Crítica | Happy! – 2ª Temporada (Netflix)
É quase impossível esperar algo de uma série tão aleatória (nem tanto) igual a Happy! Mas o resultado desta espera pode ser um tanto quanto… feliz! (me desculpem a piada)
Baseada numa HQ de Grant Morrison e Darick Roberts, Happy! conta a história de Nick Sax (Christopher Meloni), um ex-policial com uma vida completamente negativa, agressiva, bêbada e sexual, que se torna um assassino de aluguel, e o seu encontro com o amigo imaginário (um unicórnio azul com o chifre rosa) Happy.
A segunda temporada que já está disponível na Netflix, talvez, deixe a primeira no chinelo em alguns quesitos, porém, para o público em geral, não foi tão agradável assim. Como toda série, a temporada inicial teve as construções de personagem, mas, esta segunda, com certeza, elevou o conceito de desconforto em algumas situações.
A discussão que a série traz sobre crescer e amadurecer prematuramente num universo doentio, é algo que pode perturbar muita gente não somente pelo tópico, mas pela forma como é abordada em alguns momentos da série. Observamos isso desde a primeira temporada, quando tudo envolvendo a filha de Nick Sax, parece um absurdo tão grande que incomoda o espectador.
Uma pausa rápida para esclarecer: se você não tem estômago para encarar algumas reflexões, aqui fica o nosso aviso. A série em alguns momentos fica no limite de passar do ponto. Fora o gore e as agressões físicas (talvez) já calejadas no espectador, a parte psicológica é bem pesadinha em alguns momentos.
Já o desenvolvimento do Nick e do Happy, unido ao da Hailey, é uma das coisas mais interessantes e empolgantes da série. Ao mesmo tempo em que tudo desanda de maneira descontrolada (talvez arquitetada), os personagens vão crescendo e vai criando um interesse peculiar em saber o que acontecerá no fim daquilo.
Em questão da história, esta temporada é um pouco menos sensata do que a anterior e já envolve um pouco mais de fantasia. Novos personagens, novo vilão, novas histórias e “histórias secundárias”, são apresentados e deixam a série com uma possibilidade bem bacana nas mãos, porém, não são muito bem aproveitados. Mas o cômico e o aleatório ainda permanecem 100% na série.
O vilão desta temporada não é tão vilão assim e não assusta muito. Talvez para uma terceira temporada, até seria uma boa, mas da forma como a história caminha, você acha que o vilão é um, quando na verdade é outro completamente sem sal. E por isso…
A série infelizmente foi cancelada pelo Canal SyFy por ter perdido audiência e não ter sido bem recebida na segunda temporada, mas a Universal Cable Productions anda procurando uma nova emissora para pegar este projeto.