Capacitor Indica | Manhunt: Unabomber (Netflix)
A Netflix se consolidou como o melhor e maior serviço de streaming. Com um portfólio recheado, capaz de agradar até o telespectador mais exigente, não é difícil se perder no oceano de conteúdo disponibilizado no serviço.
Seguindo a nossa iniciativa “Capacitor Indica“, resolvemos trazer a minissérie – Manhunt: Unabomber.
A minissérie foi criada por Andrew Sodroski e produzida pelo Discovery Channel. A obra chegou na Netflix no dia 14 de Dezembro.
O enredo gira em torno de uma série de atentados à bomba durante os anos 80 pelo terrorista Ted Kaczynski, aka “Unabomber”. Na produção audiovisual, Ted é interpretado por Paul Bettany (o Visão do MCU). Paul aparece irreconhecível na obra e dá um show de interpretação. Ele consegue transmitir a genialidade e a fragilidade de Ted de maneira magistral.
Por apresentar 160 de QI, o “Unabomber” conseguiu se manter anônimo por muitos anos, fazendo com que uma força tarefa para capturá-lo fosse criada. As principais autoridades da força tarefa insistiam em abordagens arcaicas e não compreendiam o terrorista, dificultando ainda mais a sua apreensão.
A situação só foi ser revertida com a chegada do agente Jim Fitzgerald, interpretado por Sam Worthington (Avatar). Jim utiliza uma abordagem até então inédita no FBI e que não era bem aceita na época: a linguística forense. Apesar da boa atuação de Paul Bettany, o mesmo não pode ser dito de Sam Worthington. Com um personagem caricato e superficial, o ator mais uma vez entrega uma interpretação sem profundidade.
Ao analisar as cartas e o popular manifesto escrito por Ted, Jim consegue criar um perfil mais preciso do terrorista e avançar as investigações. A obra consegue desenvolver bem seus dois principais personagens: Jim e Ted. Além de exibir as consequências da investigação para Jim, a produção consegue de certa forma humanizar Ted, mostrando que talvez ele não tenha sido completamente culpado por suas ações e que algumas de suas declarações apresentam sentido e um grau de veracidade.
Ted afirmava em seu manifesto “A Sociedade Industrial e Seu Futuro” que a sociedade havia sido dominada pela tecnologia, tornando-se uma refém da tecnologia e industrialização. Por conta desses dois processos, as pessoas são obrigadas a realizarem ações que vão de encontro com o comportamento natural humano.
A obra do Discovery Channel tem diversas semelhanças com Mindhunter, que inclusive já indicamos no nosso quadro. As duas produções são baseadas em fatos reais e apresentam uma obsessão dos agentes investigadores com os criminosos investigados. Além disso, as duas obras destacam a utilização de práticas inovadoras para capturar/estudar os suspeitos.