Review | The Evil Within 2

Durante muito tempo, o gênero do horror de sobrevivência foi um dos mais populares no mundo dos vídeo-games. Na década de 90, com games como Resident Evil e Silent Hill, o gênero mostrou que um jogo poderia trazer uma atmosfera dominante e imersiva que tornaria o game muito mais poderoso do que seus gráficos poderiam permitir.

Contudo, o gênero passou por tempos difíceis. Resident Evil se tornou um game de ação, Silent Hill foi se apagando após alguns jogos questionáveis, e assim durante algum tempo o público sentiu falta de um game que realmente oferecesse tudo que o gênero tinha para dar. Assim, vieram os games de uma nova geração com algumas novidades, como Outlast. Assim, marcou-se um retorno do gênero, no entanto, o parâmetro não seria o mesmo de outrora, vide a renovação de Resident Evil VII que muito mais se assemelha ao Outlast do que ao que o game já representou um dia.

E é neste contexto que destacamos a franquia The Evil Within. Do mesmo criador de Resident Evil, Shinji Mikami, a franquia traz um resgate aos antigos jogos de horror de sobrevivência sem ignorar as inovações que a indústria trouxe.  Com um primeiro jogo que foi bem sucedido, apesar de não ter tido tanto alarde quanto merecia, a franquia retorna com seu segundo jogo para se firmar como um dos bastiões do gênero na atualidade.

De volta ao STEM

Dando continuidade aos eventos do primeiro game, The Evil Within 2 não se preocupa tanto em contextualizar o jogador em relação a história, o que de início pode parecer confuso para quem não se aventurou no primeiro game. No entanto, apesar da história pregressa ser citada em alguns momentos, ela não é exatamente fundamental para aproveitar o game.

Por se tratar de um game muito fundamentado em sua narrativa, evitaremos comentar mais sobre o enredo para não estragar a experiência de quem for jogar.

O terror está à espreita

Como falamos anteriormente, um dos elementos mais importantes em um jogo de horror de sobrevivência reside em sua atmosfera, algo que é construído com muita competência em The Evil Within 2. Com cenários bem construídos, trilha sonora e efeitos realistas, o game consegue te transportar para o seu universo de forma quase hipnótica, o que só o torna ainda mais interessante.

Além de toda a atmosfera, The Evil Within 2 consegue trabalhar muito bem a tensão no game. Com poucos momentos de tranquilidade, o jogo consegue te manter em estado constante de alerta, seja para inimigos que possam surgir, seja para possíveis armadilhas e até mesmo na administração dos escassos recursos.

Um deleite perturbador

Outro ponto a se destacar no game são os seus gráficos, que estão absolutamente impressionantes. Os cenários, as texturas, os personagens, tudo em The Evil Within 2 foi feito com bastante esmero, tornando o game um perturbador deleite aos olhos. Talvez o único ponto negativo neste quesito sejam os raros momentos onde a sincronia das vozes com os personagens possam oscilar um pouco, mas nada que atrapalhe a experiência, já que apenas os mais atentos podem perceber.

A jogabilidade está ainda melhor do que seu primeiro game. Tento abandonado o formato widescreen, que foi objeto de polêmica em seu antecessor, e o substitui pelo formato de tela cheia. Contudo, é interessante a forma como o jogo ainda aproveita para brincar com o formato de maneira criativa e interessante.

Além dos cenários claustrofóbicos como corredores e casas, o game também tem um cenário aberto ainda mais assustador. Com uma pequena cidade destruída, o game consegue te sufocar ainda que em lugares abertos, fruto de um ótimo level design associado a mecânicas bem implementadas.

Conclusão

The Evil Within 2 não só é um dos melhores games de horror de sobrevivência desta geração, como é um dos únicos jogos atuais que honram o legado das franquias que introduziram o gênero. Obviamente, vindo de Shinji Mikami, isto não deveria ser uma surpresa.

O game consegue unir elementos de terror, ação e aventura de uma maneira extremamente harmônica de modo que em nenhum momento o game pareça se desvirtuar de sua proposta inicial. Além dos gráficos estonteantes e da jogabilidade confortável, o game consegue manter o jogador engajado no mistério de sua densa narrativa.

Para os corajosos fãs do gênero de horror, The Evil Within 2 é altamente recomendado!

The Evil Within está disponível para PS4, Xbox One e PC.

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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