Game of Thrones | Um spin-off sobre a Dança dos Dragões poderia funcionar?

Apesar da longa espera pela próxima temporada, é sabido que Game of Thrones está chegando ao seu fim. No entanto, parece que nem a HBO, nem o público estão prontos para dizer adeus ao universo de George R.R. Martin.

Como já é sabido, a emissora encomendou cinco spin-offs da franquia que podem ir ao ar após o final da série principal. Com um universo tão rico quanto o das Crônicas de Gelo e Fogo, não faltam histórias que possam ser adaptadas em uma série. Assim, analisaremos algumas histórias célebres deste universo que poderiam, ou não, render bons spin-offs.

Vale ressaltar que apesar de terem sido encomendados cinco spin-offs, isso não quer dizer que teremos cinco séries indo ao ar. É comum que os estúdios encomendem diversos roteiros para assim escolher o melhor, ou os melhores, para trazer às telas.

Desta vez falaremos sobre a Dança dos Dragões, a guerra civil Targaryen, que quase trouxe ao fim a dinastia de Aegon, o Conquistador. Poucas histórias do passado de Westeros são tão célebres ou admiradas como esta.

Antes de analisarmos os pontos positivos e negativos, traremos um pouco de contexto.

A Dança dos Dragões, que consiste no conflito pela sucessão do Rei Viserys I, quase trouxe a casa Targaryen à ruína e foi um dos grandes responsáveis pela extinção dos dragões.

Casado com a Rainha Aemma Arryn, o Rei Viserys I ainda não tinha um sucessor homem para passar o trono de ferro após a sua morte, o que era preocupação para muitos, menos para o próprio rei, que escolhera sua filha Rhaenyra Targaryen como sucessora ao trono.

Durante muito tempo, a questão da sucessão parecia resolvida. Rhaenyra assumiria o trono após a morte de seu pai. No entanto, após a morte da Rainha Aemma Arryn, o Rei Viserys I desposou Alicent Hightower, que o deu muitos filhos, dentre eles três homens, Aegon, Aemond e Daeron Targaryen.

Diante da presença de herdeiros homens e da forma omissa com que o rei Viserys tratava da questão, a preferência da princesa Rhaenyra ao trono se viu ameaçada e seria posta à prova uma vez que o rei morresse.

Assim, após a morte do rei, surgiram duas facções: Os verdes, que favoreciam os filhos da rainha Alicent e os Vermelhos que defendiam que a Princesa Rhaenyra deveria assumir o trono. Desta maneira iniciou-se a Dança dos Dragões.

Um curta animado lançado pela HBO que conta, de maneira rápida, a história do conflito inteiro e seus resultados. Confira:

Mas será que isso poderia dar uma série? Vamos aos pontos positivos!

Tramas políticas

Um dos elementos que fizeram de Game of Thrones o fenômeno que é hoje são as suas tramas políticas. As alianças, traições e conchavos ajudam a criar uma narrativa tensa, densa e imprevisível. Com Dança dos Dragões não seria diferente. O conflito entre as facções envolveu muitas manobras políticas, mudanças de lado e planos secretos.

Personagens memoráveis

A Dança dos Dragões possui personagens extremamente memoráveis. Apesar de não ser diretamente relacionada à história principal da saga, muitos personagens são lembrados, amados e odiados pelos fãs. Alguns destes personagens chegaram a ganhar contos próprios pelas mãos de George R.R. Martin, que foram lançados em coletâneas.

A princesa Rhaenyra é um ótimo exemplo de personagem feminina forte que, assim como Daenerys o fez em Game of Thrones, deve conquistar o público e sua afeição. Já Daemon Targaryen, irmão do Rei Viserys I, seria um anti-herói muito benquisto pelo público.

Mas não é só de heróis que se faz uma trama. A Rainha Alicent, representaria uma excelente conspiradora e o seu filho, Aegon II, traria o elemento da loucura e inconsequência à trama. E por fim, o irmão de Aegon II, Aemond, seria um grande rival para Daemon no quesito anti-herói.

Grandes conflitos

Nem só de conchavos e tramóias se vive uma série do Mundo de Gelo e Fogo, e algo que não falta na Dança dos Dragões são conflitos.

Diferente das muitas batalhas que vimos em Game of Thrones, a maioria aqui são conflitos entre dragões e seus mestres Targaryens. Este foi um dos motivos da extinção dos dragões, poucos sobraram após o final da guerra.

Um detalhe interessante é que a guerra conta com a participação de Vhagar, dragão que fora montado por Visenya Targaryen, irmã de Aegon, o Conquistador, durante a conquista de Westeros.

História fechada

Por se tratar de uma história criada apenas para o background das Crônicas de Gelo e Fogo, a Dança dos Dragões já foi apresenta pronta. Deste modo, seria muito mais simples para os produtores adaptarem uma história que já tem o seu fim pronto desde o seu início.

Um dos maiores problemas apontados atualmente em Game of Thrones é o fato de não haver livros para que os roteiristas possam se basear. Aqui não seria o caso, e com a visão de toda a trama os deslizes de roteiro seriam mais raros.


Mas, nem tudo são flores em uma adaptação de um arco como a Dança dos Dragões. Por conta disso, colocamos à mesa os pontos negativos.

Muitos dragões

Para o público, este dificilmente seria um ponto negativo. Uma série recheada de conflitos aéreos entre dragões, em meio a rajadas de fogos, parece exatamente o tipo de conflito que queremos ver. Contudo, para fins de produção e orçamento, a presença dos dragões pode representar um grande problema para a HBO.

Em Game of Thrones, é notória a forma como as aparições das criaturas são economizadas ou como resultam em cortes quando precisam aparecer com mais frequência. Este foi um dos motivos da redução nos episódios da sétima temporada.

Foco nos Targaryen

Este também pode não ser um ponto negativo para o público. No entanto, a HBO pode notar como Game of Thrones é focada nos Targaryens, ainda mais agora com a descoberta da real identidade de Jon Snow (Aegon Targaryen). Deste modo, é provável que a emissora opte por focar em outro núcleo da história pregressa de Westeros, como a era dos heróis ou algo sobre o passado dos Starks.

Ausência de personagens conhecidos

Este seria um ponto negativo para o público, que se afeiçoou a diversos personagens da série ao longo de suas temporadas. Em A Dança dos Dragões, o público seria apresentado a novos personagens e novos núcleos, o que não seria algo ruim. Contudo, para alguns a ausência de qualquer personagem que conecte as séries possa ser um ponto negativo.


No fim das contas, o fator que pode impedir que esta série seja realizada é a presença dos dragões e sua vasta utilização. Seja como meio de transporte, como arma, ou elementos políticos, os dragões estão presentes na história, o que aumentaria muito o custo.

Obviamente, mudanças podem ser feitas, mas em um conflito que chama-se A Dança dos Dragões até que ponto eles podem diminuir sua participação?

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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