Crítica | Deadpool 2 (Sem Spoilers)

Lançado em 2016, Deadpool representou a redenção de Ryan Reynolds pela famigerada versão do personagem que interpretou em X-Men Origens: Wolverine. Provando que filmes de super-heróis voltados para um público acima dos 18 anos era um negócio rentável, o filme abriu as portas para outros títulos como Logan, e tornou-se um marco no gênero.

Fruto do engajamento e dedicação de Reynolds, o primeiro longa lutou por uma aprovação da Fox, bem como por um orçamento que permitisse a realização do filme. O resultado foi um longa extremamente inventivo e um roteiro contido por conta do orçamento modesto.

Agora, após o sucesso do primeiro filme, Deadpool está de volta em uma sequência que conta com um orçamento maior, um elenco mais robusto e a pressão de superar o primeiro.

Nonsense nas telas

Assim como no primeiro filme, Deadpool 2 é marcado pelo seu humor politicamente incorreto, que beira o nonsense em diversos momentos. São raros os momentos em que o filme não traz alguma piada, uma tirada ou alguma referência. No entanto, o filme funciona muito bem desta maneira, é a fórmula Deadpool.

Neste período de fortalecimento do politicamente correto, o filme consegue fazer piadas questionáveis sem ser ofensivo, usando principalmente do “contra-argumento” como trampolim. Utilizando personagens como Negasonic Teenage Warhead e o taxista Dopinder, o filme consegue, de maneira competente, criar situações moralmente questionáveis a fim de alavancar piadas que envolvam etnias, orientação sexual e apropriação cultural.

Como visto nos trailers, o filme brinca bastante com franquias de outros estúdios, o que reforça o humor nonsense e agracia aqueles que apreciam uma boa referência.

Roteiro GG

Uma das maiores evoluções em Deadpool 2 é a sua trama. O segundo longa abandona o roteiro contido e minimalista para apresentar uma grande aventura, uma equipe e múltiplos vilões. Com duração de aproximadamente duas horas, o filme traz atos bem desenvolvidos que funcionam em harmonia com a tempestade de piadas.

Há também um certo equilíbrio entre momentos mais sérios e as piadas. Obviamente, Deadpool 2 não é um filme cujo foco é ser sério. No entanto, estes momentos ajudam a dar seguimento a trama que se apresenta mais completa que a do primeiro filme.

Cable e a X-Force

Cable, personagem vivido por Josh Brolin (Vingadores: Guerra Infinita), é um dos pontos altos do longa. Trazendo uma dose de seriedade para o filme, é impressionante como o personagem funciona com sua contra-parte. A interação entre Deadpool e Cable é extremamente interessante.

Apesar de uma introdução apressada e de explorar pouco o passado do personagem, Brolin consegue entregar um personagem que certamente cairá nas graças do público.

A X-Force, por sua vez, é uma excelente adição ao filme. Apesar de ser menos impactante do que os trailers mostravam, a equipe traz alguns personagens engraçados, que rendem alguns easter-eggs absolutamente incríveis. (Fiquem de olho no Vanisher!)

Melodrama

Enquanto muitos reclamam do excesso de piadas nos filmes da Marvel Studios, no caso de Deadpool são alguns momentos de “seriedade” que podem incomodar. Em um filme nonsense e despretensioso como este, alguns momentos melodramáticos e “emotivos” podem parecer deslocados em meio à trama.

Conclusão

Deadpool 2 é um longa extremamente divertido e bem humorado, como era de se esperar. Trazendo uma explosão de piadas e referências, o filme consegue equilibrar bem personagens sérios criando interações divertidas e expandindo ainda mais a fatia do universo X-Men que o Mercenário Tagarela pertence.

Deadpool 2 chega aos cinemas no dia 17 de Maio.