Review | The Messenger

Ao longo da evolução dos consoles, vimos diversas transformações que revolucionaram não só a indústria, mas a percepção dos gamers. Dentre os marcos estão a introdução do 3D e o seu polimento em gerações seguintes.

Contudo, um marco que deve passar despercebido por muitos gamers atuais é a transição de 8 para 16bits. Quem viveu a época sabe o quanto aquilo representa. No entanto, para os mais novos, esta mudança pode parecer trivial ou até mesmo insignificante.

Agora, The Messenger, game desenvolvido pelo Sabotage Studio e distribuído pela Devolver Digital, chega não só para homenagear um grande gênero, de uma das eras mais marcantes do vídeo-game, mas para também mostrar na prática o quão revolucionária foi a transição dos 8 para os 16bits.

A história

Inicialmente, a história de The Messenger não parece ser nada inovadora. Quando um demônio ataca sua guerra, um jovem ninja precisa atravessar diversas regiões para entregar um pergaminho que é vital para a sobrevivência de seu clã.

Contudo, o game surpreende constantemente, seja com referências, piadas ou até mesmo com twists na história. O universo de The Messenger consegue ir muito além dos seus cenários 2D.

A jornada

O game segue o velho formato conhecido de cenários. Cada fase, ou região, é formada por diversos cenários que possuem diferentes desafios e inimigos para se enfrentar. O jogador deve derrotar os monstros e atravessar as plataformas para chegar ao cenário seguinte.

As coisas vão ficando mais interessantes à medida que avançamos no game. Os desafios vão se complicando e requerendo cada vez mais habilidades nos dedos e nos raciocínios. No entanto, a curva de aprendizado no game é extremamente eficaz e você pode acabar se surpreendendo com o quão melhor você fica a cada fase.

O level design do game tem um trabalho primorosa. As fases são dinâmicas e sensação de cansaço e repetição é praticamente inexistente.

Transitando entre mundos

Como parte da história do game, o jogador deve transitar entre diferentes mundos. Como consequência disso, o jogo passará por transições entre 8 e 16bits.

Apesar dos números de bits não impressionarem os entusiastas dos gráficos, é impressionante a diferença que o visual do jogo tem ao se transformar. O game nos permite ficar um bom tempo no universo 8bits até que passemos pela primeira transição, algo muito eficaz para causar um fascínio ao ver o mundo em 16bits.

Esta é uma excelente oportunidade para os gamers mais novos conhecerem a revolução que foi a chegada dos games 16bits.

Mas nem só para deleitar os olhos servem as transições. Estas são partes fundamentais das fases, onde o jogador deverá pensar em maneiras eficazes de atravessar os cenários.

Um dos melhores NPCs da história

Ao longo das fases, o personagem principal visitará uma loja interdimensional onde poderá adquirir upgrades e novas habilidades. A ideia pode parecer trivial, no entanto o NPC (non playable character) presente na loja é um dos pontos mais interessantes do game.

Personagem irreverente, o vendedor trará diálogo hilários, informações úteis e histórias que vão te deixar refletindo por algum tempo. (sério.) Não foram poucas as vezes que me vi memorizando as histórias com lições de vida ou piadas para repassá-las.

Referências

Não é preciso ser um grande conhecedor da história dos games para saber que The Messenger se inspira em diversos jogos passados como Ninja Gaiden E Shinobi. O game não esconde suas inspirações, pelo contrário, ele as usa de referência, o que é sempre divertido de se identificar nos diálogos ou nos elementos do game.

Conclusão

The Messenger é um game extremamente criativo que resgata diversas qualidades de jogos antigos e entrega uma mistura inteiramente nova. Com fases desafiadoras e diálogos divertidos, o game é um misto de nostalgia e novidade na medida certa.

The Messenger chega no dia 30 de agosto para Nintendo Switch e PC (Steam).

Esta review foi realizada com uma cópia do jogo para Nintendo Switch cedida pela Devolver Digital.

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