Eu vi: Django Livre

Fui no cinema com a digníssima e assistimos Django Livre. Adianto logo que gostamos bastante do filme e, por isso, resolvemos escrever a resenha a quatro mãos (três eu diria, duas dela e uma minha), mas bom, vejam o que achamos.

Interessante, curioso, instigante. Essas seriam três palavras boas para definir o enredo do filme, que tem uma historia bem contada e bem conectada, que apresenta detalhes inesperados que surpreendem e envolvem o espectador. Traz uma trama que poderia ser considerada “clichê” (escravidão, racismo, Norte X Sul dos EUA), mas contada de um jeito diferente. É claro que em alguns momentos, como esperado de Tarantino, o filme apresenta cenas realmente muito pesadas, que suavizam-se com toques de humor -mesmo que um humor brutal.

Os personagens e os atores estão muito bem construídos, a começar por Jamie Foxx que se dá muito bem no seu papel, ele é o Django e esse, por sua vez, é um personagem intenso e intrigante, um protagonista que cresce e evolui ao longo da historia. Django também é a personificação de uma força silenciosa contra uma brutalidade sem tamanho que é a escravidão  Ele não é só Django, ele é Zumbi, Negro Cosme… ele é todos os africanos escravizados brutalmente na América e todos os afrodescendentes que ainda hoje sofrem com racismo, intolerância e os resquícios da escravidão. Django é o desejo de liberdade e é a mão que se opõe ao chicote, deixando uma inegável marca social no filme, mesmo que ele não seja exatamente um filme social e sim um filme de Cavaleiro, Princesa e Dragões (todos alemães)

Por sua vez, Christoph Waltz está sensacional e tem uma atuação digna de Oscar, na nossa humilde opinião (como ele já está concorrendo, tem grandes possibilidades de ganha-lo). O ator superou sua já excelente atuação em Bastardos Inglórios e deu um show ao dar vida a um personagem emocionante e surpreendente, que cativa desde a sua primeira aparição. O Dentista é indispensável na historia, movimentando-a com muito humor, ensinamentos e simplicidade. Waltz tem as melhores falas do filme e é possível que algumas delas se tornem clássicos, a exemplo do dialogo do Royal Cheese em Pulp Fiction.

Não dá para não falar também do excelente trabalho de DiCaprio e Samuel L. Jackson, na pele dos nojentos Calvin Candie e Stephen, mostrando o outro lado da moeda e fazendo com que você conte os minutos por um acerto de contas. Os dois confirmaram, mais uma vez, que são excelentes atores e se você não os repudiou ao ver o filme, você deve ter algum problema.

Por último, vale dizer que o filme apesar de ser um pouco longo é fluido, ficando um pouco arrastado no meio, mas nada que atrapalhe e seja cansativo. Tendo um final incrível e uma trilha sonora que se encaixa muito bem em todas as cenas.

Nota: 

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