Bienal de Quadrinhos de Curitiba 2018

Quem já foi a uma Bienal do Livro sabe como o evento é e como ele pode ser uma experiência mágica para leitores. Tudo que pode-se viver lá dentro, as compras, as palestras, debates, lançamentos, a oportunidade de conhecer novos títulos e autores com os quais você possa vir a se identificar e, quem sabe, conseguir tirar aquela foto ou ter sua edição autografada por um (ou mais) dos seus autores favoritos. Isso sem falar no mundo de livros que podem ser folheados e dos brindes que podem ser levados para casa.

Agora, imagine tudo isso só que com quadrinhos. Ok, sabemos que existem as Comic-Con (San Diego e New York) temos a CCXP aqui no Brasil. Porém, elas não são tão acessíveis para todos, seja pela distância geográfica, seja pelo investimento que é preciso ser feito para conseguir visitar uma delas (ou ambos problemas).

Pois existe uma alternativa muito legal e acessível: a Bienal de Quadrinhos que acontece em Curitiba e é totalmente gratuito. O evento que é o maior do gênero no Sul do país, e ficando atrás apenas da FIQ, que acontece em Belo Horizonte. Estivemos por lá em um dos dias e vamos mostrar um pouquinho do que vimos por lá.

A premissa é basicamente a mesma que foi citada acima como atrativos de eventos assim. Há muitas mesas com autores divulgando seus trabalhos, alguns deles independentes, outros que já têm apoio de editoras que investem em seu trabalho. Alguns desses trabalhos, inclusive, premiados.

A edição desse ano trouxe mais de 60 artistas convidados, como Gidalti Jr., autor de Castanha do Pará, primeira obra ganhadora da categoria História em Quadrinhos do Prêmio Jabuti; Marcelo D’Salete – vencedor do prêmio Eisner, o mais importante do mundo em se tratando de HQs, com sua obra Cumbe/ Angola Janga; Bianca Pinheiro autora da série de quadrinhos Bear e das HQs Dora, Meu pai é um homem da montanha, Alho-poró e Eles estão por aí. Fez também a Graphic MSP Mônica – Força. Ganhou dois troféus HQMix: Novo Talento – Roteirista (em 2015) e Melhor Publicação Infanto-juvenil (2017). Entre muitos outros nomes.

O homenageado da edição, que irá receber o Prêmio Cláudio Seto de Quadrinhos, é Key Imaguire. Arquiteto onipresente em Curitiba, é um agitador cultural convicto, dono de um precioso acervo de quadrinhos e idealizador da Gibiteca de Curitiba, a primeira do Brasil.

Ao participar de uma mesa sobre o passado e futuro da urbanização, ele destacou o grande momento que o setor de quadrinhos vive na cidade. “Com este evento, Curitiba prova que atingiu sua maioridade nos quadrinhos. Há público interessado, artistas relevantes e uma divulgação democrática, que só reforça nossa tradição na área”, disse Key, que ainda pediu  um minuto de silêncio “pela morte cultural do Brasil”, em referência ao incêndio que destruiu o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, no último domingo (02/09). [via Bem Paraná]

Além das mesas, da feira, das oficinas, palestras e debates, há ainda exposições, com quadros e peças de coleção. Afinal, o evento acontece em um Museu (o MuMA – Museu Municipal de Arte). Há uma sala de leitura, que além do acervo permanente permite que você aprecie suas novas aquisições com calma. As crianças também tem um espaço só para elas, e caso o espaço fechado e cheio possa não ser muito atraente para elas, na parte externa do museu há um parque com playground e espaço para os pequenos geeks correrem e brincarem ao ar livre.

Ou seja, é um evento que merece muito sua atenção caso você seja fã de quadrinhos ou gosta de valorizar arte e criatividade. Se você está em Curitiba ou pode chegar até a cidade com facilidade, o evento termina nesse domingo 09/09 e vai das 11 da manhã até as 21h. Se não puder mais nesse ano, fica a dica para a próxima edição em 2020.

Fique com algumas das imagens do evento.

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Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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