Girl Power 2015 nos cinemas e na Tv

O ano foi delas, não se pode negar. Com a crescente onda de mulheres e homens se posicionando pela igualdade de gênero e a quebra do estereótipo feminino do sexo frágil, o cinema e a tv não poderiam ficar para trás.  Após o discurso de Patricia Arquette no Oscar pedindo a igualdade de salários e as denúncias de sexismo em Hollywood feitas por Jennifer Lawrence, com o apoio de demais celebridades, o ano de 2015 veio para mostrar que as mulheres podem sim ser protagonistas, sem a necessidade de explorar um decote ou uma perna de fora. Não é só ter uma personagem feminina, mas é mostrar que ela pode fazer tudo que um homem faz.

Fizemos uma lista das grandes mulheres de 2015:

1 – Rey

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Quando foi revelada que Star Wars: O Despertar da Força teria a presença de uma protagonista mulher, isto causou certo burburinho na internet.

Star Wars é um filme que tem histórico de ter mulheres fortes. Princesa Leia (Carrie Fisher) é uma personagem forte na trilogia antiga, um ícone da rebelião. O romance entre Leia e Han Solo só vem corroborar que ela não é a mulher apaixonada que se entrega nos braços do príncipe encantado. Muito pelo contrário, Leia se mostra de igual para igual com Han Solo, muitas vezes até debochando da sua virilidade. Além do mais, não podemos esquecer a metafórica cena (ou não) de Leia como escrava de Jabba, no episódio VI, em que o mata com as próprias correntes, ou seja, mata com o próprio instrumento que a aprisiona. Além do mais, chamo atenção que neste novo filme, ela abdica do pronome de tratamento “princesa” e passa ser chamada de “general”. Tem mulher mais retada que essa?

Surpreendendo muita gente, Rey (Daisy Ridley) veio ser a nova Jedi. E sim, tinha que ser ela. A construção da personagem, de catadora de lixo à Jedi, não poderia ser melhor, afinal, Star Wars não poderia decepcionar. Nas primeiras cenas de Rey, quando tentam roubar BB8 dela, Finn vê o que está acontecendo e corre para ajudá-la. O jogo de cena é fantástico ao ponto que nós, telespectadores, acreditamos que sim, ela precisa de ajuda. Mas, eis que temos a reviravolta, com sequências de golpes ela derrota os dois contrabandistas. Rey não precisou da nenhuma ajuda de Finn pra derrotá-los. Ademais, vamos lembrar também da cena, bem proposital, em que a Primeira Ordem chega à Jakku e Finn corre segurando a mão de Rey. Então ela pergunta; “porque está segurando minha mão?”. Rey sabe lutar, sabe pilotar com maestria, inclusive a Millenium Falcom, sabe usar a força, ainda que prematuramente. O filme não errou, a força é mais forte nela.

 

2 – Furiosa

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Para quem assistiu Mad Max: Estrada da Fúria, apesar de constar no título o nome de Max, o filme conta também com outra protagonista, a Imperatriz Furiosa (Charlize Theron). Sim, este filme também deu muito o que falar.  Furiosa foge de qualquer formato de mulher “sexy appeal” que o cinema costuma incutir. Primeiro, ela tem o cabelo totalmente rasteiro, quase careca. Segundo, ela não tem um braço. Terceiro, ela vive cheia de graxa, suja e em andrajos. Contudo, há muita beleza nessa personagem.  Furiosa é a metonímia da libertação da mulher, afinal, é ela que salva as noivas da opressão sexual de Immortan Joe. Aliás, não seria exagero dizer que o filme gira em torno dessa fuga, dessa busca de um lugar novo, dessa libertação.

