Resenha | Teto para Dois – Beth O’Leary
Já percebeu que nunca estamos distante do gênero romance? Podemos até não ler, mas sabemos do que estão falando se determinado título entrar na pauta. O hype da vez vem da inglesa Beth O’Leary, que nos apresenta o intenso e divertido Teto para Dois.
No romance New Adult, desesperada e passando por um momento complicado, a excêntrica Tiffy precisa urgentemente de um lugar para morar, mas sua renda garante apenas péssimas opções. É quando se depara com uma proposta, incialmente absurda, de dividir não apenas o apartamento, mas a cama com um completo estranho.
A família de Leon está precisando de dinheiro para pagar um advogado e o rapaz trabalha todas as noites como enfermeiro, deixando sua casa livre durante o período. Para ele, dividir a cama com uma desconhecida é constrangedor, porém, se eles nunca se encontrarem, isso poderia dar certo.
Não considero repetitivo explicar que o desespero é o pontapé inicial, de ambas as partes. Cada um dos dois tem seus motivos para aceitar viver sob as regalias da situação, mesmo que para alguns leitores – e personagens secundários, como os melhores amigos de Tiffy e a namorada de Leon – a ideia soe impossível. Insisto que é preciso ter a mente aberta para as dificuldades da vida alheia se quisermos entender o que se passa aqui.
Além de toda ambientação fora do comum, O’Leary vai abordar cuidadosamente o relacionamento abusivo; o momento de percepção da vítima e sua busca pela liberdade. Simultaneamente, alguém ocupa a posição de alertar ao leitor, talvez até ensinar, como nós, pessoas fora desse tipo de relação, devemos nos comportar. Durante a leitura é possível enfrentar uma onda de sentimentos, da alegria a raiva, por fim, ao entendimento.
É, sem sombra de dúvidas, escrito para nos fazer apaixonar, como também além disso. Mesmo nunca se encontrando, Tiffy e Leon dão um jeito de manter a comunicação, até que a conexão do casal se torna inconfundível. Eles são tão diferentes entre si, mas tão parecidos com tantos de nós. Teto para Dois merece o falatório nas mídias e já consigo imaginar as páginas em uma adaptação cinematográfica.