Capacitor Entrevista | Eduardo Krauze, escritor do livro Mundo Desolado

Atualmente, no Brasil, tem sido relativamente fácil encontrar jovens autores nacionais, que com estilos diversos, tem entregado histórias capazes de fisgar o leitor e proporcionar do escape da realidade até reflexões capazes de mudar modos de vida.

Recentemente, tivemos o prazer de bater um papo com um desses autores, e assim apresentamos abaixo a entrevista que fizemos com o Eduardo Krauze, ator do livro Mundo Desolado, primeiro volume da saga A Crônica do Andarilho dos Sonhos.

Eduardo Krauze

Confiram:

O Capacitor – Para começarmos que tal você se apresentar para os nossos leitores. Quem é Eduardo Krauze?

E. K. – Olá, como vão vocês? Eu vou muito bem, obrigado! Meu nome completo é Eduardo Krauze de Oliveira e nasci e fui criado em uma cidade do interior do Rio Grande do Sul, com menos de 3.000 habitantes. Com 16 anos me formei no ensino médio e saí de casa para cursar a faculdade de Arquivologia, uma graduação que a maioria das pessoas nem sequer sabe que existe e, para ser completamente sincero, eu nunca verdadeiramente gostei. Tão novo, eu não tinha como saber exatamente o que queria, mas meu tempo na faculdade foi definitivo para que eu pudesse compreender qual caminho desejava trilhar. Foi lá que conheci o RPG de mesa, uma espécie de jogo de interpretação de papéis similar a um teatro, e através dele tive a oportunidade de contar minhas primeiras histórias e perceber o quanto eu gostava de fazê-lo. Hoje, com 25 anos e vendo meu primeiro livro recém publicado, posso dizer que estou certo das decisões que tomei. Ainda que a jornada pela frente seja longa e árdua, pretendo aproveitar cada pedacinho deste caminho. 

O Capacitor – No meio literário muito se fala no hábito da leitura, antes mesmo de se criar o hábito da escrita. Baseando-se nisso como foi que começou sua relação com os livros? Quais autores você leu? Quais te fascinaram? Você lembra quais livros te levaram a se apaixonar pela leitura?

E. K. – Fui alfabetizado muito cedo, com 4 anos já sabia ler. Minha mãe era professora de séries iniciais e sempre incentivou muito a leitura, me dando coleções de livros infantis de presente e lendo-os para mim. Depois de crescer um pouco, acabei me afastando por algum tempo da leitura. Como as outras crianças, queria brincar de carrinho, jogar bola e correr por aí, e por algum tempo foi o que eu fiz, isso até surgir uma história que chamou e muito a minha atenção. Não apenas a minha, mas de uma geração inteira: a saga Harry Potter. Harry Potter foi a história que resgatou o hábito da leitura no meu caso, abrindo as portas de um universo fantástico. Depois da saga, li as Crônicas de Nárnia (de C.S. Lewis), O Senhor dos Anéis (de J.R.R. Tolkien), e tantos outros clássicos da literatura fantástica. E estes foram alguns dos livros que me tornaram um leitor ávido, mas o crédito maior é com certeza da saga Potter, que foi o que me trouxe de volta para a literatura.

O Capacitor – Já se adentrando na questão da escrita, conta um pouco para a gente como surgiu esse hábito em sua vida? Você teve alguma influência?

