Crítica | Os Defensores

Em 2008, com o lançamento de Homem de Ferro, a Marvel deu início a uma revolução cinematográfica de filmes de super-heróis que culminaria no que conhecemos hoje como Universo Cinematográfico Marvel (MCU). Eram basicamente filmes de super-heróis, contando inicialmente suas origens, mas que estavam interligados para chegar no resultado final que seria o filme dos Vingadores, em 2012. E não foi diferente na Netflix, já a Marvel utilizou o mesmo projeto para o lançamento de suas séries, começando por Demolidor em 2015 e culminando em Os Defensores, que estreou na ultima sexta-feira (18). 

A ideia da série era basicamente juntar os personagens das outras 4 series, Demolidor, Jessica Jones, Luke Cage e Punho de Ferro, para combater um inimigo em comum, o Tentáculo, uma organização já apresentada nas séries anteriores, mas nunca derrotada por completo. Utilizando aspectos já mostrados em momentos anteriores, a série nos mostra a organização de uma outra forma, agora abordando a ação dos 5 líderes, que descobrimos que eram exilados de K’un Lun.

Mas a série funciona?

Em alguns aspectos sim, em outros ela acaba cometendo os mesmos erros das séries independentes. Enquanto as coreografias de luta continuam incríveis (Punho de Ferro não conta), o excesso de diálogos lentos e a falta de ação em algumas partes deixam a série devagar e um pouco cansativa, apesar de serem apenas 8 episódios.

O primeiro episódio é bem lento, ele se propõe apenas a mostrar como estão os 4 heróis depois do fim de suas últimas temporadas, mostrando como cada um vem lidando com os efeitos dos últimos acontecimentos. No decorrer dos primeiros episódios, podemos notar como a série é construída, dividindo os nossos heróis em dois grupos, com Demolidor e Jessica Jones de um lado e Luke Cage e Punho de ferro do outro.

Eles acabam se encontrando em situações diferentes, com Matt auxiliando juridicamente Jessica numa detenção e Luke esbarrando em Danny enquanto investigavam o mesmo local, porém por motivos diferentes. Eles só vão se encontrar realmente no fim do terceiro episódio, quando podemos ver os quatro juntos em ação pela primeira vez. Contudo, o que seria motivo de felicidade acaba se tornando uma frustração, pois essa é a primeira de apenas 3 vezes em que eles lutam juntos, o que para uma serie que se chama Os Defensores, é considerado bem pouco.

A história da série acaba colocando Danny como elo principal que liga o grupo de heróis ao Tentáculo. Como Punho de Ferro, o herói se torna alvo dos integrantes do Tentáculo, uma vez que seus poderes místicos podem abrir uma porta escondida em Nova York, que dá caminho a uma caverna que guarda um segredo muito cobiçado pelo Tentáculo.

Stick, outro velho conhecido da série do Demolidor, surge como um guia em meio ao caos para trazer mais explicações sobre o que o Tentáculo busca e como funciona, além de conseguir contar a Danny mais sobre sua origem e como o Casto funcionava e foi exterminado. Ele também acaba unindo os heróis, que acabam se afastando um pouco mas logo depois se juntam novamente, notando a gravidade da situação.

Apesar do vilão ser o TentáculoAlexandra, personagem de Sigourney Weaver, acaba trazendo de volta dos mortos uma antiga conhecida de Matt, Elektra, com a ajuda dessa substancia dos ossos do dragão. É possível notar que a serie tenta estabelecer uma relação quase que de mãe e filha entre AlexandraElektra, que funciona muito bem e que nos da a maior reviravolta da série e que nós deixa bem surpresos, que é o assassinato de Alexandra pelas mãos de Elektra.

A série se arma para introduzir um final definitivo para o Tentáculo, que acaba sendo bem fraco e falha em nos trazer fortes emoções ou até mesmo empolgação para os acontecimentos. É possível sentir até um pouco de tédio quando vemos as cenas, e só realmente vibramos com as ótimas coreografias de lutas que a Netflix sabe fazer. O final nos deixa com dúvidas sobre o que vai ocorrer nas próximas temporadas de cada personagem, porém não nos deixa claro ainda algum motivo que faça com que eles se juntem novamente em uma segunda temporada de Os Defensores.

Vale a pena ver?

Sim, Defensores é uma séria boa. Ela não é espetacular como foi Demolidor, mas também não foi a bomba que Punho de Ferro provocou nas críticas quando estreou. A química entre os personagens funciona bem, principalmente entre Luke e Danny, o que pode até render uma serie dos dois personagens juntos como é nos quadrinhos. Jessica Jones é o ponto de escape com seu humor e sua excentricidade. O ponto alto de interpretação é sem duvida Charlie Cox. Ele faz novamente um extraordinário papel de Matt Murdock, e sua atuação como cego está tão perfeita que tem momentos que realmente parece que ele é cego. As expectativas para a próxima série de Demolidor são as mais altas possíveis, não só pela atuação de Cox mas pela curiosidade com qual foi o destino do personagem após os acontecimentos de Defensores.

Logo após os créditos, temos uma ótima surpresa. A Netflix incluiu um pequeno teaser de Justiceiro, e após a apresentação do personagem na ultima temporada de Demolidor, essa série é sem duvida uma das mais aguardadas pelos fãs de quadrinhos.

E vocês, o que acharam da série? Deixem aí nos comentários!

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

You may also like...

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *