Crítica | Morbius

Vilões sempre despertaram um certo fascínio na sociedade. Personalidades reais como John Dillinger, Ted Bundy, Pablo Escobar, ou fictícias como Walter White, Darth Vader, Thanos, conseguem criar o interesse do público em suas trajetórias, seja por carisma, discursos contundentes ou até mesmo pelo ódio ao personagem.

Agora, em sua tentativa de criar um MCU aproveitando apenas personagens do universo do Homem-Aranha, em especial os vilões, a Sony coloca Morbius, vilão apresentado nos quadrinhos, no foco de uma obra na tentativa de cativar o público com um vilão que, infelizmente, carece de carisma, discurso contundente ou até mesmo ódio do público.

Vampiro doidão

O longa apresenta o médico Michael Morbius (Jared Leto), que sofre uma severa doença que o faz necessitar de diversas hemodiálises por dia, além de o debilitar fisicamente. Morbius passa sua vida dedicando seu tempo e inteligência em encontrar uma cura para si e seu melhor amigo, Lucien (Matt Smith), doravante apelidado de Milo.

O longa não se preocupa muito em desenvolver subjetividades do personagem e corre um pouco para estabelecer que após alguns experimentos o protagonista agora possui poderes que lhe servirão como bênção e maldição.

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Porque choras Edward Cullen

Uma das principais falhas do filme é em estabelecer Morbius como um vilão, ou até mesmo como um herói. O personagem é insosso, sem carisma e parece apenas se mover como reação aos eventos que sucedem no filme, sem nunca se impor como um agente de fato da história.

Por conta disso, Morbius não consegue convencer e conquistar como um herói tampouco promete ser um vilão com potencial em futuros filmes. Por se tratar de um protagonista, o que ficou parecendo é que o estúdio teve medo de entregar um personagem realmente perverso, ou sequer mal.

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Não-jornada do vilão

Obras que retrataram vilões de forma primorosa, são aquelas que não tiveram medo de expor o lado sombrio de seus personagens principais. Assim, Morbius é um heróis sem graça durante todo o filme com uma promessa de possa exercer um papel mais nefasto no futuro do MCU da Sony.

No fim das contas, não fica claro se o filme quer fazer de Morbius um herói ou apresentá-lo como um vilão para o futuro. Ele não é competente para nenhuma das duas atribuições.

Conclusão

Em uma tentativa de aproveitar todo e qualquer personagem de uma marca valiosa, a Marvel, a Sony dá um exemplo do que é fazer um filme para se valer de um nome e lore, entregando um filme raso, insosso e que quase nada fica na mente após a sessão.

Uma pena que dentro de um segmento como o Spiderverso, com personagens tão interessantes, a Sony insista em fazer filme de qualquer coisa para fazer receita. Isso só assusta mais para o vindouro filme do Kraven.

Morbius chega aos cinemas no dia 31 de março.

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.