E. K. – A escrita entrou mais tarde na minha vida, pelo menos uma escrita que eu levasse a sério. Quando era mais novo, durante o período da escola, eu escrevia algumas coisas para mim mesmo. Nada muito sólido ou digno de nota, apenas alguns poemas, histórias das quais eu escrevia dois parágrafos e esquecia a existência, e uns poucos contos. Depois de começar a jogar RPG de mesa com meus amigos durante a faculdade, passei a considerar mais seriamente a ideia de escrever um livro, mas ainda assim, ficava apenas na imaginação e eu nunca sentava de fato para organizar minhas ideias no papel. Foi um pouco mais tarde, quando terminei a leitura de um livro chamado “O Nome do Vento”, que surgiu em mim uma vontade verdadeira de escrever. O Nome do Vento foi uma história que ressoou em mim. Sabe aquele livro que você lê e sente que foi escrito para você? Se você é leitor e já sentiu isso antes, você entende o que estou falando. Mas o fato é que quando terminei a leitura e fechei o livro, lembro de parar e pensar “Cara, eu nunca vou conseguir escrever algo assim, mas eu preciso muito tentar.” E então eu tentei, e agora, alguns anos depois, tenho a alegria de ver o meu livro publicado.

O Capacitor – Como é conciliar o processo de escrita as outras áreas de sua vida, como o trabalho/estudos, a vida pessoal, o tempo com os amigos?

E. K. – No começo foi um pouco difícil, mas com o tempo escrever tornou-se parte da minha rotina. No entanto, estabelecer esta rotina foi a parte trabalhosa. Escritores, quando não sob contrato, geralmente não tem chefes ou horários a cumprir, o que pode ser muito bom se você é alguém muito focado, ou pode ser muito ruim se você é como eu e se distrai com facilidade. Para evitar as distrações e conseguir focar na escrita, fui bastante extremo quando decidi me tornar escritor. Conversei com minha avó, que morava em um sítio a 12 KM de distância da cidade mais próxima, e fui morar com ela. Lá eu não tinha internet e praticamente não ligávamos a televisão. Neste ambiente, consegui me concentrar e estruturar o meu tempo para escrever a história das páginas de Mundo Desolado.

O Capacitor –  Como foi a recepção de seus familiares e amigos quando você revelou que estava escrevendo um livro?

E. K. – Conversei com minha família antes de começar a escrever e todos eles me apoiaram. Na época eu morava em Santa Maria, a cidade onde fiz faculdade, e trabalhava em um supermercado. Depois de conversar com meus familiares e falar a respeito dos meus planos, eles me incentivaram a correr atrás dos meus sonhos e eu larguei meu emprego para fazê-lo, voltando para a minha cidade de origem. O apoio das pessoas próximas a mim foi essencial para que eu tivesse a coragem de entrar de cabeça neste universo literário. E quanto aos meus amigos, a grande maioria comprou o livro já na pré-venda e foram, possivelmente, as únicas pessoas que o fizeram. Assim como meus familiares, não tenho palavras suficientes para agradecê-los.

O Capacitor – Recentemente, acompanhamos o fechamento de grandes livrarias nas diversas capitais pelo Brasil, juntamente com o agravamento da pandemia, que levou ao lockdown em muitas regiões, a distribuição dos livros ficou ainda mais desafiadora. De que maneira esses fenômenos impactam na vida de um escritor? Além disso, você pode nos falar um pouco sobre as principais dificuldades que você encontra, enquanto escritor no Brasil?

E. K. – O momento que vivemos é realmente complexo e sem precedentes, e seria uma mentira se qualquer um dissesse que sabe com certeza o que o futuro reserva para o mercado literário no Brasil. No entanto, ao mesmo tempo em que livrarias físicas fecham, o mercado de livros digital nunca esteve tão movimentado, tanto na venda de Ebooks quanto de exemplares físicos pela internet. É claro que todos sentimos os efeitos da pandemia. De minha parte, talvez por ser um escritor iniciante e pela distribuição do meu livro não exigir uma grande logística, estes efeitos não parecem ser tão agravados. Quanto as dificuldades em geral de trabalhar com a literatura, acho que elas são as mesmas enfrentadas por qualquer um que se dedique a cultura em nosso país. Existe uma falta de incentivo governamental que já vem de décadas e que parece apenas fazer crescer. Aliado a isso, uma parte da população parece pensar que a cultura é algo supérfluo, desnecessário, até mesmo um luxo. Quando na verdade o que ela representa é a nossa identidade e nossa capacidade de crescer enquanto sociedade. Mas felizmente, esta parte da população incrédula parece estar diminuindo cada vez mais, e hoje em dia vê-se muita gente, e gente jovem inclusive, com cada vez mais interesse na literatura. A nós escritores resta apenas continuar trabalhando e fazer o possível para espalhar este trabalho pelos quatro cantos do nosso Brasil.

