Crítica | Pantera Negra
Há dez anos, quando o Universo Cinematográfico Marvel ainda dava os seus primeiros passos, era difícil imaginar o quão rico e abrangente o projeto se tornaria. À medida que heróis iam se juntando ao panteão do UCM, os sonhos tornavam-se mais ambiciosos e as apostas mais arriscadas, mostrando a cada filme que ainda há muito a ser desbravado.
Agora, em seu 18º filme, a Marvel nos apresenta a uma nova faceta do UCM, com um filme completamente diferente de tudo que fora apresentado até aqui.
Pantera Negra retoma parte dos eventos que presenciamos em Capitão América: Guerra Civil. O longa nos mostra um T’Challa que ainda está lidando com a morte de seu pai e as consequência que a acompanham.
Em meio a esta transição, o filme nos apresenta ao fantástico universo de Wakanda, país que agora deve ser governado por T’Challa. Unindo tecnologia a traços étnicos africanos, o país apresenta um design extremamente inovador e belo, diferente de tudo que já foi visto no UCM.
Além do visual todo o longa apresenta uma aura diferente e fortemente influenciada pela cultura africana ou afro-americana. Com uma trilha sonora marcante que mescla o clássico com o hipo-hop, o filme consegue ter uma identidade própria que o distingue de qualquer outro material feito pela Marvel.
Interpretado por Chadwick Boseman, T’Challa cumpre bem o seu papel de protagonista, com uma atuação competente e um arco interessante. Contudo, é graças ao elenco de apoio que o filme atinge seu inteiro potencial. Com atores como Forrest Whitaker, Michael B. Jordan, Lupita Nyong’o, Danai Gurira, Daniel Kaluuya e Letitia Wright, o filme tem um dos elencos mais robustos do UCM e que fazem jus ao peso que trazem.
Aqueles que costumam reclamar do excesso de piadas nos filmes da Disney devem se alegrar. Após um Thor: Ragnarok que exagerou a mão nas piadas, Pantera Negra consegue ser um filme tenso, com um subtexto enriquecedor e com um humor muito pontual e eficaz. As piadas não aparecem em qualquer momento, sendo sempre usadas em concordância com o tom da cena ou a personalidade de seus personagens.
Diferente de muitos filmes da Marvel, este consegue trazer diversas discussões pertinentes que extrapolam o universo fantástico. Temas como opressão, preconceito e marginalização conseguem ser inseridos na trama sem parecer um filme de engajamento ou pura propaganda.
Pantera Negra não só é um filme competente mas também uma expansão incrível do Universo Cinematográfico Marvel. Com uma identidade própria, extremamente fiel à sua raiz, o filme apresenta um novo mundo, novos personagens e conceitos, tudo com maestria. O roteiro bem amarrado, atrelado a um vilão interessante e conflitos com consequências reais tornam o filme ainda mais impactante. O elenco estrelado recheia o longa de personagens carismáticos que tornam o filme uma jornada totalmente gratificante.
Além do entretenimento, existem diversas outras questões que tornam Pantera Negra um filme importante e merecedor de todo o sucesso que há de fazer. Sem dúvidas, o filme é um dos maiores acertos da Marvel nos últimos anos.
Pantera Negra está em cartaz nos cinemas.