Review | Immortals: Fenyx Rising

Immortals: Fenyx Rising é o próximo lançamento da Ubisoft. Surpreendentemente, a companhia francesa colocou 2 AAAs no mercado nos últimos 2 meses. Este vai ser o terceiro. Previamente chamado de Gods and Monsters, o jogo acabou sendo renomeado, passando a se chamar Immortals: Fenyx Rising. Será que o “renascimento” de Fenyx foi algo positivo ou ele (a) deveria ter continuado nas cinzas? Você vai descobrir isto agora!

A História

Toda a narrativa é contada por Prometeu e Zeus. As duas figuras mitológicas realizam uma aposta envolvendo Fenyx, o/a protagonista do jogo. Zeus odeia os mortais e os acha burro. De acordo com ele, Fenyx vai ser incapaz de cumprir a sua profecia. Prometeu logo o convida para uma aposta. Caso ele vença, Zeus vai libertá-lo de seu terrível castigo. Sabe aquele velho acorrentado onde os corvos comem seu fígado dia após dia? Pois bem, este é Prometeu.

Continuando, a profecia afirma que um mortal seria o grande responsável por derrotar Tifão, o poderoso titã que é filho de Gaia. Tifão já derrotou quase todos os Deuses e está prestes a acabar com o mundo. É neste contexto que nosso herói entra em cena. Desajeitado e sem experiência com batalhas, o papel de Fenyx é resgatar a essência de 4 Deuses para ajudá-lo em sua batalha. Atenas, Hefesto, Ares e Afrodite. Cada Deus é soberano em um pedaço do continente. Graças a essa divisão territorial, cada pedaço de terra tem identidade, com alteração da fauna e da estética.

Diferentemente de Assassin’s Creed Odyssey, o trabalho prévio da equipe. Immortals: Fenyx Rising aposta na leveza para agradar os jogadores. O game em nenhum momento se leva a sério e praticamente todos os diálogos são bem humorados, fazendo piadas até com os próprios jogos da Ubi. Cada Deus tem sua própria linha de missões. Ao todo, APENAS a campanha principal leva em torno de 20 horas para ser concluída.

Ascensão

Immortals: Fenyx Rising é mais um jogo que se apropria daquele roteiro “batido” que envolve protagonistas improváveis. Sem experiência, Fenyx acaba evoluindo ao longo da trama, conquistando poderes divinos que ajudam o jogador a despachar os monstros mitológicos. Quimeras, Ciclopes, Centauros.. Todas as criaturas famosas da mitologia grega estão presentes! Um ponto negativo é a falta de variedade de monstros para um mapa tão grande. A única alteração é na coloração e tipo de ataque.


Alguns dos bichanos possuem variações especiais que são apresentadas como minichefes. Embora o visual mude um pouco, é o mesmo monstro com os mesmos padrões de ataque. Diferentemente de Assassin’s Creed Odyssey, o sistema de loot foi ajustado para algo mais fixo. O conjunto de armaduras é composto apenas de duas peças: Elmo e Peitoral. Agora você não melhora mais os equipamentos separados e sim a categoria inteira. Um exemplo: Você coletou o Elmo de Leão. Você não melhora mais este elmo em específico e sim a categoria Elmos. Logo, o upgrade é aplicado em todos os itens deste tipo. As melhorias são feitas no Salão dos Deuses, o QG do grupo.

Apesar da “facilidade”, não ache que você não vai ter que dar uma farmada. Para maximizar as melhorias você vai precisar de uma quantia absurda de cristais de diferentes cores. O life e o vigor, sistema similar a Zelda, são melhorados através de itens únicos. O life é amplificado através das Ambrosias, cristais especiais que são espalhados em locais altos no mapa. Já o Vigor é melhorado através do Raio de Zeus. Itens que ficam no final dos Calabouços do Tártaro. Estas dungeons são fendas espalhadas pelo mapa que são focadas na resolução de enigmas e em seções de plataforma. Sabe os Templos de Zelda? É uma variação deles. Os puzzles não são tão complexos mas alguns são inteligentes, logo, não espere por muita moleza nesse quesito.