O Capacitor – Infelizmente, no Brasil, ainda existe muita resistência acerca da leitura, e com os valores dos livros cada vez mais elevados, o acesso a eles pelos mais jovens tem se tornado mais difícil. Enquanto leitor e agora, também, como escritor, como você enxerga isso? Tem sugestões para que a gente possa começar a mudar esse quadro?

E. K. – Embora não seja nem um pouco encorajadora a ideia de novas taxas e impostos que venham a acrescentar no preço final de um livro, eu acredito que os Ebooks apresentem uma ótima solução neste caso. Enquanto o preço de capa de um livro em formato físico pode chegar a 50, 60, 70 reais dependendo da edição, um Ebook custa uma fração disso. Quando eu tinha 17 anos e estava na faculdade, desembolsar 70 reais em um livro que não fosse didático custaria caro ao meu bolso. Mas pagar 10 reais pelo mesmo livro em formato digital não seria pesado. Pegue por exemplo o meu livro: Mundo Desolado está atualmente a venda em formato físico por R$ 35,90 na loja da editora PenDragon, mas por R$ 12,90 você consegue adquirir a mesma história, em formato digital, na Amazon ou em outras plataformas de venda de ebooks. Se você, assim como eu, é uma pessoa que prefere livros físicos e pode adquiri-los, tudo bem, eles ainda estarão disponíveis para você, mesmo que o preço possa a vir a flutuar por conta de eventuais taxações. Mas se você quer economizar, não tem problemas de ler no seu celular ou tablet, ou mesmo não tem mais espaço para colocar os seus livros, o formato digital é uma excelente e barata alternativa.

O Capacitor – Entrando um pouco no campo da publicação, um dos principais debates da atualidade é acerca da expansão dos Ebooks. Como você vê essa nova tendência da atualidade? As tecnologias tem sido facilitadores no processo de criação e escrita?

E. K. – Esta pergunta já foi parcialmente respondida na anterior. Mas complementando o que eu disse, sou bastante favorável aos Ebooks. Do ponto de vista dos ganhos do escritor, a diferença não é tão significativa e, falando especificamente do meu ponto do vista, o que mais me interessa é que a história chegue ao leitor, independente do formato. E não há dúvidas de que as tecnologias facilitam o processo de escrita, tanto com ferramentas que auxiliam o escritor durante o processo, quanto com a enxurrada de informações facilmente acessíveis para as pesquisas. No entanto, como sempre, também é necessário um pouco de cautela na hora de filtrar o que é realmente útil, e o que pode atrapalhar na hora de escrever.

O Capacitor – Agora, falando um pouco sobre o seu livro, Mundo Desolado. Você poderia nos falar um pouco dele? Como surgiu a ideia do enredo do livro? Qual foi sua inspiração para escrevê-lo? (diz também onde ele pode ser comprado)

