Crítica | Bohemian Rhapsody

Não há dúvidas de que Freddie Mercury é um dos cantores mais incríveis da história da música popular. Com um timbre inigualável, um alcance vocal que até hoje é objeto de estudo (sério!) e uma performance única, Mercury finalmente tem seu legado homenageado nas telonas.

Junto a sua banda, Queen, Mercury revolucionou o rock, o modo de se compor e de se experimentar em estúdio. Deste modo, diante de um legado tão precioso, uma adaptação cinematográfica da história da banda não é um desafio fácil.

Bohemian Rhapsody conta a história do Queen a partir de sua formação em 1970. Nesta ocasião, somos apresentados ao jovem Farrokh Bulsara (Rami Malek)que viria a se tornar o famoso Freddie Mercury.

We will rock you!

Tirando o elefante branco da sala, Rami Malek traz uma interpretação incrível de Mercury. Em que pese a notória diferença física entre o cantor e o ator, a maquiagem, a caracterização e a atuação ajudam a mitigar toda essa distinção trazendo uma versão absolutamente crível e verossímil do ídolo do rock. Malek consegue abordar a personalidade poderosa, sensível e extravagante de Mercury de maneira natural e honesta, além de emular as performances do cantor no palco de maneira extremamente competente.

O restante do Queen, Brian May (Gwilym Lee), John Deacon (John Mazzello) e Roger Taylor (Ben Hardy) também não fica para trás. O trio consegue agregar ao longa trazendo humor e dramaticidade na medida certa com uma caracterização impecável. A semelhança dos integrantes da banda original com suas contrapartes no longa são absolutamente impressionantes.

Let me entertain you

Bohemian Rhapsody nos conta a trajetória do Queen à medida que traz diversas curiosidades que envolveram composições da banda, bem como as suas gravações. O longa tem um início um tanto apressado, passando rapidamente por alguns detalhes que parecem determinantes para a história da banda.

Contudo, ao longo do filme notamos que devido à quantidade absurda de informações e à dimensão da história contada, os detalhes iniciais eram de fato dispensáveis. Toda a sensação de que aquele seria apenas um filme apressado com uma história superficial foi posto de lado.

O filme apresenta a concepção da identidade musical da banda, bem como os conflitos entre os integrantes e pessoais de seu vocalista. Os personagens são muito bem desenvolvidos e as relações, até as mais curtas, conseguem ser bem trabalhadas.

É bem interessante também observar momentos importantes na história da banda, dentre eles a passagem do grupo pelo Brasil para o Rock in Rio e como esta apresentação os impactou.

Bismillah!

Um dos elementos que permitem que Bohemian Rhapsody seja uma cinebiografia tão poderosa é o uso das composições do Queen bem como o acerto em quando usá-las. Diferente de muitas cinebiografias que não usam a obra de seus personagens, o longa as usa sem medo, o que permite nos conectar de maneira mais intensa aos personagens.

Canções poderosas como Love of My Life, We Will Rock You, We Are the Champions e Bohemian Rhapsody (Em minha opinião, uma das músicas mais incríveis já feitas na história) dão força à obra e representam um espetáculo à parte ao serem emuladas pelos atores.

We are the Champions

Dirigido por Bryan Singer, Bohemian Rhapsody entrega uma história divertida, envolvente e impactante. Com interpretações afiadíssimas, especialmente a de Rami Malek como Freddie Mercury o filme nos transporta para a era de ouro do Rock n’ Roll com caracterizações e ambientações críveis e competentes.

O filme entrega momentos marcantes e bem ousados para o cinema que vão além do gênero da cinebiografia, entregando cenas impressionantes que são um verdadeiro show (literalmente).

Seja você um fã do Queen, de música ou de cinema, Bohemian Rhapsody é um filme que certamente impactará.

Bohemian Rhapsody chega aos cinemas no dia 01 de Novembro.

A trilha sonora do longa está disponível no Spotify e demais serviços de streaming. Confira abaixo:

Compartilhe isso: