Review | The Gardens Between

The Gardens Between é o mais novo puzzle game do momento. Desenvolvido e publicado pela The Voxel Agents, o game utiliza um sistema de manipulação do tempo para comover os jogadores e se diferenciar dos outros títulos do gênero. O jogo, lançado no dia 20 de Setembro de 2019, é protagonizado por duas crianças que se aventuram no mundo das memórias por um motivo tocante.

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Por ser protagonizado por crianças, toda a aventura é apresentada como um faz de conta mirabolante que apresenta cenários bem pitorescos. A história é contada através de fragmentos de memórias que vão entregando aos poucos o que de fato está acontecendo. O enredo é envolvente, necessário e até mesmo doloroso, colocando em evidência o maior tesouro de um ser humano: suas memórias. Os melhores amigos, Arina e Frendt, visitam diversas ilhas que mexem com o imaginário, contendo elementos que marcaram diferentes etapas da vida dos dois jovens. A história se torna poderosa por conta da grande facilidade de se conectar com o que é exibido, afinal, o saudosismo faz parte de todo e qualquer ser humano.

O estúdio australiano fez um trabalho impecável em ligar memórias a lugares e objetos, trazendo uma representação interessante do cotidiano. A medida que as duas crianças exploram as ilhas, descobrimos mais detalhes acerca da amizade dos dois. A jogabilidade é completamente baseada na resolução de puzzles que começam bem tranquilos, mas que se tornam bem complexos do meio pro final do game. O que difere The Gardens Between de outros títulos do gênero é que os puzzles só podem ser solucionados com a manipulação do tempo. Muitas vezes se torna necessário realizar uma ação, voltar no tempo, realizar outra ação e só então retornar para o presente, possibilitando o progresso na história. Chegar ao final de cada nível não é o suficiente. Além de atingir o topo das ilhas, é preciso inserir a lanterna de Arina com uma luz, ativando a “memória” da respectiva ilha.

Frendt não possui uma lanterna, mas ele é o único personagem capaz de interagir com elementos do cenário como interruptores e alavancas. Essa diferença entre os personagens adiciona dinamismo ao jogo e uma sensação interessante de trabalho em equipe. Como em toda boa amizade, somente um colaborando com o outro que os objetivos são conquistados. Apesar de sempre manter a estrutura de manipulação do tempo, o estúdio conseguiu criar puzzles bem criativos que trazem dinamismo ao jogo. Em um determinado momento por exemplo, o jogador precisa pular no cabo de uma serra gigante para cortar uma tábua de madeira e formar uma ponte. No geral, os enigmas são bem tranquilos e não devem causar frustração nos jogadores.

Mesmo apresentando uma história impactante e puzzles criativos, a cereja do bolo de The Gardens Between é o visual. O game conta com uma palheta de cores diversas e vibrantes, reforçando a proposta do jogo de tratar com o imaginário. A direção e a animação do jogo apresentam um tom meio vintage que casa muito bem com a proposta e com o desfecho do enredo.

Vale a Pena?

Não é difícil encontrar um jogo com visuais belíssimos, ou um jogo com uma história brilhante, mas é uma tarefa árdua encontrar um game que reúna todos os elementos de forma impecável. Felizmente, o estúdio The Voxel Agents facilitou bastante esse trabalho. Com um enredo emocionante, mecânicas bem pensadas e um visual de cair o queixo, The Gardens Between é uma pérola indie que merece ser apreciada por todos que adoram um bom jogo.

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