesma forma que o Fera também está branco a maior parte do tempo no filme. Fica a dúvida se isso se deve ao fato de o CGI para mantê-lo azul era muito caro/trabalhoso ou se havia alguma exigência contratual para que o rosto do ator aparecesse mais. As cenas de Peter também devem ser muito caras para o estúdio, então optaram por deixar um dos personagens mais populares de fora de 75% do filme.

Sophie Turner até conseguiu achar um bom tom para Jean Grey, mas acabou muito prejudicada pelo roteiro. Uma pena, estava começando a mostrar talento. Havia potencial.

O talentoso James McAvoy tinha um possível plot mostrando um Xavier manipulador e controverso e que acaba sendo uma das  maiores ameaças dos X-Men desperdiçados. É difícil dizer quem entre Michael Fassbender ou seu personagem Magneto foram mais mal aproveitados. Noturno finalmente teve uma participação interessante juntamente com Tempestade, porém durante pouco tempo. Essa segunda, teve uma sequência de efeitos especiais na cena em que os mutantes estão sendo levados em custódia que são dignos de filmes que não apenas se passam em 92 mas que parecem ter sidos feitos nessa época. Aliás, Exterminador do Futuro 2 de 91 teve efeitos mais bem feitos. Além do mais, sua atriz mostrou que tinha potencial para interpretar a forte Ororo, que poderia vir a ser a líder dos X-Men. Mas infelizmente parece que a Disney vai mesmo descartar todos os atores desse elenco.

O que dizer do pobre Ciclope, então? Um dos personagens mais icônicos da Marvel, com um história muita rica, um líder nato… Negligenciado solenemente durante quase 20 anos de filmes. Nunca mostrou a que veio de fato, exceto por alguns breves lampejos.

Em tempo, o que aconteceu com a Psylocke? Depois de entrar muda e sair calada em X-Men: Apocalipse, ela foi completamente ignorada nessa sequência. Fingimos que ela nunca existiu. Façamos o mesmo com Jubileu. Essa nem é uma personagem com tanta história na equipe, mas os fãs curtem. Sumiu sem dar explicações também. E nem vamos falar sobre Vampira, uma das favoritas dos fãs dos mutantes, nunca ter aparecido nessa fase dos X-Men no passado…

Afinal, foi isso que a Fox fez com o legado dos X-Men. Fritou tudo, deixou torrar, espremeu os personagens que haviam sido dados a bons e/ou populares atores, negligenciando outros que tinham maior importância nas histórias originais e jogou tudo no lixo.

Parafraseando Capitão Nascimento, eu não sei que vontade é essa que a Fox (a Sony e a Warner também não ficam para trás!) tem de fazer bobagem. A Marvel Studios está aí mostrando que dá pra fazer adaptações boas, que deslizes acontecerão, mas que seguir minimamente a história original pode dar certo. Eles acertaram com o primeiro Deadpool e com Logan. Até o Primeira Classe dava pra passar pois teve um bom roteiro. Mas no geral, o saldo é muito ruim.

Se você tem fé em alguma coisa, agradeça todos os dias pela Disney ter comprado a Fox. E peça que eles consigam manter a qualidade até então apresentada em suas produções, dando o tratamento que os mutantes merecem. E Fox, obrigado pelos serviços prestados. Tchau. Não sentiremos sua falta.

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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