Review | Hellblade: Senua’s Sacrifice
Hellblade: Senua’s Sacrifice é o jogo mais recente da Ninja Theory, estúdio responsável por Enslaved: Odissey to the West, Heavenly Sword e DmC: Devil May Cry.
Em Hellblade: Senua’s Sacrifice acompanhamos a história de Senua, uma guerreira celta que desenvolveu um quadro de psicose após seu lar ser invadido por guerreiros vikings. Cabe aos jogadores acompanharem Senua até Helheim, o reino dos mortos na mitologia nórdica.
Hellblade usa o som como seu principal suporte e ferramenta de diferenciação. O trabalho executado pela Ninja Theory com a trilha sonora é impecável e simplesmente genial. Como o som é um elemento imprescindível para a experiência, recomendo utilizar um fone ao jogar, garantindo uma total imersão no jogo.
Vale apontar que a proposta do jogo não é a de dar sustos no jogador, mas sim de transmitir a agonia sentida pela protagonista. Essa aflição é garantida pelo som e pelo posicionamento da câmera. No combate, esse elemento é reforçado pelo fato de que em alguns momentos ficamos com um ponto cego, expostos aos ataques, podendo ser facilmente cercados caso falte agilidade ao se esquivar dos inimigos.
Por falar em combate, Hellblade: Senua’s Sacrifice se afasta dos outros jogos do estúdio que seguem a fórmula hack’n slash. Apesar de existir combate e oferecer algumas boss fights deslumbrantes, o foco do game é a resolução de puzzles e a história de Senua.
Os puzzles do jogo foram bem pensados, apresentando a dosagem certa de dificuldade. Não é impossível passar dos puzzles, mas não espere enigmas preguiçosos. É preciso prestar atenção no cenário e nas dicas das vozes, viabilizando o progresso no jogo.
As Lorestones (Pedras de Lore) marcam presença no jogo e funcionam como “tutores” de mitologia nórdica, contando lendas populares do panteão viking. Para os caçadores de troféus, vale a pena ficar de olho nelas, afinal, um dos troféus do jogo requer que o jogador ative todas as Pedras.
A cereja do bolo fica por conta dos gráficos, apresentando cenários de tirar o fôlego que exibem o mundo dos mortos mais detalhado da história dos games. O motor gráfico utilizado pela Ninja Theory também serviu para iluminar a brilhante Melina Juergens, atriz que deu vida a Senua.
Hellblade: Senua’s Sacrifice foi uma das maiores e melhores surpresas de 2017. O jogo conta com uma história poderosa, marcante e necessária aliada ao brilhantismo técnico por parte da Ninja Theory. O jogo mereceu os três prêmios (Melhor Performance de Atriz, Melhor Design de Som e Jogo de Maior Impacto) no The Game Awards 2017.