De Frente Com Biel: Gustavo Duarte, cartunista e autor de CÓ, Taxi, Birds e Monstros!
Quem está aqui hoje é alguém que resolveu provar que nada disso é verdade. O nome dele? Gustavo Duarte. E a foto ao lado foi tirada pela excelente Sissy Eiko.
Gustavo nasceu na grande São Paulo em 1977 e começou a ficar mais conhecido com seu trabalho como cartunista esportivo, no jornal Lance!. Depois disso lançou por conta própria CÓ, Taxi e Birds e agora lançou Monstros, pela Quadrinhos na Cia. E caso você queira conhecer mais do trabalho dele, fique ligado no www.gustavoduarte.com.br.
Mas vamos as perguntas!
Gustavo Duarte: Desenho desde sempre como todo cartunista. Acho que segui um caminho natural partindo para o desenho, tanto na charge quanto nos quadrinhos.
O C.d.F.: O mercado brasileiro de quadrinhos está em crescimento, o que você acha que alavancou isso?
G.D.: Não sei exatamente o que alavancou esse crescimento, mas acredito que existe um grande número de pessoas querendo fazer quadrinhos no Brasil, tanto no mercado independente quanto no das editoras. Essa quantidade ajuda o mercado a crescer.
Além disso, aos poucos, acredito que um número maior de pessoas está entendendo que existem vários tipos de quadrinhos. Sendo assim, o interesse tende a aumentar.
O C.d.F.: Você já ganhou o Prêmio Angelo Agostini e alguns troféus do Prêmio HQ Mix, você esperava esse reconhecimento “rápido” dentro do mundo dos quadrinhos? Além do óbvio “ótimo”, como foi ganhar esses prêmios e como isso influenciou na sua carreira?
G.D.: Comecei a publicar os meus quadrinhos em 2009, porém sou cartunista e vivo de desenho há 15 anos. Como não consigo separar uma coisa da outra, não acho que o reconhecimento foi rápido ou demorado. Acho que estou caminhando há 15 anos para melhorar e estou feliz por estar conseguindo progredir.
Ganhar um prêmio é sempre ótimo, como você falou. E o mais importante do prêmio é que ele mostra que a sua história está chegando até as pessoas e melhor ainda, que elas estão gostando. É para isso que faço o meu trabalho. Para que as pessoas vejam.
O C.d.F.: Um dos pontos mais marcantes de suas histórias é a ausência de falas. Qual o motivo? Você não tem medo de afastar essa geração mais nova que quer tudo mastigado e explicado?
G.D.: O motivo foi natural, também. Sempre gostei dos meus cartuns e charges que não tinham textos. E quando fui escrever a minha primeira HQ mais longa, optei por usar a mesma linguagem. Como gostei do resultado, tenho tentado criar outras desde então.
Não tenho medo de afastar ninguém não. Acho que até agora não tive nenhum problema com isso. Quem quer tudo mastigado e explicado também não tem paciência para tentar entender uma história com textos e balões.
O C.d.F.: Qual o projeto que mais te marcou? Por que?
G.D.: Todos marcaram de alguma maneira. Não tem um predileto. Aprendi e tenho aprendido com todos eles.
E a única coisa que o Sidão me deixa falar é que o Chico será abduzido por alienígenas.
O C.d.F.: E quais as maiores dicas que você daria para alguém que queira trabalhar com quadrinhos?
G.D.: Desenhar muito. Ler muito. Aprender bastante e depois continuar lendo muito e desenhando muito.
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Como eu disse quando estava falando de Monstros, o trabalho do Gustavo Duarte é muito bom. A ausência de falas, na verdade, te dá uma liberdade maior para imaginar as histórias, o que é muito divertido. Imagino que o Chico deve ficar excelente e agora estou muito curioso para saber de onde esses alienígenas vão sair e o que vão fazer com nosso querido matuto. Mas, não nego, estou mais curioso ainda é com o Pinô. Ele vai voltar? Minhas preces foram atendidas!