Crítica | Rogue One: Uma História Star Wars

“É um período de guerra civil. Partindo de uma base secreta, naves rebeldes atacam e conquistam sua primeira vitória  contra o perverso Império Galático.

Durante a batalha, espiões rebeldes conseguem roubar os planos secretos da arma decisiva do Império, a ESTRELA DA MORTE, uma estação espacial blindada com poder suficiente para destruir um planeta inteiro.”

Assim começa Star Wars: Uma Nova Esperança, dando início a uma das maiores sagas da história do cinema. Esses dois parágrafos, apesar de intrigantes, nunca foram nada além de uma mera introdução para o que estava por vir.

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Agora, após Rogue One: Uma História Star Wars, é possível dizer, que o Episódio IV de Star Wars nunca mais será visto da mesma maneira.

Quando anunciado, muitos já sabiam sobre o que se trataria o filme e se questionavam sobre a real necessidade do longa ser feito. Afinal de contas, todos já sabiam o resultado, os Rebeldes conseguem os planos da Estrela da Morte, o que desencadeia todos os eventos da trilogia clássica de Star Wars. Os dois parágrafos de introdução do Episódio IV já era suficiente para muitos fãs.

Contudo, Rogue One veio para provar a todos que é um filme extremamente justificado, e que ainda que não fosse necessário, é um filme que merecia ser feito.

Diferente do Despertar da Força, que está desbravando um novo terreno da franquia, Rogue One foi concebido com grandes limitações em seu roteiro, afinal de contas, o filme se passa entre as duas trilogias, e qualquer retcon (alteração no cânone) seria visto como uma blasfêmia por qualquer fã.

No entanto, apesar das “amarras”, Rogue One consegue ser um filme extremamente inovador, ao mesmo tempo que faz o fã service e se amarra à trilogia original de maneira espetacular. A forma como o filme respeita não só a estética dos primeiros filmes, mas como busca deixar claro que é um filme que se passa no mesmo período é encantadora.

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Uma das maiores reclamações que muitos fãs têm com a trilogia prequel, é como a estética foi toda alterada. Um filme que se passa antes na cronologia apresenta muito mais modernidade. Vão se os botões luminosos e entra o touch screen, saem as naves empoeiradas e quadradas e entram as naves arredondadas, cromadas e modernas. Obviamente, tudo pode ser explicado com a falta de recursos da Aliança Rebelde, e/ou o declínio da sociedade livre na galáxia.

Contudo, em Rogue One o respeito à estética é tão notório que é às vezes é possível crer que você está vendo pedaços do filme que foram filmados junto com o Episódio IV, o que só acrescenta ao efeito nostalgia. As naves, os bigodes, os capacetes, está tudo lá.

Diferente do que já vimos nos outros filmes, a Aliança Rebelde retratada em Rogue One é muito mais complexa. Agora não vemos só um grupo de rebeldes que luta de maneira justa e bela pela liberdade. O filme apresenta uma guerra como conhecemos no mundo real, onde são tomadas atitudes duvidosas justificadas por um “bem maior.” O maniqueísmo claro de Star Wars, o lado negro contra o lado da luz, dessa vez é colocado em tons de cinza.

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 A guerra também é apresentada de maneira visceral e muito mais impactante do que em qualquer filme da franquia. Os embates vistos de perto são impressionantes e pela primeira vez podemos sentir o peso real da batalha entre os Rebeldes e o Império Galático para personagens menores. O filme faz jus ao antigo título Guerra nas Estrelas.

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Mas, no fim das contas é um filme de Star Wars, então o humor também está presente e sem cometer excessos. As piadas entram nos momentos certos e a aura séria é retomada logo em seguida para tocar o filme, que é um dos mais densos da franquia.

Todo o elenco está muito competente no filme. Em conjunto com um roteiro bem escrito, todos ganham seu tempo de tela, seus arcos individuais são bem desenvolvidos e o filme acaba funcionando muito mais em favor da equipe do que pura e simplesmente em favor dos protagonistas. E a participação de personagens clássicos da franquia é irretocável. O filme sabe usá-los para tocar a história, mas sem cometer excessos que poderia por em risco qualquer continuidade da franquia.

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Recheado de easter eggs e fan services, mas sem se tornar escravo destes, Rogue One vem provar que cada linha escrita na história de Star Wars pode render páginas e mais páginas de enredo. Nós conhecíamos a história em dois parágrafos, e agora conhecemos em pouco mais de duas horas, e é seguro dizer que vale cada minuto. Apesar de um spin-off, Rogue One consegue facilmente figurar entre os melhores filmes de Star Wars já feitos.

(Obs. Quando forem assistir ao filme, recomendamos reservar tempo para reassistir a trilogia clássica, isso será inevitável.)

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Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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