Crítica | Power (Netflix)

Um filme de ação Original Netflix com Jamie Foxx, Joseph Gordon-Levitt e Rodrigo Santoro chama atenção e cria expectativas logo de cara. E talvez esse tenha sido o único problema de Power: criar muita expectativa.

Afinal, os últimos dois grandes filmes de ação originais do serviço de streaming haviam sido O Resgate, com Chris Hemsworth, e The Old Guard, com Charlize Theron, ambos excelentes. E veja bem, não é que Power seja ruim, longe disso. Ele só carregava a ingrata missão de ser tão bom quanto esses dois. E isso ele não é…

É bem verdade que os três atores principais que chamam atenção a princípio correspondem à expectativa. Rodrigo Santoro pode ser um tanto divisivo, no entanto. Soube que há quem tenha aplaudido e elogiado sua performance. Eu achei apenas boa, ele pode mais. Além do mais, sua participação é pequena. Mas os outros dois estão ótimos.

Mas quem rouba a cena mesmo é Dominique Fishback, intéprete de Robin. Além de sua atuação extremamente competente, estou abismado pois acabei de descobrir que ela tem 29 anos e interpreta uma adolescente no Ensino Médio (e eu acreditaria sem pestanejar que ela é realmente uma adolescente).

O filme tem ótimas sequências de ação, uma delas que envolve uma espécie de tanque, ou algo assim, onde uma pessoas fica trancada numa sala de vidro blindado, que é excelente, um ótimo recurso visual.

Como o filme trata de uma droga que confere poderes a quem a usa, foi necessário um capricho especial nos efeitos visuais, que não desapontam. Não chegam a ser excepcionais, mas também não comprometem.

Quanto ao roteiro, não exatamente muito profundo. Os personagens poderiam ter um pouco mais de desenvolvimento, especialmente o policial Frank, interpretado por Joseph Gordon-Levitt. Contudo, isso não chega a ser um problema de fato, só poderia ser melhor.

Além disso, algo que notei, que é essa trama da droga que confere poderes é exatamente igual ao que vemos na série Raio Negro, também da Netflix. Portanto, quem já viu a série, sabe exatamente o que acontece e o porquê disso no que diz respeito a tal droga. Foi copiado? Não sabemos. Mas certamente, não é nada original.

Essa trama da droga poderia levar a importantes questões sociais, como na série de super-heróis mencionada. Bem como há muito espaço para esse tipo de reflexão e debate no filme todo. Porém, apesar de parecer que vai trabalhar bem essas questões no início, a ideia praticamente é esquecida do meio pra frente, focando bem mais na ação que na história que parecia se desenvolver.

Mas tudo é uma questão de expectativa e do que se busca no filme. Se tudo o que você quer é um bom filme de ação, focado nas brigas, tiros, e no visual como um todo, esse é o seu filme. Agora se você esperava mais do que isso, ou algo realmente surpreendente como os dois últimos grandes filmes do gênero na Netflix, você pode se decepcionar um pouco. Em todo caso, ainda vale a pena assistir. É, no mínimo, um bom passatempo.

Thiago Amaral

Geek inveterado e consumidor assíduo e voraz de cultura pop. Enquanto não está lutando com a Aliança Rebelde, dá aulas de Inglês. Curte Marvel & DC. Retro Gamer. Conhecido no underground como Pai da Alice.

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