Nada a Perder | Igreja Universal acusa IMDB de preconceito religioso e nega uso de “robôs”

Após veicularmos a notícia de que o IMDB teria deletado diversas críticas da cinebiografia de Edir Macedo, Nada a Perder, devido a denúncias de que estas teriam sido encomendadas, a Igreja Universal entrou em contato conosco alegando nunca ter encomendado críticas ou usado robôs. A instituição afirma apenas ter incentivado os seus fiéis a compartilharem as suas opiniões no site.

A instituição também alegou ser vítima de preconceito por parte do público e da mídia, em especial do próprio IMDB.

Confira o comunicado na íntegra:

“Senhor editor,

Com referência ao texto “Nada a Perder | Após denúncias, IMDB apaga críticas fabricadas”, a Igreja Universal do Reino de Deus lamenta que, novamente, o preconceito religioso dê o tom da cobertura jornalística do filme “Nada a Perder”.

Convidamos publicamente as pessoas que assistiram ao filme para que compartilhassem sua experiência em sites de avaliação. Ninguém pediu elogios ou notas altas, como comprova a postagem no Facebook do dia 4/4: https://www.facebook.com/IgrejaUniversal/posts/2068036796540844

Utilizamos nossa capacidade de mobilizar as pessoas para que o filme fosse assistido. A Universal não tem “robôs”, tem milhões de adeptos e seguidores nas redes sociais que existem e têm nome, e podem ser confrontados por qualquer veículo que queira confirmar.

Por outro lado, devemos questionar o que levou o IMDb, de modo preconceituoso, a apagar apenas as postagens positivas. Com que base poderiam fazer isso? Esta é uma explicação que a Imprensa deveria buscar.

Este episódio joga luz sobre outra questão: por que razão os adeptos da Universal continuam sendo ignorados? Não podem frequentar cinemas, avaliar filmes em sites colaborativos, comprar livros, ou mesmo distribuir ingressos de cinema voluntariamente. São vigiados, contados, censurados como se fossem consumidores de segunda classe.

Por fim, vale destacar a questão de concentração de notas 1 e 10 na avaliação do filme no IMDb. Na verdade, isso é um triste retrato da sociedade: há uma grande maioria que respeita e ama o trabalho da Universal. Mas uma pequena minoria que tem verdadeiro preconceito contra a instituição.

Não deveria haver lugar para tal em uma sociedade desenvolvida.

Solicitamos que estes esclarecimentos sejam transmitidos na íntegra aos leitores do site O Capacitor.”

Obviamente, o texto não é inteiramente voltado à nossa publicação, uma vez que não citamos o uso de “robôs” para a confecção das críticas. É possível que esta seja uma mensagem padrão enviada a todos os veículos que comentaram o ocorrido. Tampouco houve preconceito de qualquer natureza em nossa publicação.

De todo modo, ressaltamos que as críticas presentes no IMDB realmente não possuem meio termo, estando entre notas máximas e mínimas, o que transparece o conflito presente na nota do filme.  Basta observar a polarização nos extremos, enquanto as notas intermediárias são praticamente nulas no panorama geral. Com mais de 16 mil votos na nota máxima e quase 4 mil na nota mínima, o filme se mantém com média 7,4. As demais notas não somam nem 500 votos.

Na mensagem enviada a nós, as notas “10” são atribuídas ao amor e respeito pelo trabalho da Universal, o que não deveria refletir inteiramente na nota do filme. Deste modo, nós que sempre admiramos o trabalho de editoras como Marvel e DC Comics deveríamos sempre atribuir nota máxima aos seus filmes por conta do nosso amor e respeito ao trabalho destas? Há que se diferenciar um produto de sua instituição. Obviamente, estamos falando de filmes enquanto obra de cinema, apenas neste contexto.

Vale lembrar também que situações semelhantes ocorrem com os filmes de super-heróis, especialmente nos conflitos entre fãs da DC e Marvel.

Fica então a reflexão sobre as notas apresentadas em sites como IMDB e o quão relevante elas devem ser para o público, uma vez que nem sempre representam a qualidade verdadeira do filme mas a ideologia de movimentos diversos.

Nada a Perder está em cartaz nos cinemas.

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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