Mark Hamill relutou em voltar para Star Wars, conta J.J Abrams

Meses após a estreia nos cinemas, o diretor J.J. Abrams ainda revela detalhes valiosos das filmagens de Star Wars: O Despertar da Força.

Em entrevista com Chris Rock no evento Tribeca Film Festival, Abrams começou explicando que os Episódios VIII e IX irão mover a saga Star Wars para novos territórios. “Esse filme era uma ponte e uma espécie de lembrete; o público precisava se lembrar o que é Star Wars, mas isso precisava ser estabelecido com algo familiar, e com uma sensação de que estaremos indo para novos territórios, que é muito do que os Episódios VIII e IX irão fazer.

Abrams reconhece a repercussão negativa que o filme recebeu das pessoas que acham Episódio VII uma “cópia” de Episódio IV. Ainda assim, ele achava que esta seria a única maneira de reviver a franquia com sucesso. “A coisa esquisita sobre esse filme é que faz muito tempo desde o último [capítulo]. Claro, havia as prequels entre eles, e nós queríamos, de certa forma, retomar a história. Então, muito conscientemente tentamos emprestar ideias familiares, de modo que o resto do filme pudesse se segurar em algo que nós sabíamos ser Star Wars.

Então, todos esses personagens, o Stormtrooper que muda de lado, Finn, interpretado por John Boyega, e Rey, o personagem de Daisy Ridley, e Kylo Ren, o filho de Han e Leia, e Poe, o piloto — e suas funções na história precisavam existir em algo que os pré-datam.

Abrams também revelou que o acidente com Harrison Ford no set de filmagens, ele quebrou a perna após uma peça da Millennium Falcon cair sobre ele, foi uma benção disfarçada, porque permitiu que o diretor trabalhasse na química entre John Boyega e Daisy Ridley, que não estava funcionando bem.

Nas cenas dentro da Millennium Falcon, começamos a trabalhar as sequências entre Rey e Finn, e não estavam funcionando,” Abrams explicou. “Era algo muito mais contido. Eu não as dirigi do jeito certo, estava tudo organizado errado. E quando Harrison Ford se machucou — o que foi um dia assustador –, acabamos tendo uma pausa de algumas semanas. E foi durante esse período que pude ver o que já havíamos feito e reescrever um pouco daquele relacionamento. Então quando voltamos ao trabalho, refilmamos aquelas cenas do zero. Foi um momento incrivelmente útil para colocar aqueles dois personagens onde precisavam estar.

O cineasta também contou que Mark Hamill estava relutante em aceitar o papel de Luke Skywalker, quando o ator se deu conta de que sua participação estaria limitada à última cena. “Nós sabíamos que a busca por Luke era a história, e eu estava desesperado de fazer a parte seguinte que sabíamos que não iria caber nesse filme. Mas a gente tinha a ideia daquele final, e era uma coisa assustadora e complicada de fazer, e em princípio, honestamente, Mark Hamill estava um pouco resistente.

“Imagine que você é Mark Hamill, e você lê o roteiro do novo Star Wars e percebe: ‘Mas que porra é essa, eu só apareço três páginas antes do fim, só na última página,. Como assim?’ Ele foi legal de topar, mas no começo estava meio assim: ‘Será que não será algo bobo, tipo uma piada, que o Luke esteja lá parado no final?’ Eu disse a ele: ‘Não acho que será’. Eu expliquei que todo o filme é sobre aquele momento, e que teria um grande impacto quando a gente enfim vê o cara ali.

Foi durante a filmagem da cena final de O Despertar da Força, em uma ilha na costa da Irlanda, que JJ Abrams se deu conta de algo importante: “Hamill tinha exatamente a idade de Alec Guinness quando interpretou Obi-Wan. Eu olhava ele com aquela roupa, ouvindo a música de John Williams, e comecei a chorar quando percebi que aquele final poderia mesmo funcionar.”

Star Wars: O Despertar da Força chega em Blu-Ray no Brasil no dia 20 de Abril.

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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