06 Séries que já deram tudo e deveriam acabar

Com o recente cancelamento de séries queridinhas do público brasileiro, muitos dos fãs dessas indignados começaram a pedir o fim de outras séries que, segundo eles, ‘mereciam’ muito mais serem canceladas. Aproveitando esse gancho, fizemos uma lista de séries que a galera já não aguenta mais e ninguém entende como ainda estão no ar.

01 – Supernatural

Supernatural deveria acabar na quinta temporada. Já está na 13ª

No ar desde 2005, a série ainda tem um público fiel que cresceu a acompanhando e aprendeu a amá-la sob qualquer circunstância. Mas o público comum, já não aguenta mais e a maioria abandonou a série.

Os índices de audiência vêm mostrando isso. Tendo sua maior média de audiência registrada apenas na primeira temporada, cerca de 4,5 milhões de espectadores,  Supernatural teve uma queda considerável na segunda, indo para 3,3 milhões e continuou em queda na terceira, com 2,9 milhões. Talvez essa queda tenha levado os produtores a planejar o fim da série na quinta temporada.

Entretanto, houve uma melhora na quarta temporada, e a quinta, apesar de não ter tido números tão bons, agradou muito aos fãs. Dessa forma, mesmo tendo a história considerada fechada, a CW resolveu continuar com a exibição. O resultado está aí. Já há uma 13ª temporada confirmada, e não há certeza sobre seu fim, apesar  de rumores apontarem para que a série se encerre ao fim da 14ª.

A pergunta que fica é: como uma série que quase morreu na segunda temporada, mas se ergueu a ponto de conseguir encerrar seu enredo principal na quinta, e mesmo depois de já ter passado por quase todas as situações possíveis e impossíveis (enfrentando o inferno e os céus, tendo protagonistas morto e tudo mais), consegue se manter no ar enquanto outras muito menos confusas e com plots mais interessantes acabam canceladas?

02 – Grey’s Anatomy

Logo, logo, a protagonista será a única personagem ‘viva’ em Grey’s Anatomy

Assim como Supernatural, Grey’s Anatomy está no ar desde 2005 e não apenas conseguiu manter o seu público fiel como conseguiu angariar muitos espectadores ao longo do tempo. Muita gente que era jovem demais e não entendia ou curtia a pegada mais adulta e dramática (por vezes excessivamente) da série, passaram a acompanhar e criaram um dos maiores fandoms de todos os tempos para uma série.

E ao contrário da primeira série dessa lista, os índices de audiência continuam bons, mesmo estando longe dos impressionantes 18,4 milhões de média da primeira temporada e dos absurdos 22,4 milhões que marcaram o pico de audiência da série, na terceira. Os números atuais, por volta de 8 milhões ainda são quase o dobro do melhor número que os irmãos Westchester já alcançaram.

No entanto, a série também já passou por um pouco de tudo, especialmente tragédias, passando por inundação no hospital levando a morte por choque elétrico, até acidente aéreo, onde personagens importantes morrem e outros ficam praticamente inválidos.

Meredith, a protagonista, é uma das 4 personagens que está na série desde o início e sua intérprete há deu entrevistas dizendo que a série só acaba quando ela estiver pronta para tal. Na internet, Grey já é motivo de piadas, afinal, todos que tem algum tipo de envolvimento com ela acaba morrendo: mãe, marido, irmã, amigos, quase que seu bebê morreu no dia do parto além de ela mesma já quase ter morrido diversas vezes.

Dessa forma, mesmo seu público continuando fã, ninguém aguenta mais tanto sofrimento, é muita tragédia junta. Deixem a mulher viver em paz ou que pelo menos morra de uma vez e possa finalmente descansar.

03 – The Walking Dead

The walking dead ainda tem um público cativo, mas seria melhor acabar enquanto ainda tem

Aqui temos outra na lista que pode causar polêmica. The Walking Dead estreou em 2010 e apesar de ter apenas 6 episódios em sua primeira temporada, a série atingiu números satisfatórios de audiência, com 5,2 milhões de espectadores em média, acompanhados de um enorme buzz (pessoas falando sobre a série, especialmente nas redes sociais).

