Crítica | Planeta dos Macacos: A Guerra

Mais uma vez Andy Serkis retorna para interpretar o símio mais respeitado do cinema, em Planeta dos Macacos: a Guerra, em um mundo destruído por uma epidemia de vírus que destruiu boa parte da humanidade como conhecemos Caesar “Andy Serkis” continua liderando seu povo que vive nas florestas em relativa paz, porém os atos de guerra de Koba ainda assombram o líder Símio, e mantém as chamas da guerra entre macacos e humanos acesa.

Eu não comecei essa guerra

Se não fosse o visual impactante de se ter macacos na tela, a película se passaria tranquilamente por um filme sobre sobreviventes de uma guerra tentando fugir do conflito. Caesar, mesmo sendo um líder forte e respeitado por todos aqueles que o cercam, aliados e inimigos, passa um carisma e sabedoria no olhar que faz com que o público se veja tocados por suas ações. Mesmo contra sua vontade, ele é tragado para as entranhas do conflito e se vê tendo de enfrentar seus próprios demônios, assim como qualquer um que convive muito tempo com o ódio e a revolta de ter de pagar por algo que não fez.

Mas o filme não se fala só de Caasar, seu grande amigo desde do primeiro filme da trilogia Maurice, interpretado por Karin Konoval, permanece sendo a ponte entre a razão e os sentimentos conflitantes de Caesar, Lucca se mostra um grande, grande amigo e soldado, sendo aquele que esta ao lado do amigo nos piores momentos, e não podemos esquecer de bad Ape, o alivio cômico que mesmo com suas trapalhadas nos envolve e nos mostra que atrás de um sorriso pode haver uma profundidade sem igual; Com esse elenco de sobreviventes poderíamos estar falando de qualquer filme de guerra e ouso dizer que se não fosse por se tratar de ficção essa película poderia ganhar o Oscar de melhor ator.

Humanos Ficam Doentes, Macacos Ficam inteligentes.

Todo bom filme de guerra tem de ter um vilão de peso para que se consolide o conflito de ideais, e é assim que o personagem de “Woody Harrelson” se apresenta para o público, sendo apresentado apenas como CORONEL, ele tem um motivo do por que ter adentrado a essa caça as bruxas e o porquê de querer eliminar de todas as formas os macacos do planeta, e não se espantem se mesmo depois de todas as atrocidades feitas por ele você ainda conseguir sentir um pouco de empatia para com seu personagem, mesmo sendo vilão e destratando os macacos, o Coronel mantem seus olhos em um objetivo maior e é esse o motivo de toda a guerra, por parte do elenco humano, as boas interpretações ficam apenas por parte do Coronel e de Nova, uma garota com problemas na fala e que faz com que todo aquele Ódio contido pela humanidade seja lavado, a interpretação da jovem “Amiah Miller” e a forma com que ela se comunica passa uma leveza, uma pureza que nos remete aos refugiados que sobrevivem a grandes conflitos tendo em seus olhos um brilho de esperança.

Apes together Strong.

As qualidades da película são muitas, por este motivo seria redundante ficar falando das qualidades audiovisuais deste. A fotografia das paisagens exóticas embelezam em muito o filme e nos dão um tempo adequado para digerir os acontecimentos até aquele momento. Com um 3D totalmente dispensável, o filme é o que deveria ser: uma sequência que serve para abrilhantar mais ainda a mítica história que é Planeta dos Macacos e fechar com chave de Ouro a Epopeia da vida de Caesar, o primeiro imperador Símio.

 

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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