É ela que dirige a Máquina de Guerra, o poder está frequentemente em  suas mãos. É importante observar que não se trata apenas de mulheres buscando a liberdade, mas também da união destas mulheres por um objetivo comum: fim da opressão. Além da construção de Furiosa como heroína, o filme, ao longo da trama, vai fortalecendo também as cincos noivas, mulheres “belas”, fragilizadas, que vão se tornando cada vez mais guerreiras e menos donzelas. Há, também, outra representação do poderio feminino através das Vuvalinis, uma espécie de front formado apenas por mulheres, a maioria, inclusive, idosas, que se defendem por si mesmas e são independentes. Sem apelar pelo romance clichê entre os protagonistas, a distopia de George Miller faz  Furiosa entrar com maestria para a lista das melhores personagens femininas de 2015. Testemunhem!

 

3 – Jessica Jones

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Quem não sabe que Jessica Jones é uma série da Netflix em parceria com a Marvel,  baseada em uma série quadrinhos!?

Jessica Jones (Krysten Ritter), a heroína da série, foge de todo e qualquer estereótipo das heroínas clássicas das histórias em quadrinhos. Na verdade, o que transparece na série é que ela é uma mulher normal, só que com superpoderes, mas não é uma heroína. Confuso? Não! Veja por que. Ela não usa uniforme em nenhum momento, não é a mulher com o corpo delineado dentro de um collant, muito pelo contrário, ela usa jeans e jaquetas frequentemente. A personagem também não usa da sedução pra persuadir outros personagens. Ela é simplesmente cotidiana, normal – a única e grande diferença é que ela tem superpoderes Rsrsrs!  Longe dos holofotes, adota o anonimato, preferindo ganhar a vida como detetive particular em Nova York.

Ademais, a série traz a temática da opressão não somente física, representada pelo estupro da personagem, como psicológica, representada pelo controle da mente. Killgrave (David Tennat) não é apenas um alegórico vilão. Ele se apossa do corpo e da alma de suas vítimas e com Jessica não é diferente. Seu poder de controlar mentes só deixa clara a tradução de que para ele, a mulher, representada por Jessica, não pode ter autonomia ou vontade própria, sendo uma marionete das suas manipulações psicológicas. Nossa “heroína” se livra das opressões de seu algoz, Killgrave, ao  quebrar seu pescoço.

Krysten Ritter disse em uma entrevista ao site da Veja que: “A série é escrita por alguém que acredita na mulher. Jessica Jones é feminista com F maiúsculo”. Já acabou, Jessica?

 

4 – Agente Carter

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A série fala sobre a vida Peggy Carter (Hayley Atwell), companheira do Capitão América, ambientada nos anos 40, após a suposta morte do herói.  A série narra um quadro da posição da mulher dentro deste cenário pós-guerra. Os anos 40 não foram fáceis para as mulheres. A série retrata cenas de homens humilhando-as frequentemente. Peggy, ativa e requisitada durante a guerra, encontra-se perdida em face da desnecessidade da sua presença, em razão do retorno dos homens aos antigos postos de trabalho. Seu trabalho dentro da SSR é subaproveitado, desvalorizado em arquivamentos de casos, afundados em papelaria. Em síntese, seu trabalho é auxiliar os homens nos seus trabalhos. Assim, Peggy Carter passa ser vista como uma secretária e não agente.

A série mostra o enfrentamento de Peggy com os homens que a cercam. Por ser tratada constantemente como uma secretária, Peggy Carter se vê por diversas vezes obrigada a se provar como uma agente para os seus colegas, mostrando que está acima de todos os agentes do seu escritório. Ao longo da série os sucessos de Peggy vão se acumulando, enquanto os colegas que outrora a criticavam acumulam derrotas. Sim, Agente Carter é um grande mulher!

Confira abaixo algumas outras grandes mulheres que apareceram na telinha em 2015. Infelizmente não dá para listar TODAS, então comente quem você acha que deveria estar nessa lista também.

Lagertha – Vikings

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Carol – The Walking Dead

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Daenerys Targaryen – Game Of Thrones

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Arya Stark – Game of Thrones

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Brienne de Tarth –  Game of Thrones

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Claire Underwood –  House of Cards

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Katniss Everdeen – Jogos Vorazes: A esperança – parte final

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Tris  – A série Divergente: Insurgente

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Natasha Romanoff – Os Vingadores: A era de Ultron

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Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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