Crítica | Safe
Dentre os escritores de suspense atuais, Harlan Coben é um dos grandes favoritos. Com livros intrigantes, divertidos e sagazes, o autor faz sucesso internacionalmente desde a década de 90. No entanto, o escritor só veio fazer sucesso no Brasil no final da década de 2000, quando a Editora Arqueiro investiu nos títulos do autor.
Agora, ganhando o universo Televisivo, Coben assina a nova série Safe, estrelada por Michael C. Hall (Dexter). Fruto de uma parceria entre o Canal+ e a Netflix, a série foi exibida inicialmente pelo canal C8 na França e posteriormente teve sua distribuição internacional pela Netflix.
Safe conta a história de Tom Delaney, um cirurgião viúvo que perdera a esposa há um ano e que ficara responsável por cuidar de suas duas filhas vivendo em uma bela comunidade fechada na Ingalterra, com amigos próximos e um novo relacionamento. Contudo, quando sua filha mais velha desaparece em circunstâncias misteriosas, o cirurgião percebe que na verdade não sabe nada sobre as pessoas mais próximas a si – segredos obscuros sobre as pessoas que ele ama e o lugar onde mora serão revelados.
De “Page Turner” às Maratonas
Quem acompanha a obra de Coben sabe o quão bom o autor é em trabalhar com mistérios. Em Safe não é diferente. Com diversos núcleos, a série consegue trazer diferentes situações que eixam o telespectador intrigado, tenso e curioso pelo que virá a seguir.
Ainda que nem todos os mistérios estejam necessariamente conectados com a trama principal, é interessante ir observando as conexões que são feitas e o desenrolar do mistério ao longo dos episódios. Assim como em seus livros, a série é recheada de ganchos que nos deixam extremamente curiosos pelos próximos capítulos.
Rostos conhecidos, personagens novos
A série conta com um elenco extremamente competente. Michael C. Hall, famoso por seu papel em Dexter e um dos únicos americanos no elenco, continua mostrando sua valor como protagonista. No entanto, o sotaque britânico emulado pelo ator não convence, e algumas vezes pode soar estranho. Mas nada que estrague a sua atuação.
Outros rostos conhecidos também se fazem presentes, como Amanda Abbington (Sherlock), que interpreta o interesse romântico de Tom Delaney.
No geral, as atuações estão bem satisfatória, especialmente entre os protagonistas. Alguns atores secundários não convencem a todo momento, trazendo atuações pouco críveis, como é o caso de Laila Rouass, que interpreta a Lauren Marshall. Mas nenhum destes momentos chegam a macular a qualidade da obra.
Plot twists em cada esquina
O grande trunfo de Safe é a sua trama e o desenrolar de seu mistério. Cada episódios vai acrescentando novas peças ao quebra-cabeça e o panorama vai tomando forma. é Interessante ver como a série cria suspeitas sobre cada personagem, revelando segredos obscuros e mostrando que não conhecemos ninguém de verdade.
Com diversos personagens e núcleos, a história vai criando uma intricada rede de mistérios que vai tomando forma a cada episódio. Deste modo, a trama vai sofrendo diversas reviravoltas, que devem surgir até os últimos minutos da série, marca registrada de Harlan Coben nos livros. Dificilmente as coisas são o que parecem.
Pequenos furos
Apesar de ser um mestre nos livros de suspense, a trama criada por Coben em Safe pode apresentar alguns furos. Talvez pela inexperiência em trabalhar para televisão, algumas falhas tenham corrido ao se trabalhar com os elementos da trama.
No entanto, vale ressaltar que estes supostos furos deve incomodar apenas os mais atentos e questionadores.
Conclusão
Com uma trama extremamente intrigante, poucos episódios e um elenco competente, Safe é uma experiência extremamente válida para aqueles que adoram suspense. O nome de Harlan Coben deve ser um grande chamariz para a obra, no entanto esta não é, nem de longe, a sua melhor história.
Aqueles que ficaram ávidos por mais histórias de Coben podem conferir nossas recomendações para adentrar no universo do autor.
Safe tem todos os episódios disponíves na Netflix.