E. K. – Mundo Desolado é uma ideia antiga, uma daquelas que escrevi dois parágrafos quando era mais jovem e nunca terminei, mas também é uma ideia que nunca saiu completamente da minha cabeça. Quando resolvi começar a escrever, comecei a pensar em que tipo de história queria contar e a primeira coisa que me veio à cabeça foi aquela velha ideia. Encontrei o arquivo perdido em um computador e fiquei abismado com o quão horrível a minha escrita era, mas a partir daquele pequeno texto, comecei a lapidar o que se tornou o livro. Claro, a ideia evoluiu muito do que era originalmente até tornar-se de fato o que acabou sendo publicado, e incorporei no enredo muitas das coisas que mais amo em livros de fantasia, como a presença da magia, criaturas perigosas, lugares misteriosos, etc. O livro Mundo Desolado conta a jornada de Kalian, um garoto que vive em uma aldeia isolada em um dos cantos do grande deserto, um lugar inóspito que até mesmo as tribos nômades costumam evitar, e que conhece pouquíssimo de seu próprio mundo. Kalian é curioso por natureza e deseja, acima de tudo, viajar para a terra distante conhecida por ele apenas como “O Continente”. No entanto, a sua curiosidade acaba tendo um preço bastante alto, um que vocês precisarão ler para descobrir do que se trata! (risada de vilão) Você pode adquirir Mundo Desolado em formato físico na loja da editora PenDragon, ou diretamente comigo via direct no Instagram @eduardo_krauze. Aproveita e me segue lá! Além disso, o Ebook está disponível na Amazon, Google books, IBooks e Storytell

O Capacitor – Ainda falando sobre sua obra, sabemos que além da escrita, existe todo um processo por trás da produção de um livro. Tem a editoração, diagramação, divulgação.. Você poderia contar para gente como foi esse processo até o lançamento do Mundo?

E. K. – Mundo Desolado levou cerca de um ano para ser escrito. Depois disso, passei mais seis meses revisando a história até que eu conseguisse lê-la do começo ao fim sem sentir a necessidade de alterá-la. Depois de finalmente acabar a revisão, comecei a enviar para as editoras. Mais cinco meses se passaram e eu obtive algumas respostas positivas, mas não fiquei satisfeito com as propostas feitas pelas editoras. Por fim, a editora PenDragon, que era a editora que eu queria desde o princípio para a publicação, aprovou o original e assinamos o contrato. Do contrato assinado até a publicação de fato passaram-se mais seis meses, durante os quais a editora trabalhou incessantemente nos processos da editoração. No final de 2020, o livro foi publicado. De lá para cá, o esforço tem sido focado na divulgação, um trabalho que eu não posso dizer que esperava que fosse se apresentar tão complexo quando decidi me tornar escritor.

O Capacitor – Mundo Desolado é uma fantasia que se passa num mundo distópico. Estamos corretos? Por que a escolha desse gênero especifico? Existe alguma mensagem sobre as questões ambientais em sua obra, ou é só algo que faz parte do cenário?

E. K. – A obra não é diretamente alegórica e não representa a terra e a raça humana em futuro distante onde as coisas deram errado. Mundo Desolado se passa em um universo de minha própria criação, com as suas próprias nuances e características específicas, mas isto não significa que não existam lições que possam ser aproveitadas pelos leitores e trazidas para o nosso contexto. Durante a história, em várias situações é possível reparar a dificuldade que a escassez dos recursos primários, que dispomos de sobra e até mesmo esbanjamos, ocasionam aos personagens. A mensagem não é uma obrigatoriedade que impus na história, mas ainda assim, ela está lá para quem quiser notar.

O Capacitor – Kalian, nosso protagonista do Mundo Desolado, tem uma trajetória muito parecida a muitas pessoas que migram para as capitais, em especial as pessoas que fogem das secas dos Sertões. Essa trajetória é outra coincidência ou há essa intencionalidade dentro da história?

E. K. – Coincidência. Na verdade, a primeira vez que pensei nessa possibilidade foi lendo a pergunta. Talvez possa ter me inspirado inconscientemente para desenvolver a ideia, mas nunca foi o propósito traçar este paralelo. Kalian é um jovem que viveu recluso por muito tempo e que alimentou desejos a respeito de coisas que ele não sabe exatamente o que são. Ele é jovem, e como grande parte dos jovens, acha que tudo é possível e que as coisas não tem como dar errado. Muito daquilo que ele pensa querer, não é aquilo que ele quer de verdade, bastante parecido como o que acontece com qualquer ser humano que você encontra por aí. Nossos desejos verdadeiros são, na maioria das vezes, muito mais simples do que aquilo que pintamos pra quem nos observa. Com o Kalian não é diferente, mas pra saber ao certo o que ele deseja, você vai ter que ler.

