88Mph | Os 25 anos de In Utero, do Nirvana

Após alcançar o estrelato no rock mundial com seu segundo álbum, o aclamado Nervermind, o Nirvana teve a primeira oportunidade de poder gravar o que eles queriam e da forma como eles queriam. O primeiro disco do grupo, Bleach, que hoje é cultuado pelos fãs da banda, não teve um lançamento como o esperado e acabou não atingindo o sucesso que a banda de Seattle esperava. Mesmo com esse contratempo, eles tiveram a oportunidade de ganhar um segundo disco com a gravadora que veio a se tornar um sucesso mundial, desbancando álbuns de grandes cantores da época, como o disco Dangerous do Michael Jackson.

Após o sucesso repentino, ninguém poderia ir contra as decisões musicais tomadas pela banda, e assim eles tiveram a oportunidade de fazer um terceiro álbum mais focado na qualidade e produção musical e menos no Mainstream, pois naquele momento eram a principal banda de rock no mundo.

Talvez o próprio Kurt Cobain não estivesse preparado para o sucesso repentino, e isso ficou claro nas letras pesadas e carregadas de emoção que compôs para o terceiro, e ultimo original da banda, que terminaria com o suicídio do vocalista um ano após o lançamento de In Utero. O álbum foi composto praticamente inteiro por Cobain, com exceção de “Scentless Apprentice” e “Gallons of Rubbing Alcohol Flow Through the Strip”, que tiveram a participação dos outros dois membros da banda, Dave Grohl e Krist Novoselic.

O álbum ainda traz os clássicos “Serve the Servants”, “Heart-Shaped Box”, “Rape Me”, “Dumb”, “Pennyroyal Tea” e “All Apologies”. Com letras que falavam de estupro, morte, remédios, dentre outros temas mais delicados, é possível notar um som mais pesado e melódico, menos agressivo que o álbum anterior, um novo rumo musical que a banda estava tomando seguindo os problemas de Cobain, que acabou falecendo meses após o lançamento do disco.

Quando o álbum começou a ser produzido, ele inicialmente tinha o nome I Hate Myself And I Want To Die, mesmo nome de uma das musicas que Cobain tinha escrito mas que ficou fora do disco. Escolhido o nome de In Utero, a gravação do álbum começou aqui no Brasil, onde a banda passou para participar do Hollywood Rock Festival, com suas apresentações polêmicas em São Paulo e depois no Rio de Janeiro. A banda não enfrentava um bom momento com o vício de Cobain em heroína, que o levou a duas overdoses durante a gravação e lançamento do álbum. Enxergado com desconfiança pelos diretores da gravadora por causa de tantos problemas, o material final acabou surpreendendo pela sua qualidade musical e em produção.

In Utero teve seu lançamento oficial em 13 de setembro de 1993 no Reino Unido, e no dia seguinte, nos Estados Unidos, mas ao redor do mundo o disco só foi vendido a partir de 21 do mesmo mês. Logo que chegou as lojas, o álbum vendeu 181 mil cópias e alcançou a primeira posição da Billboard. O disco vendeu mais de quatro milhões de cópias nos Estados Unidos e mais de dez milhões no mundo todo. Alem disso, foi grandemente premiado com discos de ouro e platina em quase todos os países por onde passou.

Não sabemos qual caminho a banda seguiria após o lançamento de In Utero e qual seria a sonoridade que iriam adotar. Com a morte precoce de seu vocalista, a banda se desfez e os outros membros seguiram suas carreiras, com destaque para Dave Grohl, que após o fim do Nirvana fundou sua própria banda, o Foo Fighters, que faz sucesso pelo mundo até hoje. Para os fãs de Nirvana, ficam os discos para ouvir e relembrar momentos passados, que guardamos bem na mente, e com certeza In Utero é um dos pontos mais altos que a banda conseguir alcançar.

E vocês, o que acham do disco? Deixem aí nos comentários!

 

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