Review | The Quarry

Filmes B de terror, a despeito da imagem que o nome possa passar, são objeto de paixão e fascínio para muitos. Os filmes de terror com roteiros menos comprometidos, mas que ainda conseguem conquistar o público, além de um horror mais grotesco e nem sempre com compromisso da lógica tornaram-se um gênero eternizado na indústria.

Agora, com esse espírito, chega The Quarry, game narrativo que conta a história de um grupo de adolescentes que precisa lidar com ameaças misteriosas e mortais em um acampamento de verão.

Filme Interativo

Já conhecido por jogos como Until Dawn, The Quarry nos apresenta um grupo de personagens com personalidades variadas e cria mecânicas para nos inserir nesse universo à medida que conhecemos essas pessoas e descobrimos o desenrolar das consequências de suas ações.

O que começa como uma trama teen, com questões de relacionamentos e conflitos pessoais, aos poucos vai se tornando um filme de terror em que cada um tem que lutar por sua vida à medida que descobre o quão fundo o mistério de Hacket’s Quarry, local do acampamento de verão, vai.

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Jogabilidade

Uma das coisas mais legais em The Quarry é notar que há uma variedade na jogabilidade a depender do momento da narrativa, o que significa que nos momentos que o jogador assumir o controle dos personagens a mecânica não será necessariamente a mesma. Isso atende tanto em termos de narrativa quanto em variedade de gameplay, de modo a não tornar o game repetitivo e previsível.

Há momentos em que o game emula um shooter (que utiliza muito bem os recursos do Dualsene), nos outros um adventure point and click de exploração, em outros jogos de ação com momentos de fuga e vários outros casos. Isso traz certo dinamismo e nos ajuda a entrar melhor na situação dos personagens.

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Filme com B maiúsculo

A homenagem ao gênero dos filmes Bs está presente a todo momento, inclusive na própria escalação do elenco, como por exemplo Ted Raimi, irmão de Sam Raimi, diretor de Evil Dead, que já atuou em diversas obras do gênero. Além de Raimi, existem outras participações de renome no elenco como Justice Smith (Detetive Pikachu) e David Arquette (Pânico).

De um modo geral, The Quarry oferece um cenário interessante, personagens que despertam simpática, apesar de um desenrolar que nem sempre pode ser dos mais gratificantes. Contudo, isso vai depender muito das escolhas do jogador, então não se pode necessariamente culpar o game, né?

Você Decide

O conceito de tomar decisões em histórias sempre me fascinou desde os livros jogos (ou do programa de TV:p). E quando uma história consegue te envolver a ponto de se engajar emocionalmente e entrar em dilemas para decidir o que responder, ou como agir nos momentos urgentes, seja para salvar um personagem querido ou evitar conflitos.

Uma miscelânea de Malhação, Evil Dead e Supernatural, The Quarry entrega uma experiência nova com gostinho de algo conhecido. Aquela nova nostalgia que se tornou objeto de desejo tão grande no mercado.

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Colírio

Um dos pontos mais fortes do game é a sua qualidade gráfica e captura de movimentos. Em um momento onde ainda temos poucos títulos que nos mostram o poder da nova geração de consoles, The Quarry nos leva em uma jornada em que por muitos momentos esquecemos que se trata de um jogo e conseguimos enxergar aqueles “bonecos digitais” como pessoas interpretando personagens em um filme.

Esse esmero deixa a experiência ainda mais imersiva e intensa, ainda mais em momentos que acabamos por levar personagens benquistos a um destino fatal.

Conclusão

The Quarry não é o melhor filme de terror, tampouco o melhor jogo narrativo. No entanto, ele consegue ser bom o suficiente em ambos de modo a tornar o game uma experiência super valiosa, especialmente neste momento em que estamos descobrindo o poder da nova geração.

Por mais assustador que pareça, passar um tempo em um acampamento de verão após o período de alta estação, é uma ótima sugestão para os curiosos.

The Quarry está disponível para PS4/PS5, Xbox One/Series e PC.

Esta review foi realizada com uma cópia de PS5 cedida pela 2K

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.