O Capacitor – Mundo Desolado é sua primeira obra? Ele é o primeiro de uma saga, não é isso? Você pode nos adiantar seus planos para outros projetos?

E. K. – Sim, Mundo Desolado é meu primeiro livro escrito e publicado, e também o primeiro volume da saga que nomeei “A Crônica do Andarilho dos Sonhos”. Os sonhos dos personagens tem um papel bastante importante nesta história, tanto os sonhos que eles tem ao dormir, quanto os nascidos de seus desejos. Minha intenção é que o livro seja o primeiro de uma trilogia e atualmente estou trabalhando no segundo, que espero finalizar antes do final do ano.

O Capacitor – Por fim, gostaríamos de saber o que você poderia dizer para a galera que está começando agora e tem o sonho de publicar seu próprio livro.

E. K. – Escreva, e escreva muito. Aqui posso falar apenas sobre eu mesmo, minha própria experiência. Antes de começar realmente a escrever, eu vivia pensando comigo mesmo: “Um dia eu vou escrever uma história”, “Um dia eu vou ser um escritor”, “Um dia as pessoas vão ler o que eu escrevo”. As vezes eu ia dormir imaginando como seria publicar um livro que as pessoas amassem, dar entrevistas, autógrafos e essas coisas de autor que a gente vê por aí. Embora eu sonhasse com tudo isso, eu nunca começava realmente a escrever, e se eu tivesse continuado daquela maneira, provavelmente estaria até hoje sonhando, esperando pelo tal “dia” que nunca ia chegar.  A diferença é que eu parei de pensar “Um dia” e comecei a pensar “Hoje”. Então se você quer ser escritor, seja um escritor. Escritor é aquele que escreve, e se você conseguir gostar daquilo que você escreve, com certeza haverá outras pessoas que gostarão também. E se você não gostar da sua escrita, mas ainda assim quiser escrever, dedique-se. A escrita não é um dom, igual se ouve por aí. Por acaso você conhece alguém que nasceu sabendo escrever uma boa história? Conhece algum grande escritor que foi identificado por seu estilo único de narrativa no jardim da infância? Acredito que não, não é mesmo? A escrita é uma habilidade que se desenvolve através da pratica e da perseverança, como muitas outras, então não existem desculpas para você desistir antes mesmo de começar. Mas isto, é claro, se escrever for realmente o seu desejo verdadeiro. Mas isso só quem pode dizer é você.

O Capacitor – Agradecemos pela atenção e pela disponibilidade. Deixamos aqui esse espaço em aberto caso você queira acrescentar algo mais.

E. K. – Fico muito honrado pelo espaço oferecido pela equipe do Capacitor e por poder conversar sobre a minha jornada e minha obra. Minha carreira começou agora mesmo, e de certa forma, experiências como essa me animam e reafirmam a minha vontade de continuar em frente. A você que está lendo, se quiser conhecer um pouco mais a respeito do meu trabalho, me siga no Instagram (@eduardo_krauze). E se tiver interesse no meu livro e quiser me incentivar a continuar perseguindo meus sonhos, não deixe de conhecer a jornada e as aventuras de Kalian através do universo selvagem e repleto de mistérios de Mundo Desolado. Se você gosta de fantasia, tenho certeza que vai adorar! Muito obrigado, e fiquem todos muito bem!

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

1 Response

  1. junho 29, 2021

    […] nessa linha de novos escritores nacionais, Eduardo Krauze (confiram aqui a entrevista que fizemos com ele) resolveu se arriscar para além do lugar comum e criar um mundo […]