Os números só aumentaram e atingiram seu ápice na quinta temporada, chegando a excelentes 14,4 milhões em média. Mesmo assim, muito vem se falando que desde a quarta temporada a série não consegue mais manter o bom ritmo que tinha nas três primeiras e estava sofrendo de falta de criatividade. Tendo deixado um baita cliffhanger no season finale da sexta temporada que levou a um pico de mais de 17 milhões de espectadores no primeiro episódio da sétima, os número despencaram nos episódios seguintes.

O problema aqui, é que a série tem sido cansativa de se acompanhar. Por muitas vezes os personagens ficam o episódio inteiro sem passar por momentos relevantes e alguma situação que valha a pena só acontece nos dez minutos finais, e olhe lá. Isso fica claro na segunda metade da terceira e em boa parte da quarta temporada.

Mesmo assim, em 2014, o produtor executivo da série, David Alpert, disse que a série em quadrinhos original deu aos produtores ideias suficientes para Rick Grimes e companhia continuarem lutando por sua sobrevivência por pelo menos sete anos mais. Acontece que por diversas vezes a série se afastou muito dos quadrinhos (apesar de em outros ter sido incrivelmente fiel), e fica difícil imaginar como isso pode fazer a série ter fôlego para tanta coisa.

O melhor mesmo, seria aproveitar enquanto a maioria dos fãs ainda consegue assistir dois terços de um episódio fraco para apenas um realmente bom, em média, e começar a encaminhar para o seu fim, antes que se torne uma Supernatural ou até mesmo uma Smallville, que se perdeu totalmente ao longo das temporadas.

04 – The big bang theory

The Big Bang Theory deveria acabar enquanto ainda é a sitcom de maior audiência no mundo.

Aqui temos mais um caso em que o fim de série não exatamente ‘desejado’ por conta da audiência. É bem verdade que os números caíram um pouco quando comparados com as três temporadas anteriores, esses números são muito bons.

Acontece que já faz algumas temporadas que o elenco dá sinais de que essa pode ser a última temporada. A situação mais complicada foi da última temporada, a décima, onde só se chegou a um acordo nos últimos momentos antes da temporada ser gravada.

Os considerados três atores principais do elenco, Jim Parsons (Sheldon), Kaley Cuoco (Penny) e Johnny Galecki (Leonard) recebem US$ 1 milhão por episódio. Já Kunal Nayaar (Raj) e Simon Helberg (Howard) ganham US$ 750 mil por capítulo. Já Mayim Bialik (Amy) and Melissa Rauch (Bernadette) ganham algo em torno de ‘apenas’ US$ 100 mil. E obviamente isso tem causado um certo desconforto e dissidência no elenco.

É claro que isso uma hora outra acaba sendo refletido nas atuações, e consequentemente no roteiro, que acabará focando menos nesses personagens e dando menos profundidade às histórias. Na verdade, a qualidade do roteiro nessa três últimas temporadas ficou bem aquém daquelas que são consideradas o auge da série, as temporadas 6 e 7.

Ou seja, nesse caso, o problema com a série não é um fracasso, e sim o contrário, a série precisa acabar porque se tornou refém do próprio sucesso. ‘Problema’ parecido com o que aconteceu com Friends, onde corrigindo os valores para os dias de hoje, cada ator embolsava cerca de 1,3 milhão por episódio nas duas últimas temporadas e mesmo dando retorno até hoje graças as suas infinitas reprises (diz-se que aqui no Brasil apenas Chaves já foi mais repetido que Friends na TV), acabou tornando inviável a produção da série, já que o investimento seria extremamente caro para correr o risco de não dar retorno. Situação essa que é bem provável que aconteça em um futuro próximo, como já começa-se a observar.

Fato é que a própria Kaley Cuoco já havia dito para Jimmy Kimmel em Setembro do ano passado que uma décima primeira temporada seria muito cara para um monte de gente. Dessa forma, a melhor solução para a série é se encerrar logo, antes que o barril de pólvora acabe explodindo nas mãos dos produtores e leve consigo todos seus fãs, botando em jogo tudo que conquistou nesses 10 anos de sucesso. O questão é saber parar no auge, saber largar o osso, como se diz.