Greece Fashion Week

O combate de Immortals: Fenyx Rising é uma das minhas partes prediletas do game. Mesclando elementos de Zelda, com Assassin’s Creed, Devil May Cry e God of War, tenha certeza que você vai se divertir bastante. Com muita verticalidade, possibilitada pelas Asas de Dédalo, o ritmo é bem frenético e a esquiva no tempo certo inegavelmente é sua melhor amiga. O recurso desacelera o tempo para os inimigos, fazendo com que você se torne uma máquina de destruição por um curto período de tempo. As habilidades são aprendidas com o uso da Moeda de Caronte. Estas moedas são coletadas ao completar desafios espalhados pelo mapa.

Temos desafios que envolvem tocar as cordas da Harpa na ordem certa. Outros, projetados por Hermes, pedem que você chegue a um lugar próximo o mais rápido possível. Já um dos meus favoritos envolve montar um quebra cabeça de pedra que representa uma pintura grega. A variedade de atividades “extracurriculares” é bacana e elas irão te manter ocupado por muitas horas.

Por fim mas não menos importante. O game conta com um sistema simples de personalização. As armas, armaduras e montarias possuem variações visuais pra caso você fique enjoado da aparência do seu personagem. Como mencionei acima, o sistema não é muito complexo, mas o jogo possui armaduras belíssimas caso você se importe com isso!

A Hora da Aventura

Antes de mais nada, os responsáveis pelo jogo foram os mesmos criadores de AC Odyssey. Dito isso, você já consegue imaginar na imensidão do mundo de Immortals: Fenyx Rising. Apesar de não ter tantos espaços vazios como Odyssey, existe uma quantidade assustadora de coisas para serem feitas e coletadas. Em minha opinião, eles poderiam ter reduzido um pouco do conteúdo para tornar o game mais compacto. Não é todo jogo que precisa ter incontáveis horas e isto se aplica aqui. Graças a quantidade vasta de coisas a serem coletadas, o jogo cai rapidamente no campo da repetição, tornando o processo um pouco frustrante e cansativo.

A travessia no mapa pode ser feita de três formas. Em primeiro lugar, através da casual viagem rápida, no entanto, os pontos de viagem são um tanto escassos no começo do jogo. Em segundo lugar, através das montarias. Apesar de não serem tão velozes quanto deveriam ser, elas quebram um galho. Vale mencionar que é necessário se atentar a barra de stamina delas. Você pode invocar a montaria a qualquer momento segurando o botão triângulo.

Por fim, em terceiro lugar, temos a capacidade de voar. Graças as asas usadas por Fenyx, basta escalar uma montanha bem alta e planar até onde você quer ir. Minha dica é que você avance a história até concluir a linha de missões de Afrodite. Com isso mais pontos de viagem rápida serão desbloqueados.

Versão do PS5

A análise foi feita com base na versão de PlayStation 5. Felizmente não tive nenhum problema técnico, tudo flui de maneira maravilhosa. Os loadings quase não existem, levando no máximo 3 segundos para serem concluídos. Mas calma, nem tudo são flores.

Certamente por conta do tempo de desenvolvimento, o DualSense não foi muito aproveitado. Sentimos algumas pulsações ao usar o R3 para encontrar locais com atividades secundárias, mas, fora isso, apenas a sensação do arco é replicada no game. Uma grande pena, mas, compreensível. A Ubisoft deve aproveitar melhor o potencial do controle em jogos feitos exclusivamente para o PS5.

Vale a Compra?

Inegavelmente, você vai estar em casa se for um fã dos Assassin’s Creed recentes. O jogo lembra bastante Odyssey, só que numa versão cartoon que não se leva a sério em nenhum momento. É claro que o jogo não é perfeito e tem seus defeitos. Como mencionei acima, ele peca pelo excesso, tornando a aventura maçante caso você jogue muitas horas seguidas. Os sistemas de progressão também são bem simples, impossibilitando coisas como criação de builds. Em suma, ele não é excepcional, mas cumpre muitíssimo bem o seu propósito e representa mais um acerto da Ubisoft nesta transição entre gerações.

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