Deuses Americanos – S01E05 | DR, moedas douradas e David Bowie
O que fazer quando sua esposa morta volta a vida? Ter uma DR com ela sobre sua infidelidade, claro. Pelo menos é isso que Shadow (Ricky Whittle) faz ao reencontrar Laura Moon (Emily Browning), no quinto episódio de Deuses Americanos.
O início do episódio nos traz mais uma história de “Coming to America”. Este, porém, veio em forma de uma animação que lembra à feita para ilustrar o Conto dos Três Irmãos em Harry Potter e as Relíquias da Morte Parte 1 e a usada em Hellboy e o Exército Dourado. Na animação, vemos um pequeno grupo de pessoas atravessando regiões geladas em direção a América, muito antes dos europeus desembarcarem nessa terra. Deste começo uma informação deve ficar registrada com mais ênfase, “os deuses são grandiosos. Mas as pessoas, ainda mais. Porque é nos corações delas que os deuses nascem. Deuses vivem e deuses morrem. ”
Nos voltando agora ao protagonista da série, vemos o reencontro entre marido e esposa. Mais uma vez, o Shadow da série é mais crível que sua versão do livro, aqui vemos e sentimos a confusão, angustia, raiva e medo que uma pessoa que perdeu a esposa e foi traído deveria demonstrar. Laura e o marido tem uma DR difícil e meio mórbida (as cicatrizes da mulher lembram as da Sally de O Estranho Mundo de Jack), mas que deixa evidente que os dois ainda se amam, mas não necessariamente ficaram juntos.
Um dos pontos mais legais deste episódio foi a caracterização de Mídia como David Bowie. Gillian Anderson vem esbanjando versatilidade no papel da deusa. Nessa cena, ela tem uma conversa com Technical Boy (Bruce Langley) cheia de referências a músicas do Camaleão do Rock. Todo o momento foi como uma homenagem de Bryan Fuller a Bowie, que faleceu em 2016. O showrunner de Deuses Americanos ofereceu uma participação em Hannibal ao astro do rock, que, infelizmente, acabou não acontecendo.
Um momento estranho, porém, divertido do episódio foi a interação entre Laura e Mad Sweeney (Pablo Schreiber). Os dois personagens nunca chegaram a se conhecer no livro, apesar de os dois terem coisas em comum. A mulher acaba arrancando informações importantes do leprechaun que podem ajudar a Shadow no futuro. Uma lição pode ser tirada deste momento: ninguém é confiável.
Chegamos agora ao clímax do episódio, Mr. Wednesday (Ian McShane) e Shadow, que estão presos, são “visitados” por Mídia, Technical Boy e uma entidade chamada Mr. World (Crispin Glover) que comanda os novos deuses. O encontro, entretanto, não foi o início da guerra, mas sim, uma aula de marketing e publicidade.
O próprio Mr. World está mais próximo de Don Draper de Mad Men, do que de um general que comanda um exército. Ao mesmo tempo, a entidade parece a personificação de um banco de dados, o que explicaria sua força sobre os outros novos deuses. Afinal, informação é poder.
Mr. World sugeriu união entre os novos deuses e Wednesday, se ele estava sendo sincero, só o tempo dirá. A sensação que o final do episódio transmite descaradamente é que a guerra está sendo adiada (a plano original é que a série tenha 5 temporadas), e nesse meio tempo uma “guerra fria”, será instaurada entre os deuses.