05 – 13 reasons why

Não há um bom ‘porquê’ para se continuar com 13 reasons why, segundo muitos

Mais um caso de saber a hora de parar. A série da Netflix teve sua primeira temporada apenas esse ano, e quebrou a internet à época de lançamento, levando a todo tipo de reação: teve os que amaram e os que odiaram, como sempre; teve aqueles que discutiram se ela mais ajudava ou atrapalhava e teve ainda aqueles que acharam que ela era, no mínimo, importante, merecedora de atenção.

A máxima ‘fale bem ou mal, mas falem de mim’ se encaixa muito bem por aqui. E foi exatamente isso. Todo o buzz em torno da série funcionou e o sucesso tem sido grande até agora.

Porém, quem assistiu a série sabe que sua história foi completa. Teve um fim que até deixa margem para uma segunda temporada, no entanto isso é totalmente desnecessário. É claro que é possível para os roteiristas tirarem um coelho da cartola e escreverem uma excelente temporada, totalmente coesa e que surpreenda o público e se faça válida, ou pelo menos justa. Mas, com perdão do trocadilho, pode-se apontar pelo menos uns 13 ‘se’ nessa história.

Quando The Get Down e Sense8, ambas também produzidas pela própria Netflix foram anunciadas como canceladas, houve uma grande comoção na internet, pelo menos no Brasil, através das redes sociais questionando o fim dessas em detrimento à saga de Hannah Baker rumo ao suicídio. O principal argumento é: por que cancelar séries que o público, de uma forma geral, aprovou e tem boas críticas, e tinham ainda muito a contar ao seu público e manter uma que deixou o público e a crítica mais divididos e já tinha uma história mais fechada, ou pelo menos sem tantas pontas soltas?

Dessa forma, seria melhor para os produtores deixarem a série como está e saberem a hora de parar também, afinal, o risco de boicote a essa segunda temporada é ainda maior, e pode, sim, influenciar no retorno financeiro que seria esperado.

06 – Once upon a time

Once upon a time é o caso mais claro de que ‘já deu’

Esse é certamente o caso mais claro de ‘já deu, parem de insistir nisso, o que vocês têm na cabeça?’. Once Upon a Time segue em queda livre na audiência, onde os bons números de 9,9 milhões de média em sua primeira temporada chegaram a menos da metade disso, com 4,5 milhões na sexta (a última a ser exibida).

Está mais do claro que o público cansou das soluções preguiçosas ou mirabolantes que os roteiristas usam a cada temporada para esconder  furos e consertar apostas mal sucedidas.

Além disso, o plot inicial da série já se perdeu há muito, talvez ainda na primeira temporada, ou com muito esforço e boa vontade na segunda. Já passamos nesse meio tempo por todas os contos de fadas possíveis e imagináveis, desde Branca de Neve, Cinderela, e Bela Adormecida, passando por Peter Pan, Alice no País das Maravilhas (aqui tivemos até um spin-off) e O Mágico de Oz, e chegando à mitologia grega, através de Hades após o esgotamento óbvio de fontes. Merlin e o Rei Arthur também deram as caras na série, e o sucesso de Frozen acabou levando Elsa e sua irmã Anna a participarem dessa loucura na quarta temporada. Ou seja, obviamente a série não faz ideia de onde está indo.

Como se tudo isso  não fosse suficiente, Josh Dallas (Príncipe Encantado/Davuid Nolan), Ginnifer Goodwin (Branca de Neve/Mary Margaret), Jennifer Morrison (Emma Swan) e Jared S. Gilmore (Henry) já anunciaram suas saídas da série, que sim, teve a sétima temporada anunciada recentemente. Um pequeno detalhe: esses quatro são apenas os personagens principais da série. Aparentemente a criatividade insana e capacidade de se auto sabotar dos roteiristas parece ser infinita.

Não dá pra entender e é até difícil encontrar argumentos que justifiquem a renovação dessa bomba que já explodiu mas parece ter seus efeitos ainda no ar.

É uma grande pena que uma série com tamanho potencial e que tinha uma premissa sensacional de ser uma espécie de Lost para todas as idades e que seria capaz de despertar a criança em seu público adulto, até mesmo pelo fato de ter Damon Lindelof, co-criador e produtor executivo da própria Lost sua equipe de produtores (algumas marcas dele podem ser notados em transições de cena e escolha de elenco), tenha dado tanto errado.

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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