09 Sequências ruins que acabaram com suas franquias

Estúdios de cinema amam franquias, mas Hollywood tem seus limites quando se trata de colocar um bom dinheiro depois de algo terrível. Mesmo o reconhecimento mais amplo da marca nem sempre é suficiente para manter as sequências. Aqui estão alguns exemplos particularmente infames de filmes que simplesmente levaram suas franquias de volta à geladeira.

01 – Batman & Robin

A franquia do Batman manteve-se bem apesar de ter colocado três atores diferentes no papel principal em quatro filmes entre o final dos anos 80 e meados dos 90. Mas tudo começou a afundar com Batman & Robin de 1997, que trouxe George Clooney assumindo o papel principal. O tom, digamos, extravagante do diretor Joel Schumacher – que começou em Batman Forever uma tentativa deliberada de homenagear a série de televisão Batman dos anos 60 e aumentou ainda mais com Batman & Robin – soou como um retrocesso após os (bem-sucedidos) episódios anteriores mais sérios da franquia.

O estúdio começou a desenvolver uma sequência, mesmo antes de Batman & Robin chegar aos cinemas, mas as avaliações negativas e decepcionantes cobranças por bilheteria levaram esses planos à suspensão. Levaria quase uma década, e a perspectiva diferenciada do diretor Christopher Nolan, para fazer um reboot do Caped Crusader com o Batman Begins de 2005.

02 – Star Trek: Nemesis

Star Trek teve ao longo dos anos uma bilheteria notável, lançando 10 filmes em 23 anos, ao mesmo tempo que mantinha tradicionais programas de TV em paralelo. Até que em dado momento a franquia chegou a uma encruzilhada desconfortável. Star Trek: Enterprise foi o último show que permaneceu no ar, e os ganhos com os filmes estavam sólidos, mas não impressionantes nas três sequências desde que o elenco da Star Trek: The Next Generation assumiu o lugar da equipe original.

Tudo se somou a um orçamento reduzido e uma abordagem de ação mais pesada para o filme de 2002 Star Trek: Nemesis, e nada disso agradou aos fãs de ficção científica que a série sempre era conhecida por cativar. Lançado em um final de ano que também incluía as sequências de Harry Potter, Senhor dos Anéis e James Bond, Nemesis foi quase ignorada nas bilheterias – provavelmente uma coisa boa, considerando as críticas desastrosas. O resultado disso tudo foi suficiente para manter Star Trek fora dos cinemas até J.J. Abrams reiniciar a franquia em 2009.

03 – Um tira da pesada 3

O primeiro Um tira da pesada foi um dos filmes mais engraçados dos anos 80, mas suas sequências não conseguiram manter a pegada. Depois de brilhar sendo uma comédia com Eddie Murphy como um policial de Detroit sendo um peixe fora d’água na ensolarada L.A., o estúdio dobrou as cenas de ação, à custa do humor afiado que deu ao original todo seu diferencial, que acabou ficando de lado. O cachê inflacionado que acompanhava o novo status de celebridade à qual Murphy foi alçado não ajudou.

Com Um tira da pesada III de 1994, a franquia perdeu completamente o caminho, colocando o detetive Axel Foley de Murphy no meio de um mistério em um parque de diversões tão enrolado e arrastado que nem todas as bananas do mundo colocadas em canos de descarga conseguiriam consertar. Houve inúmeras tentativas de fazer um Beverly Hills Cop IV ao longo dos anos, mas todas morreram em desenvolvimento.

04 – Blade: Trinity

A franquia Blade teve anos de histórias em quadrinhos para se inspirar, Wesley Snipes em seu auge e muita ação de vampiros mestres em artes marciais. Todos os ingredientes estavam lá para manter as sequências que vinham depois Blade: Trinity de 2004. Mas as fracas reviews e as bilheterias decepcionantes foram apenas parte de um colapso épico que começou a acontecer enquanto as câmeras ainda estavam filmando.

Snipes – que, além de protagonizar o papel principal, também era um dos produtores – teria sido envolvido em todo tipo de comportamento excêntrico nos bastidores, como tentar estrangular o diretor entre outras coisas. Ele ficou tão infeliz após o lançamento da Trinity que acabou processando o estúdio. Nos anos seguintes ao fracasso de Trinity, o Universo Cinematográfico Marvel ajudou a fazer dos super-heróis um grande negócio, mas Blade, um personagem da Marvel, permaneceu à margem de tudo isso.

05 – RoboCop 3

Poucas franquias de filmes sofreram uma queda mais rápida do que a série RoboCop. O original de 1987 foi uma avalanche crítica e comercial, e ao contrário de muitos filmes de sucesso, seu enredo tinha todo o potencial de sequência óbvio. O astro Peter Weller abandonou a franquia depois do decepcionante RoboCop 2 de 1990, que não era um problema tão grande, já que sua boca era a única parte de seu corpo que não era coberta pelo traje futurista do policial do futuro. Mas mesmo que ele tivesse ficado, é improvável que o RoboCop 3 tivesse sido um sucesso.

O estúdio estava ocupado entrando em falência durante as filmagens e a violência foi reduzida em um esforço para tornar as coisas mais acessíveis para o público mais jovem, deixando o resultado final como uma paródia de baixo orçamento do original. RoboCop 3 ainda aguardou por um ano para ser lançado antes de mancar nos cinemas em 1993, e outros 11 anos antes da franquia retornar com um reboot. Enquanto isso, uma sequência para o reboot continua sendo um ponto de interrogação até hoje.

06 – Mortal Kombat: A aniquilação

Mortal Kombat foi um sucesso surpreendente em 1995, arrecadando mais de 100 milhões de Dólares, apesar do fato de que, como o videogame que o inspirou, foi pouco mais do que uma série de cenas de luta reunidas por alguns fragmentos de plots fracos (até então).

É difícil culpar o estúdio por tentar fazer um raio cair duas vezes no mesmo lugar com o Mortal Kombat: A Aniquilação de 1997, mas mesmo pelos padrões despretensiosos do original, é uma desculpa fraca para fazer um filme. E desta vez, o público concordou, mantendo distância das salas de cinema. O filme, a propósito, era horroroso, e nem sequer chegava perto da diversão que o original apresentava. Outra sequência já estava em estágio de planejamento há anos, mas apesar de um ou outro rumor ocasional, a franquia do filme Kombat permaneceu no limbo desde então.

07 – Superman IV: Em busca da paz

Henry Cavill está até bem apesar de uma crítica ou outra, mas para a maioria dos público de cinema comum, Christopher Reeve sempre será o verdadeiro Superman. O que torna ainda mais uma vergonha que a versão de Reeve do personagem tenha caído na armadilha que foi Superman IV: Em busca da paz. Trazido de volta à franquia com a promessa de uma história socialmente relevante, Reeve fez o seu melhor para trazer um senso de dignidade para o flop de 1987, que coloca o Superman contra um vilão de energia solar criado por Lex Luthor e apelidado de Homem-Nuclear.

Os problemas financeiros do estúdio, no entanto, bloquearam o filme, forçando o diretor a reutilizar imagens e economizar os efeitos especiais. Levaria quase 20 anos e inúmeras tentativas abortadas, antes que o personagem voltasse aos cinemas com o reboot Superman Returns, que acabou sendo um prelúdio para outro reboot com o O Homem de Aço de 2013.

08 – Velocidade Máxima 2

Muito antes de Velozes e Furiosos se tornar a franquia de ação favorita entre os amantes de velocidade, um filme já trazia essa marca no título: Velocidade Máxima, de 1994. E essa franquia poderia ter continuado com toda sua simplória, porém cativante premissa. A ideia, caso você não curta clássicos dos anos 90 e nunca tenha assistido ao filme, seria, essencialmente, o policial Jack Traven (Keanu Reeves) e a talentosa Annie (Sandra Bullock) que poderiam continuar a ser presos em todos os tipos de veículos em movimento sequestrados por criminosos enlouquecidos. Mas a franquia Speed ​​foi deixada morta na água após o lançamento de Velocidade Máxima 2.

Reeves decidiu não retomar seu papel, então a sequência seguiu Annie em um cruzeiro com seu novo namorado, o (veja só!) policial Alex Shaw, retratado por Jason Patric. O cara mal dessa vez era um hacker interpretado por um enlouquecido Willem Dafoe. Mas nem o retorno de Bullock nem os argumentos vorazes de Dafoe foram suficientes para criar uma necessidade de mais velocidade no público.

Tendo uma decepcionante bilheteria de 48 milhões de Dólares nos EUA, Speed​2 foi um dos lançamentos mais decepcionantes de alto nível do ano. Nomeado para oito Framboesa Ouro (ganhou como “Pior Remake ou Sequência”), ele atualmente detém uma surpreendentemente avaliação de 3% no Rotten Tomatoes, e ainda não vimos um Velocidade Máxima ​​3 – embora rumores indicam que ainda possa acontecer.

09 – Sin City 2: A dama fatal

Sin City de 2005 foi tão fiel quanto uma adaptação de quadrinhos pode ser. Utilizando uma técnica de filmagem totalmente digital, a versão cinematográfica de Robert Rodriguez da série de quadrinhos de Frank Miller realmente parece uma HQ em movimento – talvez devido, em parte, ao fato de que o próprio Miller teve crédito como co-diretor. Com um visual incrível e uma trama noir, recebeu elogios da crítica especializada e fez 158 milhões de Dólares de bilheteria em todo o mundo, fazendo uma sequência mais uma questão de “quando” do que “se”. Apesar de todo esse sucesso, os cineastas aproveitaram bastante o tempo para fazer o subsequente Sin City na grande tela – não chegou aos cinemas até 2014, nove longos anos após o original.

Quando o segundo filme finalmente chegou ao público, seu estilo visual único já tinha se tornado mainstream e não era mais fresco ou inovador. A Dama Fatal fez apenas 39 milhões de Dólares em bilheteria e sofreu violentas críticas. Antes da estreia, Rodriguez e Miller disseram que já estavam falando sobre uma terceira parte, mas essa conversa se acalmou consideravelmente – embora, por outro lado, talvez estejam apenas levando mais uma década entre os filmes…

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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