Review | The Path of Motus

The Path of Motus é um jogo de plataforma com quebra-cabeças desenvolvido pelo estúdio indie MichaelArts. Contendo diversas mensagens subliminares sobre a vida real, o game foi lançado no dia 17 de Julho no Playstation 4, PC e Xbox One.

O Começo

A história de The Path of Motus começa com o jovem Motus, um goblin de 6 anos de idade que vive na floresta. A cultura do lugar lembra a de pequenas cidades mundo afora, onde ninguém vai embora. O pai de Motus, um velho fazendeiro, quer que ele fique para ajudar com o trabalho na fazenda, mas, diferente de todos, Motus é obstinado em ser o primeiro goblin a sair da floresta. Para conseguir esta proeza, o garoto utiliza mágicas para construir pontes e abrir passagens.

A medida que o garoto trilha seu caminho, anos se passam e a fase do personagem muda. O jogo consistem em três capítulos principais: A fase de Criança, a fase Jovem e a fase Adulta. Cada etapa é contada com maestria através de animações, notas deixadas para trás, imagens e diálogos.

O crescimento do garoto se funde muito bem a vida real. Quando pequeno, ele morava em um local ensolarado e seguro, onde ele tinha o apoio de sua família. Ao crescer, o cenário muda para tons mais escuros/sombrios, onde o bullying e palavras de desencorajamento ganham força. Crescer é um processo doloroso e The Path of Motus evidencia isso de forma sublime. Para realizar o seu sonho, Motus terá que superar todas as adversidades em seu caminho, o que envolve bullying, desencorajamento, medo e a perda da esperança. Por ser um tema comum entre todos, o jogador acaba absorvendo o sofrimento de Motus, o que torna a experiência com o game ainda mais emocionante.

Superando as Adversidades

Em The Path of Motus, as adversidades são apresentadas em formas de puzzles que são divididos em duas categorias. Existem enigmas para criar pontes que permitem o progresso no jogo e enigmas para removerem obstáculos que impedem o progresso ou a coleta de pergaminhos que explicam mais sobre a história do jogo. Os puzzles apresentam sempre a mesma estrutura: conectar módulos. Cada módulo dá uma dica de quantas linhas precisam estar conectadas a ele, facilitando um pouco o processo. Vale mencionar que apesar das dicas, os puzzles finais podem ser bem desafiadores e irritantes.

O game também contém um sistema de combate, que apesar de ser simples, combina bem com a proposta da obra. Motus utiliza palavras para combater inimigos. Os goblins adversários utilizam palavras de ódio contra Motus. Cabe ao jogador utilizar palavras gentis que combatam as más. Vale mencionar que também é possível completar o jogo inteiro evitando todos os confrontos, mas é melhor deixar a proeza para o “New Game+”, já que os jogadores ganham a habilidade de pulo duplo.

Arte

Além da inovação nas mecânicas de jogabilidade, The Path of Motus também acerta em cheio na Direção de Arte. Apesar de conter gráficos “simples”, as animações e a variação de cenários e da palheta de cores a medida que o protagonista cresce é impressionante! Como foi mencionado acima, o jogo começa com o garoto na fase Infantil, onde o cenário é bem colorido e iluminado. A medida que as fases mudam, os cenários vão se tornando mais sombrios e tristes. Apesar das mudanças, a arte continua uniforme e as fases se interligam. Essa mudança da palheta de cores em conjunto com o crescimento do protagonista infere um tom mais artístico ao jogo, o que é algo muito bem vindo!

A trilha sonora do jogo também se destaca, com músicas que ordenam que o jogador desista de seus sonhos e ceda aos obstáculos. A perseverança é um ponto chave no título do estúdio MichaelArts.

Conclusão

The Path of Motus pode não ter os melhores gráficos da geração ou trechos de ação desenfreada, mas o game com toda certeza apresenta uma das mensagens mais impactantes da geração. Carregado de propósito, temas como bullying, perseverança e sonhos são abordados de forma sublime. No final da jornada de Motus, o questionamento que ficou é: Estou fazendo o suficiente para alcançar os meus sonhos? Vale mencionar que a nota dada não foi maior pela presença de crashes constantes a medida que o protagonista cresce/muda de fase na vida. Ao todo foram quatro crashes em 3 horas de jogatina.

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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