Review | Titan Quest
Titan Quest é um jogo de rpg de ação publicado pela THQ Nordic. O jogo foi originalmente lançado no dia 26 de Junho de 2006 para PC, sendo relançado no Playstation 4 e Xbox One no dia 20 de Março de 2018. Uma versão para o Nintendo Switch chegará ainda em 2018.
O Enredo
O jogo começa com um vídeo introduzindo o contexto da história. No começo de tudo, os Titãs comandavam as coisas através da escuridão, porém, os Deuses Olimpianos surgem e aprisionam os Titãs, dando início a Era de Ouro Olimpiana. Após séculos, um trio de titãs menores, chamados de Telkines, quebram a ligação do Olimpo com o mundo mortal, invocando exércitos monstruosos que preparam o retorno dos Titãs.
É nesse contexto, bem clichê, que surge o herói do jogo. O jogo nem disfarça os seus 12 anos de idade, entregando um “sistema de personalização” sem graça. Ambientando inicialmente na Grécia, a medida que o jogador avança na história e derrota os Titãs menores, a história migra para o Egito e até mesmo para a Ásia.
Infelizmente, o enredo é coberto de clichês e o desfecho é bem previsível. O game poderia entregar uma história épica sobre as principais mitologias da história humana, mas, o resultado é completamente o oposto.
Um Diablo que não deu Certo
Usando Diablo como principal referência, Titan Quest era um grande feito para 2006, porém, deixa muito a desejar quando se leva em conta que estamos em 2018. A jogabilidade do jogo é uma das menos responsivas que eu pude testar na última década. Ao pressionar o botão de ataque, o personagem simplesmente não obedece a ação, ou demora cerca de 3 segundos para atingir o inimigo.
Para piorar a situação, praticamente não existe hitbox no jogo. A expressão “bater no vento” pode ser facilmente usada para descrever o combate de Titan Quest. E os problemas não param por aí. Mesmo com texturas e mecânicas ultrapassadas, a queda de frames ocorre de maneira frequente, piorando ainda mais a experiência com o jogo. A queda dos frames não tem nenhuma justificativa plausível, visto que se trata de uma remasterização.
Um detalhe que deve desagradar aos jogadores é a qualidade das cutscenes do jogo. Por se tratar de uma remasterização de um game de 2006, as cutscenes não foram refeitas e o visual é bem grotesco para os padrões atuais.
Outro defeito grave que tem grande impacto na progressão do jogo é a forma com que o texto das missões é apresentado. O estúdio responsável pela remasterização decidiu manter o sistema original, onde uma caixa surge e o texto passa de forma extremamente lenta e cortada. Esse método antiquado dificulta e muito a compreensão das tarefas e a lore do jogo.
Quando um Remaster não é uma Boa Opção
Titan Quest apresenta dois grandes elementos atrativos para os jogadores: ambientação nas principais mitologias da história e um combate dinâmico. No entanto, remasterizar um jogo não muito popular da década passada pode não ter sido a melhor decisão a ser feita para a franquia.
Em uma época onde os jogadores exigem cada vez mais por gráficos exuberantes e jogabilidade fluída, um remake da franquia teria um impacto maior. Em um cenário inundando por shooters e jogos de mundo aberto, uma experiência hack and slash com elementos de RPG seria bem recebida pelas massas, principalmente pelos fãs de Diablo que estão órfãos de jogos similares.
Fica a torcida para que a publisher não deixe de apostar na franquia e que a revitalize da forma que merece.
Conclusão
Por se tratar de uma remasterização de um jogo de 12 anos de idade, limitações técnicas eram totalmente esperadas. No entanto, as falhas do jogo são tão graves que a experiência se torna desagradável. Com uma jogabilidade não responsiva, uma história recheada de clichês, problemas de performance e a ausência de um modo multiplayer local, fica difícil recomendar o jogo. Por ser um grande fã do game original, é uma dor ver uma franquia com tanto potencial ser tratada desta forma. Fica a torcida para que a THQ Nordic não desista da propriedade e invista em um remake ou num sucessor espiritual.