88 mph | 35 anos do álbum Kill ‘Em All, da banda Metallica

A primeira vez a gente nunca esquece. Essa frase pode ser muito bem atribuída quando falamos de Metallica, ainda mais se tratando do álbum Kill ‘Em All, o primeiro da banda norte americana. Mas o que torna esse álbum marcante não é apenas ser o de estréia da banda ou as musicas memoráveis que ele contem, e sim toda a história no entorno desse clássico do Trash Metal, que por incrível que pareça, tem mais história sozinho do que muitas bandas que estão a anos na estrada. Esse álbum remonta não só ao primeiro lançamento da banda mas também como ela nasceu e era formada antes dele.

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Inicialmente projetado para ser chamado Metal Up Your Ass, nome que foi reprovado pela gravadora por ser agressivo demais, Kill ‘Em All teve seu lançamento em 1983, reunindo as musicas feitas desde a formação da banda. Mas até seu lançamento, a banda já tinha passado por reformulações. Na formação original o Metallica tinha James Hetfield na guitarra e vocal, Lars Ulrich na bateria, Ron McGovney no baixo e Dave Mustaine na guitarra solo e backing vocal. O primeiro a sair foi McGovney, que se demitiu após descobrir o plano de James e Lars de troca-lo. O baixista Cliff Burton entrou em seu lugar. Trocado um tempo depois pelo guitarrista Kirk Hammett, Mustaine é talvez um dos símbolos do disco, apesar de não fazer parte da gravação, mas isso é um capitulo a parte.

Quando deixou a banda, Dave Mustaine, hoje líder do Megadeth, deixou claro que não gostaria que nada que ele tinha escrito e gravado deveria ser usado no primeiro álbum da banda. Não que ele duvidasse da qualidade, mas sim por causa da situação criada com a expulsão dele. Apesar dele ter saído antes do lançamento do disco, quatro das dez musicas são creditadas a ele como co-autor, já que os outros membros não aceitaram excluir as musicas de Mustaine, acreditando que tinha sido um trabalho em conjunto, e não algo individual do guitarrista.

“Jump in the Fire”, “Phantom Lord”, “Metal Militia” e “The Four Horsemen”, creditadas a Mustaine, foram incluídas no disco, mas a musica “The Four Horsemen” é a que mais chama a atenção pela sua história. Originalmente chamada “The Mechanix” por Mustaine, ela teve seu nome, sua letra e riffs alterados para fugir um pouco da ideia original de Mustaine, já que os outros membros se sentiam desconfortáveis em tocar uma musica que não fosse com a cara deles. Mustaine manteve a versão original consigo, apenas renomeando para “Mechanix”, e incluindo no primeiro disco de sua nova banda, o Megadeth, criada logo após sua expulsão.

O fato da expulsão pelo Metallica sempre foi algo que Mustaine levou consigo. De acordo com seus colegas, ele foi expulso por problemas com álcool e drogas. Apesar da negação, Mustaine já chegou a dizer que preferia que tivesse sido levado a algum centro de reabilitação do que ter sido expulso da banda daquela forma. A banda seguiu sem ele e com seu novo guitarrista, que na época tocava na banda Exodus e tinha aulas com Joe Satriani. Um mês depois de Kirk ter entrado, eles já começaram a gravar o álbum.

“Hit the Lights”, “Motorbreath”, “(Anesthesia) Pulling Teeth”, “Whiplash”, “No Remorse” e “Seek & Destroy” são as outras faixas que completam o álbum, feitas exclusivamente por Hetfield e Ulrich, com exceção de “(Anesthesia) Pulling Teeth” do baixista Cliff Burton.

O que chama a atenção do álbum é sua sonoridade crua e básica do Trash Metal. As musicas, apesar de simples, são mais rápidas que outras musicas dos gêneros de metal, o que acabou sendo uma exceção em comparação com os lançamentos e bandas da época.  Apesar de não ser o melhor álbum do gênero e nem considerado o melhor do Metallica, o álbum é um dos mais influentes da historia e abriu o gênero para o grande publico, dando espaço para novas bandas como Slayer, Exodus e Anthrax surgirem no cenário do metal. Apesar de não ter entrado no Top 100 Billboard (ficou no numero 120) na época, em 1991 o disco ganhou o certificado de platina e em 1999 como platina tripla. Em 2017, foi eleito o 35º melhor álbum de metal de todos os tempos pela revista Rolling Stone. Atualmente, durante seus shows ao redor do mundo, o Metallica costuma tocar as musicas do álbum, para delírio dos fãs, tocando principalmente as faixas “Seek & Destroy” e “Whiplash”.

Completando 35 anos, Kill ‘Em All não é apenas o álbum de estréia do Metallica, é também um marco na história do metal e que abriu as portas para uma revolução no Trash Metal, alçando o Metallica para os postos mais altos de vendas ao redor do mundo e dando espaço para novos álbuns e clássicos da banda lançados em anos posteriores.

E vocês, o que acham do álbum? Deixem aí nos comentários!

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