Crítica | X-Men Apocalipse (Sem Spoilers)

Filmes de quadrinhos são uma das maiores tendências atuais do cinema. Temos por volta de seis a oito filmes do gênero estreando por ano, chegando ao ponto de alguns dizerem que o estilo tem se desgastado. Mas houve um tempo em que não foi assim, os filmes de heróis não só eram raros, mas também impopulares devido aos problemas com a adaptação.

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Neste aspecto, X-Men é uma das franquias mais importantes do gênero, uma vez que foi ela quem mostrou que era possível adaptar quadrinhos para o cinema sem perder a essência e criar um material de qualidade. X-Men foi lançado em 2000 e foi um sucesso de público e críticas. E assim, abriram-se as portas para as adaptações de heróis de revistas em quadrinhos para o cinema. Seguindo este embalo vieram ótimas adaptações como o Homem-Aranha, dirigido por Sam Raimi, e Blade e algumas não tão boas, como o Demolidor, interpretado por Ben Affleck.

Hoje, contamos com um Universo Marvel vivo e pulsante nos cinemas, um Universo DC se formando e um sucesso estrondoso na maioria destes filmes. E tudo isso por conta do que foi iniciado com X-Men há 16 anos atrás.

Com X-Men: Apocalipse, os mutantes estão fechando a sua terceira trilogia mas este com certeza não será o fim dessa franquia, que além de ter um filme do Wolverine em produção, ainda tem muito potencial pela frente.

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O inimigo desta vez, é um dos mais emblemáticos do Universo Marvel e sem dúvidas um dos mais poderosos. En Sabah Nur, o Apocalipse, é considerado o mutante mais antigo do mundo, tendo nascido na metade do Século XXX a.C., no antigo Egito, durante a Primeira Dinastia e sobrevive até os tempos de hoje graças ao uso de tecnologia futurística. Seu poder é a capacidade de reorganizar sua massa corpórea na forma que quiser. O vilão possui diversos arcos muito elogiados nos quadrinhos.

Pelo menos concordamos que o terceiro filme é sempre o pior”, diz a jovem Jean Grey, fazendo referência à X-Men: O Confronto Final, que é um dos filmes mais criticados da franquia. A piada ao mesmo tempo busca mostrar que desta vez a Fox tenta fazer um trabalho melhor, bem como tenta tirar um pouco da responsabilidade que o filme tem por ser o terceiro desta nova franquia e por consequência uma culminação do que X-Men: Primeira Classe e X-Men: Dias de um Futuro Esquecido nos apresentaram até aqui.

O filme já começa nos apresentando o seu vilão com toda sua imponência, destacando as extravagâncias egípcias e a forma como En Sabah Nur era considerado um ser superior, quase divino. Logo após a sequência, somos transportados de volta à 1983, onde se passa a trama do filme.

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As cenas “cotidianas” do instituto Xavier são incríveis. É muito divertido acompanhar parte do dia-a-dia dos alunos e do funcionamento da escola, você se pega querendo acompanhar mais da rotina do instituto. E assim somos apresentados às versões jovens dos personagens já conhecidos da primeira trilogia, como Scott Summers, o Ciclope e a Jean Grey.

Sophie Turner caiu no papel de Jean Grey como uma luva, sendo um dos maiores destaques para o filme. A atriz, famosa por viver a Sansa no seriado Game of Thrones, se mostrou muito confortável na personagem, o que só empolga se os rumores de que o próximo filme dos X-Men contará, da maneira certa, o arco da Fênix Negra. O mesmo podemos dizer para os atores escolhidos para a Ororo (Alexandra Shipp), Ciclope (Tye Sheridan) e Anjo (Ben Hardy). Fica claro que a franquia ganha novo fôlego com esta equipe.

O filmes soube mesclar bem o alívio cômico com as partes mais sérias do filme. O Mercúrio (Evan Peters) mais uma vez rouba a cena, deixando a plateia encantada e querendo participações maiores do personagem que vem angariando cada vez mais fãs desde a sua primeira aparição em X-Men: Dias de um Futuro Esquecido.

A equipe veterana continua segurando muito bem o filme, Michael Fassbender e James Mcavoy trazem o peso necessário para os seus personagens que vêm se mostrando uma dupla tão competente quanto Ian McKellen e Patrick Stewart se mostraram nos filmes da antiga trilogia. Já Jennifer Lawrence pode incomodar alguns, devido ao fato do filme ter a necessidade de mostrar o rosto da atriz sem a maquiagem característica da mística, tanto por exigência da atriz, quanto pelos produtores que querem o rosto da cotada atriz em seu longa.

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Uma das falhas do filme, o que não chega a estragar, é o desenvolvimento do vilão ao longo da trama. Oscar Isaac está bem no papel de Apocalipse, no entanto a trama não ajuda a desenvolver o personagem da maneira como este merecia. O que começa como um vilão de proporções divinas tem seu potencial narrativo diminuído no decorrer do filme. No fim das contas acaba parecendo que ele está lá simplesmente para motivar a formação dos X-Men em um mundo que até então não via mais necessidade para a equipe.

X-Men: Apocalipse não é o melhor filme da franquia ou o melhor filme baseado em quadrinhos, mas é um excelente entretenimento, seja para fãs do gênero ou para o público em geral. O filme traz cenas divertidas e empolgantes, há easter-eggs para os fãs mais observadores e algumas participações que vão encher os olhos de todos que vêm acompanhando a franquia nesses 16 anos. Como qualquer filme, possui suas falhas, mas nada que diminua uma aventura sólida e competente. Bryan Singer acertou mais uma vez e mostra que a franquia está em boas mãos.

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X-Men Apocalipse está em cartaz nos cinemas.

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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