Capacitor Entrevista | Jadna Lima, fotografo brasileiro em Buenos Aires

O dia 8 de março é marcado como uma homenagem a um grupo de mulheres que no ano 1857 foram queimadas durante um protesto por direitos em uma fábrica têxtil de Nova York. Desde então algumas coisas mudaram, e entre elas, o protagonismo feminismo em diversas áreas intelectual e profissional.

É nesse cenário que no meio dos fotografos brasileiros em Buenos Aires, encontramos Jadna Lima, que reflete em seu trabalho a liberdade que almejava.

Confira abaixo, a conversa que tivemos com ela:


O Capacitor – Conte um pouco sobre sua trajetória. Como foi sair do Brasil para se aventurar na Argentina

J. L. – Sou alagoana, filha caçula de uma família simples que vivia no interior de Alagoas. Aos 11 anos fui morar em Maceió – capital. Onde formei e antes de fotografar exerci as profissões de Administradora de Empresas e Advogada. Essa aventura não tem muita explicação, porque essa decisão ocorreu assim do nada… Levava uma vida tradicional na qual meu tempo era dividido entre trabalho, estudos, amigos e família. Mas logo, ao visitar Buenos Aires em 2015 em férias com uma amiga, nasceu o desejo de mudar os ares, não necessariamente pensei na Argentina, pensei que eu merecia viver outras experiências, conhecer outra cultura, aprender um idioma novo. E sabia que tinha toda uma estrutura familiar para me apoiar nessa decisão e não pensei duas vezes. Em 3 meses resolvi tudo, pesquisei que país seria, terminei escolhendo a Argentina, pedi demissão do escritório de advocacia que trabalhava a 5 anos, expliquei o que queria fazer aos meus pais, e já inicie o processo com documentação para o país novo e aqui estou. (Fazendo a retrospectiva, aos sorrisos, Jadna acha tudo meio louco)

O Capacitor – E sua aproximação com a fotografia, como aconteceu? Teve influências?

J. L. – Então, acredito que a fotografia está no sangue, tenho um tio que fotografou durante muito tempo e ele sempre esteve presente registrando os eventos da família. Certeza que minha ligação já vem daí…Eu também sempre fui a amiga do grupo que registrava tudo e algo mais. Certa feita resolvi fazer um curso de fotografia e comprei uma câmara semiprofissional. Nada muito pensado, queria mesmo aprender um pouco mais e melhorar o que eu gostava de brincar de fazer. Nunca imaginei que iria virar coisa séria.

O Capacitor –  Quais são suas motivações dentro da fotografia?

J. L. – Minha maior motivação são as pessoas e suas histórias. Muitas das quais tomo conhecimento de coisas importantes daquele casal ou daquela família bem antes da sessão e isso me deixa extremamente lisonjeada pela confiança depositada.

O Capacitor – Enquanto uma fotografa profissional, quais principais dificuldades você encontra?

J. L. – As dificuldades são diversas como qualquer outra carreira, nada é fácil. Principalmente quando se está em um país desconhecido, ninguém sabe de você, muito menos do seu trabalho. Ganhar espaço dentro de um mercado novo esta sendo um dos maiores desafios. Mas com um pouco de estudo, organização e trabalho duro é possível chegar lá, basta ter um pouco de paciência e dedicação.

O Capacitor – Hoje em dia, inúmeras pessoas possuem celulares capazes de tirar fotos, o que terminou popularizando as famosas selfies. Como você enxerga esse movimento para a fotografia? Você acha positivo?

J. L. – Verdade. Não tenho nada contra selfie, até tento algumas, mas como todo mundo o resultado nunca é o que esperamos. Até me divirto com os clientes sobre a “tal selfie”. Porém nenhuma selfie se compara a uma foto tirada artisticamente por um profissional que estudou e sabe enquadrar, usar a luz em benefício do fotografado e daquele cenário escolhido, sem contar que todos vão estar na foto. Casais, Famílias e principalmente quem viaja sozinho sabe bem a tortura que é isso, volta pra casa com milhões de selfies ou alguém sempre fica de fora. Um fotógrafo profissional para garantir a foto perfeita será sempre o melhor investimento.

O Capacitor – Acompanhando suas postagens nas redes sociais nota-se que você é uma pessoa muito alegre e descontraída. É assim também no seu trabalho? Qual seu diferencial?

J. L. – (Com um grande sorriso) Sim, essa sou eu mesma. Gosto de simplicidade e AMO fotografar pessoas que se identificam com meu jeito de ver a vida. Durante os ensaios anseio por momentos leves e descontraídos sem intervenções nem poses forçadas, quero que as pessoas sejam elas mesmas conectando-se e vivendo esse momento único que é a viagem. Acredito que a alegria e as maluquices que mostro nas minha historias diariamente faz toda diferença!

O Capacitor – Ainda skalteando suas redes sociais, vimos que você é muito popular. Como você lida com toda essa atenção?]

J. L. – É muito gratificante receber o carinho de pessoas que acompanham meu trabalho. É minha segunda família, me fazem companhia e quando sumo por alguns dias sempre tem gente que me escreve pra saber se está tudo bem. Eu adoro! A rede social é muito bacana porque aproxima quem está longe e nos faz sentir mais íntimo com quem está a milhões de quilômetros e isso eu gosto muito.

O Capacitor – Que tipo de ensaios você realiza? E Como funciona?

J. L. – Realizo ensaios românticos, lua de mel, pedido casamento surpresa, thras the dress, pré ou pós wedding, gravidez, fotos de família, 15 anos, individuais, fotos entre amigos, fotos em grupo, aniversário casamento, renovação de votos e mini wedding. O ensaio se torna um tour privado e personalizado. O roteiro onde vamos fazer as fotos é totalmente personalizado de acordo com o gosto e preferencia do cliente. Enquanto apresento a cidade para eles e conto um pouquinho do que sei de cada ponto vou fotografando tudo para que no final levem para casa as melhores lembranças da viagem.

Para conhecer mais do trabalho da Jadna, basta acessar o seu site.

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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