Crítica | Stranger Things
Não é novidade que a década de 80 é considerada uma das melhores épocas do cinema. Quem foi criança nesta década, ou até mesmo durante o início da década de 90 teve sua infância marcada por diversas obras que hoje estão guardadas naquele cantinho da nostalgia que todos temos.
Filmes como Os Goonies, Conta Comigo, ou até mesmo E.T: O extra-terrestre, em que crianças saíam em grandes aventuras ficaram marcados na memória e nos arrancam sorrisos mesmo após tantos anos…
E eis que surge Stranger Things, a nova série da Netflix para nos trazer de volta este sentimento de “Sessão da Tarde” com doses de Stephen King, Twin Peaks e até mesmo Arquivo X.
Os Goonies + Twin Peaks + Arquivo X + E.T, parece uma mistura dos sonhos, correto? E é exatamente o que Stranger Things é!
Para não estragar qualquer surpresa da trama, trataremos da série de maneira bem superficial, portanto pode ler sem medo.
Stranger Things se passa no ano de 1984 e conta a história de um garoto que desaparece misteriosamente em uma cidadezinha dos Estados Unidos. Bem original, né? Mas isso é que é o interessante! A série utiliza de diversos elementos e referências já conhecidos, sem medo e ainda assim conseguem trazer algo inteiramente novo e surpreendente. A sensação, durante diversos momentos, é de realmente estar assistindo algo feito na década de 80.
Por conta de todo este clima familiar, não demora até que o telespectador se apegue à série e aos seus personagens, principalmente ao elenco juvenil que, além de apresentar atuações extremamente sólidas, esbanjam carisma. Enquanto Millie Bobby Brown, a Eleven, entrega uma atuação intensa e crível, Gaten Matarazzo, o desdentado Dustin, se destaca com suas referências e seu jeito hilário.
As referências estão espalhadas por todos os cantos, é uma série para se ver e rever em busca de referências de Easter Eggs, sejam pôsters de filmes, citações de elementos da cultura pop, como Senhor dos Anéis, Dungeons & Dragons, Star Wars e até mesmo cenas que fazem referências à filmes clássicos.
Os Irmãos Duffer, idealizadores da série, criaram algo que parece saído de uma parceria de Stephen King com Steven Spielberg. O que é confirmado pelo próprio ator em sua conta do twitter.
Watching STRANGER THINGS is looking watching Steve King's Greatest Hits. I mean that in a good way.
— Stephen King (@StephenKing) July 17, 2016
“Assistir a Stranger Things é como ver um ‘Greates Hits’ do Stephen King. Digo isso de uma maneira boa.”
Portanto, o hype é real. Stranger Things é tudo que falam e mais um pouco. Os irmãos Duffer souberam usar os elementos de maneira orgânica, sem medo de trabalharem com clichês, a intenção era de que o espectador se sentisse familiarizado desde o primeiro momento. A série passa aquela sensação mista de estar revendo um filme que você ama e de estar vendo algo novo e que você está amando.
A série é uma bela homenagem à Spielberg, Stephen King e outras grandes mentes da cultura pop que ficaram marcados em nossas memórias. Sem dúvidas, Stranger Things é uma das melhores coisas que você verá este ano.