Review | Sinner: Sacrifice for Redemption
Sinner: Sacrifice for Redemption é um jogo Souls-like desenvolvido pelo estúdio Dark Star e publicado pela Another Indie. Diferente da franquia Souls, Sinner é estruturado como um boss rush, ou seja, o jogador precisa enfrentar os chefes em sequência e o sistema de progressão é bem diferente do que o habitual. Não existem mapas ou fases para se explorar, o foco é descer a ripa nos chefes e conquistar a tão sonhada redenção.
Os 7 Pecados Capitais
Como o próprio nome já entrega (Sinner), a religiosidade é um elemento importante na trama. O game é protagonizado por Adam, um homem que pretende recuperar sua memória e se redimir pelos seus pecados. Com finais diferentes, cabe ao jogador adquirir a redenção ou se afogar no passado do protagonista.
O jogo conta ao todo com oito lutas, sendo que as sete primeiras colocam Adam contra os pecados capitais: Gula, Luxúria, Ganância, Ira, Orgulho, Inveja e Preguiça. Esses pecados são representados como partes do passado de Adam e ao serem derrotado, liberam fragmentos de sua memória. Diferente de todos os jogos do gênero, Sinner: Sacrifice for Redemption apresenta uma mecânica inovadora em sua estrutura. Para enfrentar cada chefe, o jogador precisa fazer sacrifícios que aumentam a dificuldade do jogo.
Ao invés de derrotar os chefes e ganhar experiências e habilidades, o que acontece é precisamente o oposto. Para enfrentar mais chefes é preciso sacrificar itens, escudo, poder de ataque, poder de defesa e por aí vai. Para nivelar um pouco a dificuldade, cada inimigo abatido aumenta o life do personagem, tornando a jornada um pouco menos dolorosa. O interessante é que caso a batalha não seja vencida, é possível retirar o sacrifício e ir lutar contra outro chefe, diminuindo a frustração com o jogo. No entanto, caso o chefe seja derrotado, retirar o sacrifício faz com que o chefe abatido ressuscite, fazendo com que o jogador tenha que lutar contra ele novamente.
Apesar de parecer injusto, os sacrifícios não são sentidos nos primeiros chefes, mas as coisas começam a se complicar nos três chefes finais. Apesar de causar aquela vontade de jogar o controle na parede, ao vencer um chefe com tamanha desvantagem, a sensação de poder e conclusão é incrível e confesso que nunca senti o mesmo com outro jogo do gênero.
Lutando pela Redenção
Para tornar o jogo menos punitivo, o estúdio teve a consideração de fazer com que todos os itens sejam restaurados ao final de uma batalha independente do resultado. Ou seja, USE os itens sem dó, eles irão facilitar e muito no combate. Alguns itens aumentam o poder de ataque, outros são molotovs que tiram uma quantidade considerável do chefe, outros enchem o life e por aí vai. Aprenda a usar cada um e procure sempre estabelecer estratégias em torno deles. É possível vencer uma luta sem usar os itens, mas, boa sorte, você vai precisar.
Outro elemento EXTREMAMENTE importante no jogo é o escudo de Adam. Por algum motivo bizarro, o escudo consegue bloquear praticamente todos os ataques do jogo, mesmo que o chefe tenha o tamanho de um prédio. Nunca esqueça de usar o escudo e o principal: não subestime o poder desta ferramenta. Vale mencionar que, assim como na série Souls, bloquear ataques gastam stamina e pode deixar o personagem vulnerável a ataques, logo, use o escudo com sabedoria e gerencie bem sua barra de stamina, você não quer ser pego com as calças baixas, principalmente quando o chefe estiver na última fase da batalha.
Um detalhe curioso é que cada boss tem mecânicas bem próprias, ou seja, utilizar a mesma estratégia as vezes não vai funcionar como funciona em Dark Souls. Esquivar e atacar é importante, mas em algumas batalhas será necessário usar itens e equipamentos específicos caso você queira vencer. Isso traz uma diversidade interessante ao game e um ótimo senso de estratégia. Esmagar botões causarão a sua morte de forma bem rápida.
A cereja do bolo fica a cargo dos gráficos e dos cenários do jogo. Ambientado em uma espécie de submundo, tudo no jogo é fúnebre e depressivo. O estúdio Dark Star apostou no minimalismo para entregar cenários convincentes e uma trilha sonora que causa impacto e terror pela simplicidade.
Vale a Pena?
Se você gosta de desafios e de jogos de ação com elementos de RPG, Sinner: Sacrifice for Redemption é a escolha ideal pra você! Com uma duração de aproximadamente 15 horas e um fator replay bem forte, o game se trata de um indie muito bem feito e extremamente polido que apresenta mecânicas inovadoras em seu gênero. Caso isso não seja incentivo suficiente pra se aventurar na história de Adam, o preço pode ser o convencimento final, afinal o jogo pode ser adquirido por apenas R$58,50 na Playstation Store, R$72,45 na Xbox Live (o jogo está disponível no Xbox Game Pass), ou U$18,99 no Nintendo Switch.
Esta análise foi feita com um código do jogo para Playstation 4 cedido pela Another Indie.