Review | Wolfenstein II: The New Colossus

A franquia Wolfenstein surgiu na década de 80, quando os games ainda estavam conquistando o seu espaço. Com uma temática interessante envolvendo Nazismo, ação e furtividade, o game começou a angariar seus fãs desde aquele momento.

Contudo, após ser reimaginado em 3D, em um jogo extremamente bem sucedido, Wolfenstein 3D, o game enfrentou um hiato de quase uma década até voltar para as mãos dos gamers. Entretanto, mesmo com todo o tempo, o nome Wolfenstein jamais perderia o seu peso entre a comunidade gamer. Após Return to Castle Wolfenstein, lançado em 2001, a franquia teve mais alguns jogos lançados, mas seu retorno marcante só veio em 2009 com um continuação lançada para os consoles da geração contemporânea.

Wolfenstein voltou a ser não só um nome célebre na indústria, mas um dos grandes títulos da atualidade. Com seu retorno bem sucedido, sequências eram desejadas e aguardadas pelos fãs, alguns que conheceram os games antigos e outros que só vieram a ter contato com a franquia em sua versão moderna.

Estamos de volta!

Agora, a franquia retorna com o ambicioso Wolfenstein II: The New Colossus, para dar continuidade a história do agente especial BJ Blazkowicz.

Wolfenstein é uma franquia que se destaca da maioria dos games FPS atuais principalmente pelo seu foco na narrativa. Os games são totalmente story driven (movidos pela história), com um modo de campanha single player extremamente robusto, intenso e satisfatória. Diferente do padrão da indústria, que tem entregue uma campanha single player apenas para “cumprir a obrigação” e focar totalmente no modo multiplayer.

O jogador que tiver o primeiro contato com a franquia por New Colossus perceberá logo de início que este não é um FPS qualquer. Em um início peculiar, onde o jogador deve atravessar o primeiro estágio andando de cadeira de rodas enquanto tenta aniquilar os nazistas que encontra pelo caminho, o game já deixa claro que seu objetivo é entregar uma experiência única.

Conhecendo o passado

The New Colossus é uma continuação direta, o que significa que os eventos do game darão continuidade aos eventos ocorridos em games anteriores. Assim, é muito provável que alguns jogadores se sintam perdidos em termos de narrativa.

Logo no início somos obrigados a fazer a mesma escolha do final do Wolfenstein: New Order, algo essencial que deve mudar o curso da história do game. No entanto, aqueles que estiverem caindo de paraquedas na história dificilmente sentirão o peso desta escolha.

Apesar do jogo exibir um “previously” antes do início da campanha, a recomendação é de que o jogador tenha jogado o game anterior, ou ao menos saiba do enredo. Por se tratar de um jogo focado em sua narrativa, entender a história é um dos pontos mais importantes para uma boa experiência.

Let’s kill some Nazis

Em termos de jogabilidade, Wolfenstein II se mostra extremamente refinado e competente. Com uma jogabilidade precisa e movimentação crível sem deixar de lado a diversão, o game entrega uma experiência sólida e memorável.

A possibilidade de melhorar as suas armas aumentam ainda mais as possibilidades do game, além de aprimorar a esquemática de progressão ao longo da campanha. Kits de melhorias podem ser encontrados ao longo das fases e podem fazer a diferença durante os conflitos.

Além da melhoria de armas, existem também os Contraptions, que são uma habilidades especiais que podem mudar significativamente a forma como o jogador enfrentará seus desafios.

O game também favorece gamers com diferentes perfis, permitindo escolher entre uma abordagem mais furtiva, estratégica ou algo mais agressivo. A sensação de liberdade nessas escolhas é notável.

Personagens marcantes

Como já dito, a história é um dos pontos principais em Wolfenstein. O game realmente entrega uma campanha memorável e que justifica por si só a existência do jogo, diferente de muitas outras franquias. Deste modo, a coisa poderia ruir se o game não tivessem personagens interessantes.

Além do protagonista, somos (re)apresentados a diversos personagens do grupo de BJ, que ajudam a tocar a história, bem como novos personagens que acrescentam ainda mais à narrativa.

Ao longo da narrativa, o jogo nos trás personagens complexos e criativos, como Sigrun Engel, e até mesmo figuras marcantes da história como o próprio Adolf Hitler.

Muito mais que um castelo

Além de personagens e história, a Machine Games mostra um cuidado tremendo na construção de seus cenários. Com um level design muito refinado e gráficos belíssimos, os estágios possuem identidade e vida própria.

Seja em locais mais fechados ou em áreas mais abertas, Wolfenstein II traz muito a se explorar (muitos easter eggs) durante a campanha, além de ajudar no momento de traçar estratégias de combate.

Conclusão

Wolfenstein não é um FPS qualquer, tampouco é um jogo qualquer. É notório o cuidado e dedicação da Machine Games no desenvolvimento do jogo e isso fica ainda mais evidente ao longo de uma narrativa bem escrita e envolvente. O game ainda conta com um prato cheio de referências e easter eggs para os exploradores mais atentos.

O game está totalmente localizado para o português, o que é sempre um ponto extremamente positivo. Contudo, a dublagem pode falhar em transmitir emoções em alguns momentos, além de alguns momentos em que a fala está fora de sincronia com os lábio. Contudo, isso não deve afetar a experiência de quem optar pela dublagem.

Com uma jogabilidade refinada, cenários muito bem construídos e uma atmosfera única, Wolfenstein II: The New Colossus é uma experiência extremamente recomendada e um jogo que ainda se ouvirá falar por muitos anos. Sem dúvidas, é um dos melhores FPS desta geração.

Wolfenstein II: The New Colossus está disponível para Xbox One, PS4 e PC. Posteriormente o game terá uma versão para o Nintendo Switch.

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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