Crítica | The Umbrella Academy (2ª Temporada)

A segunda temporada da série Original Netflix baseada em quadrinhos The Umbrella Academy estreou recentemente no serviço de streaming e tem feito bastante sucesso, sendo uma das mais assistidas desde então. E se você ainda não assistiu, está perdendo.

Essa nova temporada está tão boa, talvez até melhor em alguns momentos, do que a primeira. Na verdade, confesso que até mais ou menos o episódio 5 (são 10 no total) eu estava achando a temporada meio morna e um tanto repetitiva, tendo basicamente algumas adições na trama e mantendo a mesma ideia principal: viagem no tempo, um apocalipse ligado a isso e vilões tentando matar os mocinhos pra controlar tudo isso.

Porém, a partir daí, e especialmente nos 3 últimos episódios, ainda que essa ideia estivesse mesmo repetida, os desdobramentos da trama e plot twists que acontecem fazem tudo ficar incrivelmente divertido. Isso sem falar na ação que fica frenética e alguns momentos de de expectativa que nos fazem roer as unhas.

Sobre as sub-tramas que surgem nessa temporada, é muito legal ver como a representatividade e questões sociais que já eram levantadas na primeira temporada se intensificam nessa e ganham espaço de forma muito fluida. A questão da luta pelos direitos civis que é bem forte na primeira metade da temporada ficou excelente além de pegar um triste e importante gancho com o momento atual da nossa realidade.

Os atores tiveram a oportunidade de mostrar toda sua flexibilidade artísticas através das novas nuances que seus personagens ganharam. E falando neles, praticamente todos eles se desenvolvem muito. Os que acabam tendo menos espaço nesse sentido são Five e Luther, que já tinham tido bom espaço para desenvolvimento na primeira. Não significa que não sejam importantes e/ou bem utilizados nessa.

Os destaques em termos de crescimento nessa ficam por conta de Diego e Vanya (que continua sendo importantíssima para a trama no todo) e quem acaba sendo muito importante no fim da temporada com um arco que dá pra dizer que é até muito bonito é Ben.

Os efeitos especiais estão absolutamente perfeitos, não consigo apontar um momento sequer em que eles não estão lisinhos e executados com excelência, e isso faz toda a diferença na hora de passar credibilidade pra toda loucura psicodélica da série.

Outro destaque técnico que também melhora o que já era bom na primeira temporada é a trilha sonora. As músicas continuam sendo muito bem escolhidas e os momentos em que tocam são sempre os melhores. Lembra da ocasião de Don’t stop me now do Queen na primeira temporada? Temos agora uma situação um tanto parecida só que com Everybody dos Backstreet Boys (!?).

Posso estar enganado, mas provavelmente Gerard Way, criador da HQ na qual a série se baseia e que também é vocalista e líder da banda My Chemical Romance, deve ter participação na escolha dessa trilha sonora que está sempre ótima. Ah, também tem um momento dancinha à la Clube dos Cinco, assim como na primeira. Divertido e nonsense, novamente.

Além dessa referência, existem muitos outras à diversos segmentos da cultura pop, bem como easter eggs. É sempre divertido ficar os caçando e percebendo.

O final é de explodir a cabeça, [semi-spoiler alert] quem já assistiu a filmes como Planeta dos Macacos e De volta para o futuro, ou até mesmo está familiarizado com a HQ/Animação Flashpoint sabe do que se trata. [/spoiler]. E deixa boas pontas soltas para a próxima temporada, que já está confirmada e em desenvolvimento.

Assim sendo, dá pra dizer que o único problema dessa temporada é demorar um pouquinho pra engrenar de vez, apesar de começar com uma sequência bem intensa no primeiro episódio (no vídeo acima). Mas uma vez que pega embalo, fica até difícil parar. Vale muito a pena.

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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