Resenha | O Ceifador – Neal Shusterman

E se a humanidade tivesse superado a mortalidade? As mortes por causas naturais não existem mais, a imortalidade já é uma opção. Mas, quando a morte deixa de ser uma verdade e passa a ser uma escolha, é preciso manter o controle. Essa é a premissa chave de O Ceifador, primeiro livro da trilogia do autor Neal Shusterman, publicada no Brasil pela editora Seguinte.

Nos encontramos muitas décadas à frente, onde uma inteligência tecnológica rege a população mundial. Abaixo dessa entidade, estão os Ceifadores, pessoas responsáveis por impedir o crescimento populacional através da “coleta”; ou seja, são os únicos com permissão para matar.

Neal Shusterman

Citra e Rowan são dois adolescentes comuns e nunca desejaram desempenhar esse papel, embora tenham sido escolhidos para se tornarem aprendizes. No fim, apenas um deles receberá o anel e outro retornará para casa. Ou, pelo menos, é o que deveria acontecer.

A escrita de Shusterman é direta e perspicaz, mantém a história num ritmo ativo. Ele introduz questões de ética e moral numa ficção YA, fazendo o público questionar a própria existência e a sociedade sem tornar a leitura cansativa. Toda estrutura criada para esse mundo utópico, desde as regras à cultura, convence o leitor da possibilidade.

Aqui os Ceifadores são como deuses na terra, e durante todo o percurso somos apresentados a esfera específica dessas pessoas. Simultaneamente, Citra e Rowan passam por um processo de treinamento que cresce os personagens gradativamente. Apesar de parecidos em determinado momento, suas diferenças são o que, de fato, induz o leitor até a revelação final.

Acredito que umas cinquenta ou setenta páginas a mais faria com que o fim de O Ceifador não soasse tão corrido, porém, imagino que as poucas informações que ficaram no ar serão mostradas nas continuações, as quais estou ansiosa para ler.

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