Capacitor Indica | Saga Millennium – Stieg Larsson e David lagercrantz

Há exatos 10 anos chegava às terras tupiniquins o primeiro volume da saga Millennium, Os Homens Que não Amavam as Mulheres. Lançado pela editora Companhia das Letras, a obra impactou milhares de leitores por ter uma trama arrebatadora, com personagens ambíguos e temas que até então eram verdadeiros tabus na sociedade, como a violência contra as mulheres.

Na história, acompanhamos o jornalista Mikael Blomkvist fazendo uma investigação particular acerca da morte da jovem de uma família tradicional sueca. Para Mikael, essa é a oportunidade perfeita de recuperar a credibilidade da revista Millennium, além das provas necessárias para enfim desmascarar o financista Wennerström – um caso que quase lhe custou sua carreira. Ao longo do percurso somos lançados num verdadeiro labirinto, onde nada é o que parece. E com a ajuda da hacker Lisbeth Salander, Blomvist vai descobrir segredos sombrios que podem colocar a vida de todos em perigo.

Os homens que não amavam as mulheres é um enigma a portas fechadas – passa-se na circunvizinhança de uma ilha. Em 1966, Harriet Vanger, jovem herdeira de um império industrial, some sem deixar vestígios. No dia de seu desaparecimento, fechara-se o acesso à ilha onde ela e diversos membros de sua extensa família se encontravam. Desde então, a cada ano, Henrik Vanger, o velho patriarca do clã, recebe uma flor emoldurada – o mesmo presente que Harriet lhe dava, até desaparecer. Ou ser morta. Pois Henrik está convencido de que ela foi assassinada. E que um Vanger a matou.

Quase quarenta anos depois, o industrial contrata o jornalista Mikael Blomkvist para conduzir uma investigação particular. Mikael, que acabara de ser condenado por difamação contra o financista Wennerström, preocupa-se com a crise de credibilidade que atinge sua revista, a Millennium. Henrik lhe oferece proteção para a Millennium e provas contra Wennerström, se o jornalista consentir em investigar o assassinato de Harriet. Mikael descobre que suas inquirições não são bem-vindas pela família Vanger, e que muitos querem vê-lo pelas costas. De preferência, morto. Com o auxílio de Lisbeth Salander, que conta com uma mente infatigável para a busca de dados – de preferência, os mais sórdidos -, ele logo percebe que a trilha de segredos e perversidades do clã industrial recua até muito antes do desaparecimento ou morte de Harriet. E segue até muito depois…. até um momento presente, desconfortavelmente presente.

Iniciada pelo jornalista sueco Stieg Larsson, que escreveu os três primeiros livros – Os Homens Que não Amavam as Mulheres, A Menina Que Brincava com Fogo e A Rainha do Castelo do Ar – a coleção foi continuada pelo também jornalista sueco David Lagercrantz, em decorrência do falecimento do autor original, com os livros A Garota na Teia de Aranha e O Homem Que Buscava Sua Sombra.

Recentemente, foi lançado o mais novo livro da coleção, intitulado O Homem Que Buscava Sua Sombra. Nesse quinto volume , que chega credenciado pelo enorme sucesso da série temos promessas de que outras peças do quebra-cabeça que é o passado conturbado de Lisbeth será revelado.

“Neste quinto volume, Lisbeth Salander precisa passar um curto período atrás das grades, num presídio que também abriga uma das maiores criminosas da Suécia, de alcunha Benito. Na cela ao lado, ela observa uma jovem muçulmana acusada de matar o irmão sofrer ameaças constantes da gangue racista de Benito, a “dona” do pavilhão. Mesmo sem ter acesso ao mundo exterior, Lisbeth dá um jeito de descobrir mais sobre as partes encobertas de sua infância traumática, depois que Holger Palmgren lhe apresenta pistas sobre um experimento pseudocientífico realizado com gêmeos. Claro que ela irá acionar o destemido jornalista Mikael Blomkvist para ajudá-la a desvendar esse mistério e a defender os desprotegidos, garantindo que os vilões paguem por seus crimes. Assim, a dupla está mais uma vez no cerne de um romance de tirar o fôlego, que aborda de modo fascinante muitas das graves questões que assombram o mundo hoje.”

A saga é uma verdadeira obra-prima da literatura sueca e que apresenta um novo significado ao unir o jornalismo investigação a uma história de ficção de tirar o fôlego. Aqueles que se aventurarem nas histórias de Lisbeth e Mikael não se arrependerão.


Curiosidades:

  • A questão da violência sexual contra as mulheres é tão presente nos livros do Stieg Larsson, em virtude dele ter testemunhado um estupro coletivo quando tinha 15 anos. Na época, incapaz de ajudar a vítima, que se chamava Lisbeth, ele resolveu torná-la a heroína de seus livros.

 

  • Os três primeiros livros foram adaptados no cinema sueco.

 

  • O livro, O Homem Que Não Amava as Mulheres, ganhou uma adaptação hollywoodiana. Dirigido por David Fincher, teve como protagonistas os atores Daniel Craig e Rooney Mara.

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